15 - Trust.

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Elas assentiram. Ficámos a jogar futebol até tocar e o que me surpreendeu é que ainda não tinha perdido o jeito. Há medida que o tempo passava, já muita gente nos via a jogar. Ao toque, começaram a dispersar e nós fizemos o mesmo. Fomos á casa de banho, recompusemo-nos e caminhámos até à sala, meio ofegantes devido ao jogo renido que acabáramos de ter. A aula foi secante e demorou a passar, era a nossa língua, o que tornava ainda mais aborrecido. Assim que tocou, arrumei as coisas e saí apressada. Durante a aula tinha aviso a Caroline que tinha que fazer umas coisas, antes de ir para casa. Ela começou com perguntas e eu acabei por lhe responder um bocado torto, fazendo-a calar-se com o assunto. Segui por um corredor onde não estava ninguém e quando estava prestes a passar pela porta das traseiras, senti uma mão a tapar-me a boca e a puxar-me para um canto. Olhei para os seus olhos e senti o seu perfume. Era o Luke. Ele apontou para o lado, onde estava o jardineiro da escola a arranjar o sítio. Tirou a mão da minha boca e eu olhei-o meia chateada.

- Voltas a fazer isso e não sei se ficas só pelo braço partido. – Ele lambeu os lábios. – Já aconteceu.

Luke – Neste momento eras capaz? – Riu-se e olhou para baixo.

Os nossos corpos estavam juntos, pressionados um no outro. Ele estava a pressionar-me contra a parede, para nos manter escondidos atrás dos cacifos, o que tinha uma certa piada. Há medida que olhava para cima, para lhe olhar na cara enquanto falávamos, os meus lábios roçavam pelo queixo dele, mais uns centimetros acima e estávamos com os lábios colados. 

- Não me desafies. – Sussurrei, para que não nos ouvissem.

Luke – Começo a gostar de te ouvir sussurrar. – Sussurrou de volta, com a voz bastante rouca.

- Menos Luke, menos. – Acabámos por rir. – Vamos ficar aqui muito mais tempo?

Luke – Ficas sem ar, quando me tens assim tão perto? – Aproximou-se mais e eu lambi os lábios, enquanto o olhava nos olhos, mas foi sem pensar em outras coisas. – Acabaste de indicar que queres que te beije. – Ele comentou meio chocado.

- Não, nada disso! – Ele arqueeou a sobrancelha. – Lambo muitas vezes o lábio. – Expliquei-me e ele lambeu os lábios, fazendo com que seguisse o movimento de início ao fim.

Luke – Ficaste hipnotizada? – Sorrimos. – Já conheceste Beverly Hills? – Dei de ombros. – Deixas-me mostrar-te alguns sítios hoje? – Assenti.

- Primeiro convém sairmos daqui. – Ele entrelaçou uma mão à minha.

Luke – Não é a primeira vez que isto me acontece, mas é a primeira que fico assim contigo. – Revirei os olhos, sorrindo.

Ele puxou-me pela mão delicadamente e abriu uma porta. Entrámos nessa divisão e saímos pouco à frente, para um corredor completamente sinistro. Portas velhas e com teias de aranha, não haviam luzes e só havia 2 janelas, provavelmente era o lado da escola que estava para obras ou algo assim. Ele acabou por nos tirar na escola e largou a minha mão. Procurou a chave do carro e apontou para o mesmo, que era descapotável. 

- Que estrondo, onde é que foste arranjar? – Perguntei olhando-o e sentando-me dentro do mesmo.

Luke – Os meus pais. – Deu de ombros e ligou o motor. – O melhor rabo que já se sentou ai, foi o teu.

Dei-lhe uma chapada no peito e ele começou-se a rir, conduzindo para longe do estacionamento e daquelas pessoas todas. Abri a mala e tirei o maço, acendendo um cigarro. Ele olhou para mim e esticou os lábios, onde eu coloquei o meu cigarro e o segurei, enquanto ele dava um bafo ou dois. O meu dedo roçou pela argola dele, o que me fez voltar a ter aqueles pensamentos em rodá-la. Balancei a cabeça e coloquei o cigarro entre os meus lábios, puxando o fumo e travando-o na garganta, soltando-o segundos depois de forma lenta. O Luke colocou música alta e começámos ambos a dançar e a cantar. Estava a estranhar o meu bom humor e a minha simpatia. Acho que quando o vi a passar-se ao telemóvel e a atirá-lo ao chão, apressando-se a enrolar para se aliviar, lembrei-me de mim e de todos os dias em que o fazia. Ele era um rapaz simples e diferente dos outros, quando a Caroline me falou da turma de desporto, descreveu cada rapaz e o Luke, era o diferente, o rebelde e a má influência, mesmo sem nunca ter tido tantas raparigas como o Harry ou ter tido participações, como outros da turma dele. A maneira dele ser, era tipo um crime aos olhos das pessoas e acerca disso, ninguém o podia compreender melhor que eu.

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