3 - Novas caras.

1.1K 55 2
                                    

Ri-me sem vontade, apenas para não parecer mal. 

Alguns minutos depois e estávamos no shopping, a Caroline arrastou-me para o primeiro andar, enquanto o Tom e a Jennifer iam fazer compras para a casa. Ela estava a dizer-me que a Tina trabalhava no primeiro andar e que estava desejosa para escolher o vestido que queria usar esta noite. Pelo que disse também, a Tina ia tirar-me as medidas, ver os tons que combinavam melhor com a minha pele e mostrar-me vestidos com os tons. Não estava nada habituada a estas conversas de pessoas ricas. Acho que a única vez que vesti um vestido foi em criança e não me lembro de ter andado de salto-alto. A Caroline puxou-me para dentro de uma loja e uma mulher veio logo ter connosco. 

Tina – Dianna Forbes, certo? – Assenti. – É um prazer conhecer-te, Tina. 

- Igualmente. – Cumprimentámos-nos. 

Caroline – Hoje a Mary faz anos e a minha mãe organizou a festa lá em casa... Precisamos dos teus vestidos. – A Tina sorriu. 

Tina – As divas estão nos provadores. – A Caroline fez uma careta e ambas se riram. – Vá, vamos lá.

Segui-as até ao centro da loja, onde havia um balcão enorme, com tecidos de diferentes feitios e cores, tesouras, linhas e material de costura. A Tina fechou a cortina à volta do balcão e a Caroline tirou a camisola e os calções, ficando de roupa interior. 

Tina – Continuam as mesmas. – Falou, após lhe tirar as medidas. – Sentes-te à vontade?

- Não é esse o caso... Mas prefiro ficar com as roupas.

Tina – Claro, compreendo. – Aproximou-se e tirou-me as medidas. – Aposto num branco e azul... – Assenti. 

Caroline – Ainda temos que dar uma volta ás lojas, depois voltamos cá.

Ela assentiu e nós saímos da loja. Ao sair da loja, vinha alguém apressado para entrar na mesma, que chocou contra mim, fazendo-me ir contra outro alguém atrás de mim. Balancei a cabeça e olhei para a frente, para o rapaz que se desculpava.

Rapaz – Magoaste-te? – Balancei a cabeça de forma a negar.

Olhei para trás e estava uma rapariga a queixar-se, pois conforme fui para trás, bati contra ela e devo de lhe ter magoado. Pedi-lhe desculpa e ela apenas deu de ombros, entrelaçando a mão à do rapaz. Lambi os lábios e passei por eles, para ir ter com a Caroline. Antes que pudessemos continuar caminho, ouvi-o a chamar-me, não por Dianna, mas sim “Olha!”. Olhei para trás e ele entregou-me dois convites.

Rapariga – A festa é depois da 00h, na casa de praia dele. – Apontou para outro rapaz. 

Rapaz – Apareçam por lá. – Assenti. – Sou o Justin.

- Dianna.

Rapariga – És a rapariga que veio de Chino? – Assenti e ela fez cara de nojo.

Caroline – Nós vamos andando.

Ela puxou-me pelo braço, arrastando-me para dentro da Forever 21. Enquanto víamos as roupas e escolhíamos algumas peças, ela falava da festa e do quão desejava ser convidada, tanto para esta, como para todas as outras em casa do rapaz, que se chamava Harry. Passámos pela Brandy Melville, comprámos algumas coisas e depois fomos ver o calçado, roupa interior e acessórios. Passaram-se quase 2 horas. A Jennifer ligou à Caroline e disse-lhe para irmos ter à loja da Tina, que os vestidos já estavam prontos. Era 12h30 quando fomos experimentar os vestidos. O meu, dava a entender que o corset estava ligado à saia, mas eram duas peças separadas, que dava um efeito mesmo bonito. Vinha com um colar e uns sapatos de salto-alto brancos. A Jennifer pagou os dois vestidos e os acessórios e fomos colocar os sacos no carro. A Caroline disse que tínhamos de ir à loja dos telemóveis e o Tom perguntou-me qual era o telemóvel que gostava de ter. Dei de ombros, pois nunca pensei nessas coisas e ele disse que me ia comprar um igual ao da Caroline, iPhone. Escolhi a capa, liguei-o, configurei tudo e agradeci-lhes no final.

