O pior passou.

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Finalmente eu tinha encontrado meu pai, depois de tantos anos e perigos. Ele havia ficado triste com a notícia sobre minha mãe e minha irmã. Meu pai se mostrou forte na frente de todos enquanto estávamos no refeitório, mas quando chegamos ao seu quarto, ele desabou em lágrimas mostrando que sofria pelas perdas. Ele sabia que nunca mais teria os abraços de minha mãe e os sorrisos de minha irmã e isso doía mais que uma facada.

O meu quarto era pequeno, tinha uma cama de solteiro no canto, um pequeno banheiro e uma mesa simples. Tyler tinha sido mandado para um quarto com outros soldados, voltaria a exercer o cargo dele.

— Filha, posso entrar? — Meu pai bateu na porta, me levantei para abri-la — Eu não consigo tirar a culpa das minhas costas, ainda me dói muito...não sei como você aguentou todos esses anos sozinha.

— Pai, o pior passou, não tem como voltar. O que me manteve forte foi buscar pelo senhor. Vamos aproveitar que estamos juntos e seguros.

— Você passou por tantas coisas e eu não tive oportunidade de perguntar exatamente o que aconteceu, agora me conte o que aconteceu com seu braço?

— Eu fui mordida e para me salvar, Tyler cortou meu braço, impedindo que o vírus espalhasse pelo meu corpo. Pai, eu prefiro não comentar as coisas que aconteceram.

— Filha, mil desculpas por isso...— Ele me abraçou e se afastou em seguida — Vou ver o que eu posso fazer para te ajudar, temos alguns dos melhores médicos e engenheiros...talvez eu consiga uma prótese.

— Não se desculpe, isso foi minha culpa — olhei nos olhos dele — eu agradeceria se conseguisse.

— Tenho culpa por ter deixado você e sua mãe sozinhas — ele segurou minha mão — Vou procurar uns médico para fazer isso, não será a melhor prótese mas será eficiente.

— Não tem importância, pai. Eu só gostaria do meu braço de volta para voltar a atirar e tocar violão, se tiver algum por aqui.

— Me espere aqui, troque de roupa, tome banho e me espere — Ele me olhou saindo do quarto — Olá, Tyler não é?

— Olá, senhor. Sim, esse é o meu nome — Tyler disse entrando no quarto — Não pude deixar de escutar, você toca violão?

— Sim, desde meus 9 anos — sorri olhando ele se sentar ao meu lado — um dia vai ver — Sorri e dei um beijo nele.

— Hm...é difícil ficar longe de você — Ele sorriu se afastando.

— Tenho que tomar banho, me espere aqui — Me levantei tirando a blusa com dificuldade.

— Sério? — Tyler se jogou na cama e colocou o travesseiro na cara rindo — Isso é sacanagem, acho que vou tomar um banho também.

— Pode ficar aí, não tire o travesseiro — Joguei minha calça na cama e corri para o banheiro. Entrei para o banho, a água gelada me fazia querer ficar ali, parecia que cada gota tirava toda tensão do meu corpo, apesar de ter encontrado meu pai, eu ainda não estava feliz, nem mais calma. Em meio aos meus pensamentos sai do chuveiro me enxugando rapidamente, coloquei uma roupa e fiz um curativo no ferimento do abdômen.

— Eu me sinto incompleta — Falei sentando ao lado de Tyler na cama, entreguei o pente a ele que penteou meu cabelo.

— Licença — Meu pai disse entrando no quarto e nos olhou.

— Pode entrar, Pai — Tyler se afastou

— Então, conversei com eles e me disseram que...

Apocalipse Zumbi - A Era Dos Mortos Vivos Onde histórias criam vida. Descubra agora