Finalmente encontrei o esconderijo do Tuper.
Lembrava-me de cada vez que fiz o caminho para aquele lugar, com droga que havia roubado. Ele era o meu chefe em todos os crimes a mandado. Uns eu fazia só porque sim e outros, era paga para os fazer. Dai, ele não gostar de mim.
Denunciei-o quando fui para o BootCamp.
Olhei pela janela e vi-o a rir-se com os tropas dele. Tirei a arma da cintura e coloquei o silenciador. Sabia como fazer as coisas e meter-me com alguém desta zona, era bastante perigoso. Tuper, era maior traficante de Chino e arredores, todos os temiam. Eu mesma o temia. Mas após ter visto o meu irmão naquele estado, sabia que tinha de o vingar. Aqui é assim. Vinga-se os nossos, mesmo que seja sinónimo de perder a vida. A Shannon partiu o video e eu disparei contra os tropas dele, mas de modo a manté-los vivos. De seguida, retirámo-nos para junto da mota, que estava no começo da estrada, que nos levaria dali.
Depressa o Tuper e alguns dos seus tropas estavam à nossa frente.
Tuper – Que coragem Shannon... Quem é que foste contratar para fazer o trabalho sujo do teu namorado?
- Eu tenho o dinheiro Tuper. – Falei, fingindo ser a Shannon e sai da mota.
Tuper – Se o entregares, sais daqui com vida.
Estiquei a mão com o envelope cheio de dinheiro e coloquei a mão na cintura. No momento em que ele olhou para baixo verificando o dinheiro, eu voltei para a mota, sentando-me desta vez atrás da Shannon.
Eram 4am.
Tuper – Vejo que sabes fazer contas.
- Vejo que continuo a enganar-te muito bem. – Tirei o capacete, tirando logo a seguir o gorro.
Tuper – Dianna.
- Isto é pelo que fizeste com o meu irmão. – Tirei a arma do bolso e disparei contra a perna dele.
A Shannon logo acelerou a mota, pois eles preparavam-se para tirar as armas. Ainda dispararam contra nós, mas ela conseguiu desviar-se. A Shannon também era traficante, andava metida em corridas ilegais e esse tipo de negócios quando conheceu o Scott. Ela largou tudo por ele, mas obviamente o dinheiro não dava para pagar todas as merdas em que se tinha metido. Tuper foi o maior erro que ela alguma vez cometeu. Meter-se com ele, foi o seu maior erro.
8am.
Havíamos chegado a Beverly Hills.
Os meus olhos ardiam, pois estava super cansada. Sentia-me dorida e fraca, devido a não comer nada à imenso tempo.
Reparei que o carro do Tom não estava lá, procurei as chaves de casa e encontrei-as no fundo do meu bolso, reparando também que me havia esquecido do telemóvel. Provavelmente, o Justin estava super preocupado comigo.
Shannon – Podemos entrar? Quero ir ver o meu filho. – Assenti e comecei a andar.
Abri a porta e apontei para as escadas, para onde ela se dirigiu imediatamente. Entrei na cozinha e passei as mãos por água, peguei num pano e limpei as impressões digitais da arma, embrulhando-a com mais dois panos. De seguida sai da cozinha e subi as escadas para o meu quarto também, vi a Shannon sentada na cama a olhar para o filho e entrei no meu closet, escondendo lá a arma. Peguei em duas mudas de roupa confortáveis e entreguei uma à Shannon, entregando-lhe também uma toalha para que fosse tomar banho. Ela agradeceu e entrou na casa de banho. Peguei no telemóvel e vi imensas mensagens e chamadas não atendidas. Liguei para a Jennifer, pois era uma das chamadas que não atendi.
Chamada com: Jennifer.
Jennifer – Estou?
- Sim... Como está o Scott?
Jennifer – Como estás tu? O Tom contou-me o que fizeste.
- Estou bem e estou em casa, não precisas de te preocupar. O que fiz, não foi nada de novo e não, não matei ninguém. Agora, como está o Scott?
Jennifer – Está bem, apesar de ter perdido muito sangue, está vivo e estável.
- Posso ir vê-lo?
