Ainda bem que foi assim.

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Chorando embaixo do chuveiro, no banheiro, me dei conta de que não adianta nada ficar se lamentando. Eu tenho que me levantar, seguir em frente e encontrar um jeito de conseguir justiça para tudo o que me foi feito por aquele homem. Termino meu banho, lavo meu cabelo com shampoo, coloco sabão líquido na espuma vegetal e esfrego no corpo.Com muita dor e dificuldade, tirei o sangue que estava grudado nas minhas nádegas; meu ânus arde muito pelos ferimentos e por causa do sabão. Maldito Eduardo! Mas eu iria dar um jeito dele pagar por tudo isso; mesmo ele achando que vai se safar, eu vou conseguir me vingar.
Passo condicionador no cabelo, enxáguo e termino o banho. Saio do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, vou até o guarda-roupas e pego um short preto curto e uma regata branca, sem cueca, pois não quero me sentir apertado. Me deito na cama e meu celular toca; é o Diogo. Desligo, pois não quero atender e ter que dar explicações nesse momento. Amanhã eu ligo para ele e conto tudo. Ele pode querer tirar satisfações com o Eduardo e piorar as coisas, acabar sendo mandado embora por minha causa.

Estou com fome, mas não tenho vontade de comer. Na cama, de barriga para cima, penso no que vou fazer daqui em diante. Não tenho mais emprego, tive que sair do trabalho sem direito a nada, e preciso arrumar outro logo, pois minhas economias estão quase no fim. Estou triste e sinto a sensação de estar sozinho na vida. Há tempos não vejo minha mãe, Douglas é uma pessoa nova na minha vida e não sei se vai ficar, e minha Carla, que amo tanto, não sei como está e... Espera, minha amiga, eu posso ligar para ela. Pego meu telefone e mando uma mensagem para Carla dizendo que preciso falar com ela. Ela me responde dizendo estar muito feliz por poder se reencontrar comigo depois de tanto tempo e que podemos nos encontrar na Av. Paulista depois do trabalho, pois ela trabalha lá. Combinamos tudo e ficamos de nos ver em um dia. Eu fiquei mais feliz; verei minha amiga que não vejo há meses.
Coloco o celular na mesinha do abajur ao lado da cama. Meus olhos queimam por ter chorado muito; passo a mão sobre eles, mas isso só faz arder mais. Então, fecho os olhos e tento pensar em algo bom para relaxar. Espero alguns minutos, mas nada acontece, então coloco uma música lenta e tento me concentrar nela. Vou viajando na música quando escuto um barulho na porta do apartamento. Me levanto devagar, por estar com dor e com cautela, por não saber o que está acontecendo. Quando toco na maçaneta da porta do quarto, ela se abre, revelando quem tinha invadido minha casa.
- Eduardo, o que você está fazendo aqui? E como entrou na minha casa?

Será que eu deixei a porta aberta quando cheguei? Como o porteiro deixou ele entrar? Com um empurrão, ele me tira dos meus devaneios.
⁃ Vim terminar o que comecei! E você não achou que ia ser tão fácil se livrar de mim, achou?
⁃ Fora da minha casa agora! Eu vou chamar a polícia.
Dou as costas para ele e vou em direção à mesinha do abajur para pegar meu celular e pedir socorro, mas ele me pega pelo braço e me vira para ele.
⁃ Aonde você pensa que vai?
-Me solta!
Ele me joga na cama
⁃ Pronto para o segundo round?
⁃ Socorro, socorro, alguém me ajuda!
Ele sobe em cima de mim e tapa minha boca com uma mão e com a outra segura meus pulsos
⁃ Não adianta gritar, eu terei você aqui e agora, queira você ou não.
Eu mordo a mão dele e tento escapar, mas ele me esbofeteia duas vezes e puxa meu cabelo.

⁃ Assim você só se machuca mais.
Começo a chorar. 0 pesadelo estava começando outra vez; aquele monstro ia me violentar de novo e eu não ia poder fazer nada para me defender.
Ele tira meu short e rasga minha regata.
⁃ Sem cueca? Assim você facilita para mim. Até parece que estava me esperando, rsrsrs.
⁃ Socorro!
Como ninguém está me ouvindo? Será que ninguém vai me ajudar? Ele lambe meu rosto e pescoço e passa a mão em mim.
⁃ Eu não via a hora de pegar você de novo.
Eduardo me solta por um momento para tirar suas roupas e eu aproveito para escapar. Corro para o banheiro e tento trancar a porta, mas como moro sozinho, a porta está sem a chave. Ele força do lado de fora. Estou aguentando, e não sei por quanto tempo:
⁃ Por favor, alguém me ajuda!
⁃ Abre isso, Davi, abre logo!
Ele continua forçando e eu não aguento mais; meus dedos estão queimando. A porta se abre, ele me agarra e me leva para a cama de novo. Eduardo já estava sem as calças e a camisa, só de cueca.

Seu Poder Sobre MimOnde histórias criam vida. Descubra agora