Querida Lauren

Capítulo 10 - Não pode ser

Nos revezamos entre um e outro ficar no carro com as crianças para resolver algumas coisas... Fui até a minha sala correndo e em uma alegria incomparável, estava tão bem que graças aos anjos não cruzei com a diaba loira que adorava cruzar meu caminho. Voltei de pressa e Carter me deixou no carro com os dois para poder passar algumas coisas para ela. Não podíamos deixar esses dois entrar porque se não a bagunça era garantida e ninguém segurava os dois então, sempre que íamos até lá evitávamos de deixar esses pestinhas tocar o terror na WS.

Olho no relógio e vejo que já faz tempo que Carter está lá... A música que toca na voz da Rihanna faz Ally cantar e dançar atrás de um modo bonitinho, mas eu nem presto atenção... Minha cabeça gira e eu já começo ter pensamentos nada bons.

—Jenna— grito quando vejo uma das meninas da repartição de cima passar. — vem aqui.

—Bom dia senhora Lauren!

—Bom dia Jenna, você poderia ficar com meus pequenos? Vou atrás do Carter rapidinho eu juro!

—Tudo bem Senhora Lauren, mas, estou atrasada!

—Sem problemas, pede para a Kim incluir no sistema, eu autorizo depois.

—Está bem então— saio correndo e ela entra no carro com eles.

Mal falo bom dia e já pego o corredor de Carter, escuto alterações de voz, o que ela está brava.

—Eu tenho certeza que isso é coisa da Lauren!

—Cindy, eu nem ia falar agora, só falei porque preciso passar seu nome para a repartição de cima.

—Carter— eu me escondo da fresta da porta e encosto na parede. Ela fica quieta— Se ela quer que você saia daqui imagina se ela descobrisse que a gente se beijou— o que? — ou você contou?

—Fica quieta— ele grita e bate a porta, me aproximo mais— está louca? Quer acabar com o meu casamento? E além do mais você se atirou para cima de mim em um dia que eu estava frágil e vulnerável, já devia ter te tirado daqui.

—Por isso que vai me tirar— não tenho mais forças para ficar ali. — contou para ela sim não foi?

—Ela me mata... Amo a minha mulher Cindy! E nem adianta... Você vai ser transferida! — abro a porta. —Lauren— ele se assusta.

—Calma, eu não vou te matar! Mas, nosso casamento acaba aqui! — ele está pálido— eu sempre soube né Carter. Sua piranha— me atiro para cima dela e Carter me segura.

—Ah Lauren pelo amor né, se você se garantisse não teria medo de mim! E se quer saber a gente se beijou, se amassou e eu poderia ter conseguido muito mais que isso se eu quisesse.

—Cala a boca Cindy— ele grita.

—Me solta Carter— saio dele e faço menção de sair, pego o porta caneta e jogo em cima dela a fazendo desviar. — Piranha! Seu idiota! Esquece qualquer coisa comigo!

—Amor, por favor, eu preciso me explicar— ele me encara nervoso e passa a mão no cabelo— eu juro que tem uma explicação.

—Vai dar explicação para a puta que pariu essa vaca da sua secretária.

—Me respeita Lauren— ela grita.

—Se eu jogar vai ser a cadeira, e vou acertar sem dúvidas! — Carter segura meu braço e eu respiro tentando controlar minhas lágrimas. — Me solta, vou levar meus filhos para casa! Se vira, pega um táxi ou volta com ela... Aliás, vá morar com ela... Não quero mais você na minha casa.

—Não, amor! Não— ele chora— eu te amo.

—Se amasse não me trairia! Cretino! — saio depressa e bato a porta!

Eu não vou conseguir sair dali e demonstrar calma para os meus filhos que estão empolgados, mas não vou conseguir ir para um lugar que iria com o Carter... A voz dela ainda ecoa na minha mente e perfura meu peito feito uma espada me fazendo chorar sem saída. *Se ela quer que você saia daqui imagina se ela descobrisse que a gente se beijou*.

—Senhora Lauren— Benedita aparece segurando meu braço e eu vejo tudo girar— vem beber um copo de água. — ela me entrega um copo com água gelada.

—Benedita, me faz um favor? Liga para a minha cunhada e pede para ela vir com o meu cunhado buscar os meus filhos? Fala para ela que estamos aqui na WS e que chegando aqui eu explico.

—Sim! Estou indo lá.

—Lauren— Carter aparece nervoso e se ajoelha perto de onde estou, todos olham. — Circulando todo mundo, aqui não é circo.

—É sim, olhem a palhaça Lauren!

—Me deixa explicar!

—Sai daqui Carter, se não eu sou capaz de jogar essa água em você.

—Lauren, me perdoa... Foi um momento de fraqueza— sem pensar jogo o copo de água na cara dele e ele fecha os olhos enxugando com o paletó.

—Explicar o que? Que você mentiu para mim? Que me disse que eu imaginava coisas? Queria manter ela lá para que? Some daqui!

—Quem está com as crianças.

—A Jenna! Agora sai da minha frente Carter! — ele assente.

O choro sai do fundo do meu peito e eu me permito chorar sem me importar com mais nada, coloco minhas pernas na cadeira e abraço meus joelhos. Quando menos espero minha cunhada aparece correndo.

—Ei Lau— eu me levanto e a abraço, ela me aperta contra si e me dá um beijo na testa deixando que eu chore sem me perguntar o que aconteceu.

—Meus filhos?

—O Jon está lá com eles... Foi o Carter?

—Ele beijou ela Rose, escutei uma confissão dela, ele me disse que foi um deslize, um momento de fraqueza.

—Não acredito! Vou falar com o Carter!

—Me faz um favor? Leva os meninos para a sua casa? Eu não quero que eles me vejam assim, vou para a minha casa... Eu não quero o Carter mais lá!

—Nossa Lau, isso me dói! — ela abaixa a cabeça— certeza que acabou?!

—Sim Rose— a abraço e choro mais— Isso dói muito mais em mim!

Eu queria na verdade que fosse um pesadelo, que a qualquer momento eu fosse acordar e ver Carter sorrindo para mim por me ver falar algo dormindo ou me debater suada na cama. No fim, as palavras de Jon ecoam na minha mente... Ele procurou onde não tinha... Acho que essas brigas não fez o sexo de fato valer a pena. Céus, eu estou em prantos e não consigo nem sequer sair da cadeira onde a Benedita me deixou tem um tempo, Rose já foi levar meus filhos e eu pedi para que Carter sumisse... Dizer que estou um bagaço não vai mudar nem melhorar nada, assumir que meu peito dói não vai me deixar menos ferida. No fim, me sinto como da outra vez que brigamos por conta do Will, só que daquela vez não havia culpados, somente o Will.