Jennifer – Ele ainda não acordou, assim que ele acordar iremos fazer alguns exames e só depois poderás vê-lo.
- Tudo bem, obrigada por teres cuidado dele.
Jennifer – Não tens que agradecer. Tenho que ir, estou no trabalho.
- Tudo bem. Até logo.
Jennifer – Até logo.
Chamada desligada.
- O Scott está estável Shannon, mas ainda não acordou! – Gritei.
Shannon – Ainda bem! – Gritou de volta. – Obrigada!
Não lhe respondi, pois o pequeno havia acordado. Ele começou a chorar e eu coloquei-o no meu colo e comecei a brincar com ele, conseguindo arrancar gargalhadas adoráveis.
Quando a Shannon terminou de tomar banho, sentou-se com ele na cama e tentou dar-lhe de mamar, pois não havia trazido biberon nem nada. Ela não tinha leite já e o Christian estava com imensa fome e a chorar imenso já. A Shannon perguntou-me se tinha iogurtes ou algo parecido e eu disse-lhe para ir ver ao frigorifico, pois precisava mesmo de tomar banho. Ela assentiu e saiu do quarto, enquanto eu fui tomar banho e vestir-me.
Quando entrei na cozinha, vi a Shannon a dar dois iogurtes ao Christian. Sentei-me perto dela e começámos a falar dele e do ano em que o Scott esteve fora... Apenas ela cuidou do filho, vi-o crescer. Sozinha, numa casa sem condições e com muito pouco dinheiro. Perguntei-lhe se nunca pensou em abortar e ela disse que aquela criança seria a unica recordação que ia ter do Scott, caso ele não saísse em liberdade. Disse que apesar de ter fé na liberdade dele, teve receio de estar a ter demasiada fé. Compreendi-a perfeitamente.
Longas horas se passaram. A Shannon acabou por adormecer com o Christian no sofá, cobri-os com uma manta quente e apaguei a televisão, olhando para as horas. Havia acabado de tocar lá na escola e dentro de minutos, a Caroline estaria em casa. Lembrei-me das imensas mensagens que tinha no telemóvel e fui para o quarto, abrindo-as e lendo-as uma a uma. O meu telemóvel tocou entretanto. Era outra mensagem do Justin. Pedia que fosse abrir-lhe a porta, pois estava bastante preocupado comigo e pediu para sair mais cedo da aula.
Desci as escadas rapidamente, pois estava com meias e não fazia muito barulho. Encostei a porta da sala para previnir e abri a porta de casa, recebendo um abraço enorme do Justin. Abracei-o também e respirei fundo, começando a sentir-me confusa. As emoções que havia escondido durante o tempo com a Shannon, estavam a voltar. Sentia que estava perto de desabar. O Justin afastou-me dele e colocou as mãos nas minhas bochechas, fazendo-me olhá-lo nos olhos.
- Estou bem. – Sussurrei.
Justin – Não, não estás. – Ele sussurrou de volta. – Estás super cansada e super pálida.
- Ainda não dormi nada.
Justin – Já comeste? – Balancei a cabeça. – Tens que comer algo.
- Não quero, só me quero deitar.
Ele ajeitou a mala e entrelaçou as nossas mãos, fazendo-me subir as escadas atrás dele. Entrámos no meu quarto e ele descalçou-se, deixando a mala ao lado dos ténis. Apontou para a cama e eu fui-me deitar, sentindo-o a deitar-se ao meu lado. Pousei a cabeça no peito dele e coloquei a mão ao lado da minha cara, sentindo uma das suas mãos a entrelaçar-se nos meus cabelos, enquanto a outra segurava o comando.
- Se a Jennifer ligar, diz-me.
Justin – Eu acordo-te não te preocupes. – Aconcheguei-me. – Apenas descansa um bocado, não vou sair daqui.
- Obrigada.
Justin – Fiquei tão preocupado contigo Dianna...
- Eu estou bem, não precisas de te preocupar.
Justin – Sabes que não é bem assim.
- Desculpa. – Murmurei, fechando os olhos.
Justin – Agora sei que estás bem.
{...}