O bunker

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Capítulo revisado
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      Mesmo ferido, Tyler estava focado em conseguir algo do rádio, passou o resto da tarde sentado próximo a mesa tentamos ouvir qualquer chamado.

— Desculpa, mas estou curiosa para saber — me aproximei dele o entregando uma lata de feijão com salsicha — Onde estavam seus companheiros?

— Como assim?

— Quando te encontrei, você estava sozinho...onde estava o resto.

Ah, eles...eu não sei...quando acordei o carro já tinha capotado e não havia mais ninguém ali...— ele pegou o garfo e cavucou a comida.

Hm...acha que te deixaram para trás?

— Talvez acharam que eu estava morto ou algo pode ter acontecido com eles também — Tyler deu de ombros e começou a comer — Não sei...

Hm — dei de ombros e fui até a cama onde minha irmã brincava com o ursinho.

— Também estou curioso...você conhecia esse tio seu?

— Sim, mas fazia anos que eu não o via, meu pai e ele eram brigados — me sentei.

— Em tempos como esse, o melhor seria você permanecer aqui nesse bunker...todos os refúgios vão estar um caos, estará mais protegida aqui.

— Eu não vou ficar longe de meu pai — o olhei — Não irei perder mais ninguém da minha família.

— Seu pai não terá tempo para você, Agnes. Ele agora deve estar servindo o governador ou até mesmo o presidente.

— Eu não ligo, mas eu devo reencontrá-lo como ele me prometeu! Como vocês prometeram a ele quando tiraram de casa.

— Tanto faz — ele se levantou depois de terminar de comer — Eu vou dormir...qualquer coisa me acorde.

— O que poderia acontecer nesse bunker?

— Muitas coisas, Agnes — ele se deitou no sofá — As pessoas perdem o juízo quando o caos bate na porta e você não gostaria de conhecer alguém desesperado por um lugar seguro como esse.

~•~

       Desde aquela conversa com Tyler, havia se passado quase 3 meses. Não havia um dia que eu ou Tyler permanecia por horas tentando contato pelo rádio, mas parecia que ninguém poderia nos ouvir.

— Eu desisto — ele se levantou bufando — Como ninguém pode estar recebendo nossas chamadas?

— Talvez devíamos ir lá para fora — o olhei.

— Eu já te falei sobre isso, não dá.

       Há poucas semanas atrás, eu havia sugerido para Tyler que vasculhássemos as ruas atrás de pessoas, mas aquela ideia havia desagradado ele em um nível diferente do homem calmo que eu havia encontrado no primeiro dia. Eu o questionava qual seria o motivo de ele não querer ir lá para fora, mas ele sempre enrolava ou fugia daquele assunto.

— Por que? Por que você nunca me conta o motivo?

— Você quer morrer? Você quer que sua irmã morra? Você quer virar uma daquelas criaturas?

— Mas é só a gente ter cuidado, o que não dá é para ficarmos aqui como cegos sem saber de nada.

— Agnes, as pessoas devem estar desesperadas do lado de fora — ele balançou a cabeça — Quem não se preparou como seu tio, mataria para ter pelo menos uma noite sob esse teto!

Arrgh! Não dá para conversar com você — peguei minha irmã no colo e comecei a balançá-la para se acalmar já que ela chorava devido ao estresse.

— Nós ficaremos aqui até que eu veja que está tranquilo do lado de fora — Tyler respirou fundo e se sentou novamente — Eu falei que te protegeria e te levaria até seu pai e é isso que eu vou fazer.

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