Capítulo 11 - O Fim Mesmo? (Carter Harper)

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(Escritora:

Meninas, ai vai uma visão do Carter... Calma, tudo vai se ajeitar

Att,

Wendy Falls)



—Será que dá para ao menos deixar que eu seque você? Vai te dar um resfriado nesse ar condicionado Carter! — Cindy aparece com uma toalha da WS e eu retiro da sua mão.

—Você destruiu meu casamento! — ela senta na cadeira na minha frente e eu coloco a toalha no canto sem me importar com minha camisa molhada devido a água que Lauren jogou em mim. — Você sabe melhor do que ninguém que a culpa foi sua.

Havia brigado com a Lauren uma noite depois do nosso sexo maravilhoso, naquela tarde, antes de tudo, Cindy havia se insinuado para mim e me dito que eu era o grande amor dela no momento, tentou me seduzir e disse que se contentaria com uma transa sequer. Trair a Lauren nunca foi algo que eu pensei em fazer, nem sequer tive vontade. Claro que eu dei um fora nela e confirmei o medo da Lau em eu estar com ela, o sexto sentido das mulheres é impressionante! Algo que me assusta.

Instantes depois, eu liguei para Matt que está em Toronto na matriz da WS, contei a ele tudo o que havia a acontecido. Na hora ele me disse que a Lauren iria me matar, o melhor era eu ficar quieto e não contar nada a ela. Tive vontade sim, eu ia contar e ela ia ficar com muita raiva, iria fazer escândalo e esquecer o profissionalismo, minha mulher havia desenvolvido um ciúme imensurável ao passar dos anos.

Depois da briga que eu e Lauren tivemos cheguei à WS com tanta raiva e tão desiludido, parecia que estava começando a tudo desandar no nosso casamento. Eram brigas banais e que se eu parasse para tentar entender não entenderia nunca. Cindy veio cheia de sedução naquela tarde, ela percebeu que estava com raiva e nervoso, me ofereceu uma massagem dizendo que eu estava tenso, quando dei por mim estava sem o paletó na sala dela e recebendo sua massagem, para falar a verdade, eu nem dei por mim que ela estava no meu colo e havia começado um beijo que é claro que no começo eu correspondi, mas não demorou para que eu a empurrasse.

Havia pedido para não ser incomodado porque de fato teríamos muito relatórios e por conta disso não pude expulsar ela dali, além do mais ela começou a chorar me pedindo desculpas e eu detesto ver mulher chorando, fiquei por ali mesmo e simplesmente agimos como se nada tivesse acontecido olhando relatórios e rindo, foi ai que a minha esposa chegou... E é claro, se eu bem conheço a Lauren ela já montou o quebra cabeça.

—Carter eu não vi ela ali!

—Você não devia ter dito mesmo que fossemos só você e eu... Essa porra de empresa tem ouvidos e esses funcionários amam uma fofoca do chefe!

—Para de gritar comigo— ela pede e eu percebo que estou gritando mais do que deveria.

—Amanhã você vai para a outra repartição! Dê graças a Deus por não ser despedida!

—Carter não— ela chora e se aproxima— pelo amor de Deus não faz isso comigo! — abro a porta e vejo muitos funcionários nos encarando.

—O que foi? Circulando! Acho que ninguém quer ser despedido! — todos eles começam a se esbarrar saindo do corredor e eu saio em passos nervosos com Cindy atrás de mim.

—Carter, me perdoa! — ela está desesperada— eu amo o que eu faço, eu adoro ficar ali, eu juro que não vou falar nada para ninguém, vou ser uma secretária profissional e...

—Eu tenho uma mulher para reconquistar depois desse escândalo! Acha mesmo que eu vou deixar você ali?! Some da minha frente. — sigo sem me importar e respiro mais fundo para que a minha cabeça não estoure.

Vejo meu carro estacionado e vazio, vou até o guichê e pergunto a uma funcionária da qual nem sei o nome.

—Bom dia senhor Carter!

—A senhora Lauren está ai ainda? — nem sequer respondo seu bom dia e ela fica sem graça— desculpe, bom dia!

—Tudo bem! A senhora Lauren deixou a chave do carro, uma funcionária foi leva-la porque ela estava muito mal para dirigir. — aquilo me parte o coração— disse para o senhor ir para a casa dela. — a Lauren vai me expulsar da nossa casa!

—Está bem! Obrigado!

Pego a chave e vou em passos largos, estou com meu coração partido, o que era para ser um acampamento maravilhoso acabou se transformando em um dia fatídico e desesperador. Abro a porta do meu carro e ao ver a boneca de Ally eu me sinto ainda pior, começo a chorar sem me importar com mais nada, giro a chave do carro e dou partida.

Acho que hoje nem estou respeitando muito as leis de trânsito, já fui xingado algumas vezes e quase atropelei uma mulher, mas, minha cabeça está a mil e os meus olhos mal enxergam uma placa sequer.

Quando paro em frente a minha casa, algo me dói, começo a querer chorar, me lembro de tanta coisa, do nosso primeiro dia na nossa casa, do meu ciúme dela com o arquiteto, dos nossos filhos dando os primeiros passos e da época que eu tinha que ficar com eles e ela só viajava.

Tudo acabou?

Não se eu lutar!

Abro a porta da sala e me deparo com as minhas duas malas no pé da escada, ao lado delas Lauren está sentada no último degrau, ela me olha assim que escuta o barulho, seus olhos estão vermelhos e inchados, seu rosto está pálido e sua boca seca.

—Lauren eu...

—Coloquei as roupas que mais usa, a sua escova de dente e alguns perfumes, joguei tudo ai dentro, depois se quiser venha buscar o resto quando eu não estiver. — ela fala gélida.

—Lauren, não é para tanto! Faça mil favores!

—Quando você achou que eu tinha beijado o Will o que você sentiu? — fico em silêncio— então não é para tanto?

—Eu te amo— falo baixinho e ela olha para o teto.

—Eu sabia que aquela vagabunda ia conseguir.

—Me perdoa, eu vou mudar ela de repartição, ou a demito se quiser eu...

—Não, quero que pegue as suas coisas e suma daqui.

—Lauren, e os nossos filhos?!

—Você poderá ver eles, mas de preferência quando eu não estiver por perto, agora some Carter— ela grita e eu assinto pegando as malas.

Sem responder, apenas me viro saindo da minha casa, a deixando ali... Meu peito queima e eu sinto uma dor terrível, aquela mulher era a minha vida e eu destruí isso em segundos de idiotice, de pura e banal idiotice!


Querida LaurenOnde histórias criam vida. Descubra agora