Ally e Miguel estão rindo o telefone com o pai enquanto eu guardo as roupas no guarda roupa do meu antigo apartamento, decidimos guardar, já que a casa de Carter havia sido vendida, nada mais justo que deixar um local garantindo caso precisarmos ir para Toronto. Cada parte desse local me faz ter alguma lembrança, talvez isso seja bom. O frio daqui me faz percerber o quanto estava desacostumada com esse clima.
Quero passear com meus filhos, mostrar todos os pontos que mais me inspiram, ter tranquilidade e sorrir, preciso muito disso.
-Mamãe, o papai quer falar com você- Miguel grita e eu paro por um minuto.
-Fala que depois eu ligo para ele.- meu filho assente cabisbaixo e eu respiro fundo.
-Pai, ela te liga mais tarde! Amamos você... Ela também ama!- molequinho!
-Prontos para passear em Toronto?- Falo animada e os dois assentem.
Fecho o apartamento e olho para o hall, estou em um cenário que me traz ótimas lembranças, mas prefiro não me entregar a devaneios, não agora, não assim.
A tarde segue agradável, meus filhos me fazem muito bem, e sei que com eles por perto posso pensar melho no que é exatamente certo a fazer. Talvez a ingenuidade de duas crianças possa me responder alguma coisa.
Sinto meu celular vibrar, pego o aparelho. Carter!
-Alô?
-Você ficou de me ligar, mas eu não consigo esperar, só queria saber como voc~e está, e Toronto? Minha vontade era estar ao lado de vocês, Lau, sinto falta da minha família.
-Eu sinto falta também, só quero um tempo.
-E eu vou te dar um tempo! Amo você!-Desligo o celular depois de um silêncio que poderia ser traduzido como um eu também.
Aqui as coisas geralmente são mais amigáveis, as pessoas sempre sorriem quando passam por você, e eu não consigo explicar o quanto é bom ver a CN Tower de longe, saber o quanto já fui feliz por aqui e como a minha vida só começou por conta de ter vindo para cá.
A agitação dos meus filhos quase fazem que ele não peguem no sono, conto mil histórias e só o que eu vejo são brigas e pirralho, burra, chata, e de repente estão rindo no chão e brincando. Talvez a briga complete o amor.
Nada que um leite bem 1quente e uma coberta quentinha não resolva...
Sem sono, olho para eles por um bom tempo, meus anjos dormindo, dou um beijo em cada um deles e resolvo ir para a minha antiga sala. Não mexemos em nada, levei algumas coisas daqui, o restante ficou. O porta retrato onde estou com Carter permanece na prateleira me mostrando o quanto eu já fui feliz com ele.
A campainha toca e meu coração gela de repente. Esse horário? O porteiro nem interfonou! Algum vizinho? Will não seria...
Abro a porta.
-Carter?!- ele segura um buquê e uma garrafa de vinho.
-Disse que te deixaria pensar e te daria o tempo que fosse, mas, cansei de esperar na defensiva e não agir. Agir como a mulher que eu me apaixonei adoraria que eu agisse. Nossa Lauren, quantas burradas esse estúpido aqui já cometeu? Poxa- ele sorri - Eu já te acusei de coisas assombrosas, já fiz você passar por cada enrascada, quase te machuquei, ou melhor, machuquei por conta de um sofá, ou por conta de um orgulho idiota. Já fiz você fingir que era a minha namorada, te ligava de madrugada, te ofendi... Te trai... E ter a sua confiança- ele coloca a mão no batente e eu sinto uma lágrima descer no meu rosto.- Eu vim de Nevada até aqui sabe pra que? Para dizer que você pode ter o tempo que for para me perdoar de vez, pode não confiar em mim, pode colocar um detetive atrás de mim, mas não pode me impedir de tentar voltar para a mulher que eu realmente amo! - eu não consigo raciocinar Carter Harper!- Acho que não citei tudo que já te fiz não é? Mas tudo, tudo mesmo, eu agradeço a mim por ter feito. Você me deu três melhores coisas nessa vida. Nossos filhos e o seu amor.
-Carter...- falo tão baixo que nem sei se realmente as palavras saíram da minha boca.
-Eu vim, sem ter a certeza de qual seria a sua resposta, mas se for preciso vou para um hotel. Eu apenas vim! - respiro fundo e retiro as flores da sua mão, em seguida pego a garrafa, meus olhos estão cheios de lágrimas.
-Entra, vou colocar as rosas no vaso e guardar o vinho. Vai tomar um banho, quando você veio?
-Eu vim de jatinho logo depois que vocês entraram no avião, eu já estava aqui quando te liguei, já tomei banho, comi alguma coisa pela rua porque não via a hora de vir aqui, na verdade estava em um hotel essa tarde, deixei reservado caso você me expulsasse.- sorrio.
-As crianças estão dormindo no meu antigo quarto, ia aproveitar a cama enorme e dormir com eles, se quiser dormir lá, ou no quarto de hóspedes- vou até a cozinha e coloco as flores no vaso, ajeito o vinho na geladeira e sinto suas mãos na minha cintura, seus lábios param em meu pescoço e por mais que eu tenha que sair, eu apenas coloco as minhas mãos sobre a sua em minha cintura, ele me puxa mais contra si e eu disparo a chorar.
-Ah céus, minha pequena- Carter me vira para si e eu o abraço apertado sem vontade de largar nunca mais- Amo você, eu sinto tanto a sua falta, deixa eu me desculpar, pelo amor e Deus me deixa voltar a ser o seu marido.- ele me aperta mais e eu choro sem conseguir falar nada, apenas chorar muito. - Shhh minha pequena, estou aqui, estamos aqui, vai passar essa dor que a gente está sentindo.
-Você me fez de idiota, me fez sofrer, quebrou uma confiança que tinha em ti, me fez mal de mais. Eu não devia estar te desculpando, eu nem devia estar chorando desse jeito nos seus braços.
-Todo mundo erra Lauren, eu errei de um jeito horrível, mas me deixa consertar isso.
-Vai demorar para esquecer isso Carter.
-Pode demorar, desde que seja do meu lado, eu deixo que você demore o tempo que for minha pequena.- ele beija minha testa- amo você Lauren!
-Amo você Carter, amo muito.
-Posso te beijar como a minha mulher?
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Querida Lauren
RomanceOs anos se passaram, Ally e Miguel já estão com seis anos... A WS tem ido de vento e poupa, eu não poderia estar mais feliz que qualquer mulher nesse mundo inteiro. Carter e eu ainda somos o mesmo casal de antigamente, eu amo esse homem e agradeço...