Após três ou quatro horas, finalmente havíamos chegado.
Havíamos chegado ao sítio onde ia ficar durante esta semana de experiência. A mansão Mason. Jennifer e Tom estavam bastante entusiasmados por ter aceite viver com eles esta semana. Durante a viagem fiquei a saber que eles eram a família mais conhecida e rica de Beverly Hills, que organizavam as melhores festas nos feriados e de caridade. Começava a arrepender-me da minha resposta, pois não era lá muito amiga de festas, não das festas que eles organizavam. Sai do carro e olhei em redor.
Segui-os até à entrada da casa e fiquei de queixo caído.
Quando voltámos para dentro, depois de termos visto a parte de trás da casa, estava uma rapariga a descer as escadas. Ela veio na nossa direção, comprimentou, provavelmente, os pais e depois ficou a olhar para mim. Esticou-me a mão e eu arqueei as sobrancelhas, fazendo-a ficar meio receosa.
Rapariga – Sou a Caroline.
- Dianna. – Apertei-lhe a mão e ela respirou fundo.
Caroline – Pensava que ia fazer figura de parva. – Riu-se.
- É melhor não comentar.
Caroline – Fiz, não fiz? – Dei de ombros.
Jennifer – Porque não mostras o quarto à Dianna? É tarde, ela deve de estar cansada.
Tom – Amanhã vamos ao shopping depois do pequeno-almoço, para escolheres algumas roupas e coisas necessárias.
Assenti e agradeci.
Subi as escadas atrás da Caroline e ela levou-me atè à última porta do lado direito e abriu-a, revelando o meu novo mundo. Olhei à volta do quarto e era 100 mil vezes o meu antigo.
Ao lado da cama tinha uma saída, provavelmente para a varanda e perto da secretária tinha duas portas, sem contar com a de entrada. Uma delas levava-me à casa de banho e a outra ao closet enorme.
Caroline – Deixei um pijama e uma muda de roupa na tua cama, para amanhã.
- Obrigada. – Ela assentiu e saiu do quarto.
Olhei para a cama, corri até à mesma saltando lá para cima. Comecei aos pulos e acabei por cair de rabo na mesma, ri-me baixo e olhei para o pijama que a Caroline tinha referido. Despi-me e vesti-o, era apenas uma camisa de dormir e umas meias pretas pequenas. Pousei a roupa na pequena mesa que havia à frente da cama e fui deitar-me. Pouco a cima da mesa, tinha um plasma não muito grande. Ainda pensei em ver um pouco de televisão, mas estava de tal maneira cansada que senti os meus olhos a querer fechar.
“ – Larguem-me! – Gritei ao mesmo tempo que esperneava.
Nem o facto de me espernear por todos os lados fazia com que me soltassem. Senti algo a apertar-me os pulsos e soltei um grito. Senti os meus joelhos a cair bruscamente no chão, mordi o lábio impedindo outro grito de sair. Levantei a cabeça, estava a ser observada por imensas pessoas, umas com um sorriso de gosto na cara, outras completamente assustadas. Uma rapariga aproximou-se de mim e apertou as minhas bochechas com apenas o dedo indicador e o polegar, fazendo os meus lábios ficarem esticados. Fez-me olhar bem nos seus olhos.
- Ou ficas no teu canto ou morres. A vida de rainha acabou princesa, prepara-te para o sofrimento.
Mal ela acabou de falar, dois homens bastante musculados arrastaram-me pelos braços até um lugar escuro e empurraram-me lá para dentro. Algo foi arrastado para a entrada daquele lugar, era uma especie de pedra enorme, que impedia qualquer luz de entrar naquele lugar.
- Tire-me daqui! – Voltei a gritar, enquanto as lágrimas surgiam na minha cara. – Tirem, eu não fiz nada de mal! – Voltei a gritar. – Odeio o escuro. – Sussurrei entre soluços. – Por favor, tirem-me daqui!
Gritei mais uma vez, mas foi em vão. “
Jennifer – Acorda Dianna! Dianna! Está tudo bem, estás a salvo agora. Abre os olhos, acorda, vá lá.
As imagens começaram a transparecer, à medida que uma voz desesperada entrava pelos meus ouvidos. Sentei-me de repente na cama e senti o rosto molhado, o corpo totalmente suado e a respiração acelerada. Abri os olhos e deparei-me com o Tom, a Caroline e a Jennifer em cócoras ao meu lado. No momento em que olhei para ela, ela colocou os braços à volta dos meus braços e puxou-me para um abraço.
Jennifer – Está tudo bem agora. – Assenti e a minha respiração começou a voltar ao normal.
- Não quero voltar para aquele sítio. – Murmurei.
Jennifer – Não vais voltar. – Assenti e ela afastou-se, levantando-se. – Vai tomar banho, sim?
Tom – Mais calma? – Assenti de forma a responder ás duas perguntas. – Estamos à tua espera para tomar o pequeno almoço, mas primeiro vê se ficas calma.
A Caroline estava a olhar-me. Pela maneira como olhava, tinha quase a certeza que se estava a perguntar o que é que tinha acontecido ou o que me fez acordar assim. Quando saíram do quarto, voltei a deitar-me e respirei fundo. Não queria continuar a ter pesadelos com aquele lugar, queria simplesmente esquecer. Lembrar-me de tudo o que aprendi, das lutas, do respeito que comecei a ganhar e esquecer as torturas e os treinos árduos. Alguns minutos depois, sai da cama e fui tomar um duche rápido, quando acabei, fui vestir-me rapidamente e sai do quarto.
Antes de entrar na cozinha, fiquei a observá-los. O Tom andava a correr à volta da bancada com a Caroline às costas e a Jennifer apenas assistia enquanto bebia algo. Respirei fundo e entrei na cozinha, logo eles pararam com a brincadeira.
Jennifer – Estás mais calma? – Assenti. – Apetece-te comer o quê?
- Sinceramente, não tenho fome. – Dei de ombros. – Fui obrigada a aprender a controlar a fome.
Tom – Mas agora é diferente, a comida nunca vai ser negada. Basta abrir os armários e o frigorifico. – Assenti novamente. – Não te vamos obrigar a comer, por isso estamos de saida, certo?
Jennifer – Certo. – Pousou a chávena e atirou-lhe as chaves.
Caroline – Vais adorar as lojas. – Olhei para o lado. – Os meus pais conhecem vários estilistas e no meio desses vários, há uma mulher, Tina, que adora fazer peças exclusivas para nós, nomeadamente vestidos para as festas e o que nós pedirmos. – Mostrei-lhe um sorriso. – Vais adorá-la!
- Estou a ver que sim. – Entrei no carro e fechei a porta.
Durante a viagem para o shopping, passámos pela praia. Estavam lá imensas pessoas já e era bastante cedo. A Jennifer anunciou que ia haver uma festa esta noite, pois uma amiga dela fazia anos. Acho que o nome da mulher era Pattie ou então Mary, ela referiu o nome de ambas, uma que ia ajudar e outra que era a aniversariante.
Caroline – A sério que a família M vai lá estar? – Revirou os olhos.
Jennifer – Não sei se as filhas vão, mas acho que é o mais certo.
Caroline – Oh mãe...
Jennifer – Ignora simplesmente.
- Familia M?
Caroline – Marcos, Mary, Molly e Megan. – Arregalei os olhos. – A Molly e a Megan têm 11 meses de diferença, achas normal? São tão irritantes. – Ela agarrou-se ao meu braço. – És um anjo caído do céu, a minha salvação!