Capítulo 5 - Explosão

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—Já te disse que ele te ama, mas não, você insiste em achar que ele está te traindo com uma secretária de quinta! Céus! Tem horas que eu acho que ou você é surda ou quer dar uma de dramática! Lauren, pelo amor dos seus filhos, pare de chorar desse jeito! — Joana respira fundo e eu soluço sentada na minha mesa.
—Eu só me tornei alguém tão ligada ao Carter, não me vejo mais sem ele. Jo, eu não quero perder o meu marido, sabe, às vezes tenho medo de que isso aconteça e a culpa seja minha!
—Não vai acontecer!
—Eu não tenho essa certeza! — respiro fundo e ela bufa.
—Lau, fala com a Edna e vá mesmo para o Brasil com ele, sei lá, vá se divertir minha amiga... Respirar ares novos, aquele lugar é tão lindo, e vocês podem ir em outras praias, lembra que o Matt comentou de Natal? Ou Fernando de Noronha? Lau vá e deixe seu trabalho de lado.
—É o que eu vou fazer imediatamente! — ela sorri de modo que eu escute— e que se dane tudo!
—É isso ai! Dá um beijo nos meus amores!
—Sim, estou com saudades das minhas crianças... Obrigada!
—Nem tem o que agradecer.
Desligo o telefone e saio da minha sala, passo pelo corredor correndo e vou até a sala do meu marido. Uma sala que é quase parecida com a de Toronto, tem a sala da Cindy que fica dentro da dele como era a minha.
Abro a porta. Carter e Cindy estão lendo algo no computador um do lado do outro e me encaram.
—Lau, você me assustou... Poderia ter batido na porta antes— ele fala me encarando.
—E desde quando eu tenho que bater para entrar na sua sala? — ele revira os olhos.
—Você estava chorando? Aconteceu algo?
—Não, só é uma irritação— minto. Ele se levanta e olha nos meus olhos examinando.
—Passa um colírio Lau— porque não me chama de amor ou pequena na frente dela?!
—Quero te falar uma coisa! — olho para Cindy fazendo menção dela sair e Carter me encara.
—Vou para a minha sala. — ela fala e eu espero ela entrar e então começo.
— Andei dando uma olhada nas papeladas e... Bom, dá para termos uma folguinha e viajar! — ele sorri animadamente. — depois eu resolvo as demais empresas.
—Ah pequena— tem que ser na frente dela— sério?! — me abraça.
—Quando podemos ir?! — ele sorri.
—Quando quiser!
—Gente, eu detesto ouvir por trás da porta, ou ter que me intrometer— reviro os olhos para a Cindy— mas Carter, você tem aquela ação de um mês para a empresa da Dynamite. Você esperou tanto por isso, se acaso se ausentar pode perder— ele revira os olhos.
—Havia me esquecido!
—Amor, se conversar com o César ele vai entender— falo animada. — ele é tão legal!
—O César não é o dono— ela fala de uma vez— é apenas um gerente de marketing— eu respiro fundo entendendo sua provocação— a não ser que ele seja casado com a dona da empresa— finge ser uma piadinha.
—Escuta aqui, quem é você para decidir o que o meu marido vai ou não fazer? — Carter me encara ajeitando a gravata. — Para começar, nem era para você se meter.
—Lauren me desculpa. — ela fala baixo.
—Lauren o que é isso?
—Eu vim falar com você não com essa atrevida de quinta que nem tinha que responder.
—Lauren! — ele fala rude— ela só está me falando de algo que lutei meses para conseguir! — eu o encaro.
—Vai defender essa vadia?! — falo nervosa e ela começa a chorar.
—Lauren você ficou louca? Peça desculpas para ela agora!
—Não precisa Carter— ela faz menção de ir até a sala dela e ele a segura.
—Não vou pedir desculpas! — falo rude.
—Peça desculpas agora se não a gente vai brigar feio— ele soa nervoso e eu abro a porta.
—Pois então, quando você chegar em casa a briga será feia! — bato a porta e saio sem dizer mais nada.


Mal trabalho o dia todo e evito passar por Carter, ele nem sequer me ligou ou tentou falar comigo. Termino meu trabalho e resolvo ir embora de táxi, vou até a minha sogra pegar meus filhos, mas, prefiro pedir para que a minha sogra fique com eles mais essa noite. Dessa vez não é para transar ou ter uma noite de sexo e sim para brigar como prometido.
Mando uma mensagem no celular de Carter.
*Estou na sua mãe, peguei um táxi, daqui a pouco vou para casa!*
Ele não me responde e eu nem faço questão que me responda mesmo.
—Mamãe— Miguel corre as escadas e eu o abraço, em seguida Ally vem depressa.
—Mamãe— sorri e me abraça.
—Cadê o papai? — Miguel pergunta.
—Estou aqui meninão— a voz dele me faz congelar e Edna para ao meu lado entendendo tudo, impressionante, ela sabe quando brigamos desde a época que só fingíamos ser namorados.
—Eu vou levar eles na casa da tia Rose hoje— Edna fala e Ally olha pra mim.
—Ah mamãe, as férias estão acabando e nem aproveitei você— ela me abraça e Miguel faz o mesmo.
—É mamãe— Carter me olha.
—Precisa mesmo deixar eles aqui?! — é a primeira frase que ele fala comigo desde que chegou.
—Sim— falo seca.
—Já vi que vão brigar! — Miguel fala me olhando.
—Não briga não— Ally nos encara, me ajoelho para ficar da altura dela.
—A vovó Edna me pediu para deixar vocês aqui, ela vai fazer a batata recheada que vocês amam e me pediu para deixar vocês aqui... Amanhã eu prometo que venho pegar vocês e no sábado podemos sair!
—Nós quatro? — Miguel pergunta.
—Claro meu amor, nós quatro— Carter responde e eu assinto.
—Então subam para tomar um banho, dá um beijo na mamãe e no papai. — Edna fala para os dois que me abraçam e em seguida Carter— e vamos logo ao banho! — quando eles sobem, ela se vira para nós— Duas crianças! Não sei o que aconteceu, mas os dois sem olhar um na cara do outro pareciam duas crianças! — ela sai nervosa.
—Vou pegar um táxi— falo nervosa e ele segura no meu pulso.
—Você vai de carro comigo, pelo amor de Deus né Lauren! — eu reviro os olhos e pego minha bolsa saindo na frente.
Acho que essa noite vai ser bem diferente da anterior. 

Querida LaurenOnde histórias criam vida. Descubra agora