Capítulo 8 - Explicações

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—Ainda estou tentando entender o porquê ninguém pode entrar aqui ? Cadê seu terno e porque você está sentado ao lado dessa vadia?! — ela se levanta nervosa.

—Eu não sou obrigada a ser ofendida por você Lauren— bate a porta e Carter se levanta.

—Derrubei café no terno e retirei, a gravata está frouxa porque eu sempre faço isso quando preciso vir aprovar algo que a Cindy me passa, e não queria que ninguém interrompesse porque hoje estamos com muita coisa!

—Ah sim, isso é engraçadíssimo não é mesmo?!

—Não começa porra! — ele grita e eu o encaro.

—Pelo jeito o meu querido não vai poder ir agora— ele pega a chave do carro e me entrega nervoso.

—Eu pego um táxi depois! — fala seco.

—Continue seu "muito trabalho" com a sua querida secretária! Eu vou ficar com os meus filhos. — vou até a porta principal e ele me segue.

—Nossos filhos! — ele grita.

—Que se foda! — olho para a vadia loira que sorri ironicamente para mim e saio, ah que se dane ser forte.

Acho que estou pensando nisso desde a hora que peguei o carro e sai da WS, durante o percurso ouvi uma música da Rihanna e o refrão não sai da minha cabeça. -What now? I just can't figure it out...What now? I guess I'll just wait it out (wait it out)...What now? Ohh what now?- É o que eu me pergunto incessantemente, o que fazer, e agora? Acho que as coisas só tendem a piorar, parece que meu casamento caminha ao fracasso.

Sei que estou me fazendo de forte, mas, me permiti chorar durante o caminho da WS até a casa da minha sogra. Dei várias voltas até ver que realmente estava forte e podia chegar e pegar os meus filhos para que eu pudesse descansar a minha cabeça.

Vi meus sobrinhos lindos e Luna que sorriu toda feliz a me ver na casa da nossa sogra, mas, eu não tive vontade de ficar conversando ou mimar meus sobrinhos, a única coisa que eu fiz foi pegar Ally e Miguel que estavam mais que contentes em me ver e sair dando graças a Deus que a minha sogra estava encantada com seus netos e nem percebeu que eu estava com uma cara péssima!

Fiz algo rápido para meus filhos comerem, os dois eram mais que fascinados por batata, toda a vez que eu fazia qualquer coisa que as envolvessem já era uma alegria para eles e com certeza para mim que via eles comerem esfomeados e com gosto de mais.

Depois que terminaram coloquei os dois no banho e em seguida foram escovar os dentes, sempre brincando e brigando, como esses dois brigam, é algo até engraçado as vezes. Para falar a verdade, eu me sentia tão mãe quando estava com eles, eu simplesmente amo esses dois e com certeza faria de tudo por meus filhotes.

—Mamãe, coloca Detona Ralph?! — Ally pede e Miguel me olha.

—Você disse que íamos assistir Alvin e os Esquilos três juntos!

—Mas a mamãe ama o Ralph Miguel, ela tá tristinha. — eu sorrio para ela.

—Então vamos ver o Detona Ralph mãe— ele me dá um beijo.

—Cadê o papai? — Ally pergunta.

—Trabalhando— falo depressa— e a mamãe não está triste... Que tal assistirmos Divertidamente?

—Eba— eles falam em coro e eu sorrio. Coloco na minha TV e deito no meio dos meus pequenos, olho no relógio e já beira oito da noite e nada do Carter chegar. Acho que está na hora de eu tomar alguma atitude.

Faço carinho nos dois enquanto um filme que eu gosto muito roda na minha TV, porém, eu nem consigo prestar atenção, na verdade a cena de hoje a tarde quando entrei na sala de Carter não sai da minha cabeça. Quero chorar, ou sei lá, quero tirar essa dor no meu peito e essa vontade louca de fazer uma besteira com aquela louca.

Olho para o meu lado e vejo Ally dormindo, e do outro Miguel dorme mais que profundamente. Beijo a testinha deles e resolvo ir para o meu banho, coisa que já deveria ter feito antes, mas, mãe sempre cuida primeiro dos filhos! Na verdade, nem comi nada. Se bem que meu estomago não está com vontade de que nada caia nele. Está embrulhado e dolorido.

Saio do banho e visto meu robe, olho os dois e apago a luz do meu quarto deixando a TV ligada bem baixinho. Desço as escadas e olho pela janela de vidro na entrada da sala, vejo um táxi parado e respiro aliviada, já beira nove e meia da noite.

Agora eu vou querer saber o porque dele chegar esse horário.

—Que susto— ele fala assim que abre a porta e me vê de robe olhando para ele.

—Isso que você iria chegar cedo para ficarmos com nossos filhos.

—Muitas coisas— ele coloca o terno no sofá e responde friamente— ou vai começar o grande show de desconfiança da Lauren?

—Carter faça mil favor! Se você entrasse na minha sala após a minha secretária falar que dei ordens expressas para ninguém entrar, e me visse rindo com um funcionário da WS... Ah e detalhe, sem uma parte da minha roupa, o que acharia.

—Que você está trabalhando e deve ter acontecido algo com a sua roupa! — fala de uma vez e tira a gravata se jogando no sofá, solto uma gargalhada. — o que foi?

—Ah Carter, conta outra! Você é o cara mais desconfiado e ciumento que eu conheço.

—Chega, eu não estou afim desse papo!

—Chega mesmo! Eu não estou mais afim disso! Eu pensei muito hoje. — ele me encara. — Ou você toma uma atitude perante essa mulher ou eu tomo uma atitude com a gente!

—Ah não, quantos anos que você tem? — vou até a geladeira e pego uma lasanha, abro o pacote respirando fundo e coloco no micro-ondas— para de agir como uma criança!

—Falou o cara que era uma criança total! — ele revira os olhos— Chega Carter! Eu não vou admitir meu marido com uma mulher que dá em cima dele.

—Chega— ele grita e vem até mim me encarando— Caramba! Eu não sou que nem você que era só brigar comigo e corria atrás de outro! — respiro forte e sem que eu perceba um tapa forte invade o rosto dele com a minha mão direita.

—Agora você foi mais longe que poderia! Não faça eu esquecer tudo de bom que vivi com você! Come a lasanha sozinho e durma longe de mim. Vou dormir com os meus filhos! — ele segura meu pulso.

—Me desculpa, eu fui longe e...

—Se foda Carter! — saio dele e vou em direção do meu quarto.

Entro no meu quarto e me permito em chorar de ódio ao me lembrar das coisas que ele me disse...

***(Querido Chefe)

Olha lá— Will disse nervoso e Carter o encarou.

—O que esse gigante loiro está fazendo aqui?!

—Estou com ele, eu o chamei e ele veio! E dessa vez você não vai nos atrapalhar!

—E depois vem me perguntar o porquê não quero nada, é assim? Não deu? Eu tento outro, não deu esse tento outro novamente e por ai vai não é mesmo Lauren?! — sem pensar viro um tapa em sua cara fazendo minha mão arder. Nossos olhos se cruzam e eu sinto que os meus estão encharcados de lágrimas.

—Lauren— ele ajeita o queixo e me olha com culpa.

***

Querida LaurenOnde histórias criam vida. Descubra agora