Saímos do shopping por volta das 16h da tarde, pois ainda fomos ao cinema e almoçar. Em casa, a Jennifer e o Tom começaram a preparar a festa da Mary e receberam a Pattie, mais os dois filhos pequenos. Jaxon e Jazmyn. Pela conversa, percebi que eram os nossos vizinhos do lado. Cumprimentei-os apenas e depois fui para o quarto, arrumar as coisas nos armários. A Caroline arrumou também as coisas que tinha comprado e depois foi ter comigo, com os convites.

- Queres ir? – Perguntei ao fim de minutos a olhar para os convites.

Caroline – Pessoas como eu, não vão a festas como essas. – Deu de ombros. – Prefiro fazer uma festa no meu quarto.

- Porque não?

Caroline – Não vais perceber. – Olhou para o relógio. – São 17h, os convidados chegam dentro de 1h, convém estarmos prontas.

Assenti.

Ela saiu do quarto, deixando a máquina de encaracolar o cabelo em cima da minha cama, junto do spray para não deixar queimar tanto. Coloquei o spray pelo cabelo e comecei a encaracolá-lo, como era comprido, demorei uns 40 minutos a encaracolar tudo e a pôr espuma. A Caroline entrou no quarto com o estojo de maquilhagem e começou a maquilhar-me, pedi-lhe que fizesse algo simples e ela assentiu. Quando acabou, fui olhar-me ao espelho e sorri involuntariamente, sentia-me bastante bonita e bem com a maquilhagem e o cabelo assim. Vesti-me por fim, ela deu uns retoques finais e ficámos ambas de frente para o espelho. Respirei fundo e ela sorriu, olhando para mim através do espelho.

Caroline – Vamos a isto?

- Já devias de estar habituada. – Ela sorriu.

Caroline – Quando a família M está por perto, é impossível. Aquela Megan....

- Ainda quero saber essa história. – Sorri-lhe. – Uma coisa que aprendi, é que a ignorar as pessoas acabam por parar com o que quer que seja. Se ela te manda bocas e tu mostras que te afetam, então ela vai continuar, mas se ignorares, ela vai cansar-se e parar. 

Caroline – Vamos a isto.

Já passavam 20 minutos da hora marcada para a festa. Já se ouvia música, gargalhadas e os vários saltos-altos de um lado para o outro. Quando chegámos ao último degrau, a Jennifer veio na nossa direção, juntamente com uma mulher. Ao ouvir a Caroline a dar-lhe os parabéns, dei também e deduzi que era a Mary.

Mary – É esta a rapariga que nos falaste? – A Jennifer assentiu. – Nem parece ter as origens que tens. – Murmurou para o homem que estava a seu lado.

Fingi não ter ouvido e entrelacei o braço ao da Caroline, passando pelas pessoas até à cozinha, onde bebi um copo com água fresca. Quando a Caroline ia a pegar no último copo de champanhe dentro daquele tabuleiro, uma mão antecipou-se e tirou o copo da sua frente. Olhei para a rapariga e vi que era uma das filhas da Mary. Não conseguia perceber se era a Megan ou a Molly. A Caroline disse-me que a Megan fazia mais covas e que tinha um ar mais velho que a Molly. Ambas se riram na cara da Caroline e os rapazes que a acompanhavam fizeram o mesmo.

Molly – Somos convidadas, tenho a certeza que não te importas.

Caroline - Claro que não. – Sorriu falsa. – Como também não me importo que essa bebida esteja estragada. – Voltou para perto de mim. – Não a suporto.

- Afinal, qual é o problema delas? – Vi-as a falar e a olhar para nós.

Caroline – São modelos, o orgulho da família. A mãe delas passa a vida a gabar-se das filhas perfeitas que teve e a mostrar fotos delas à minha mãe, quando estou com elas, mostra-me também. – Olhou para elas. – Elas são barbies mesmo.

- Agora tira os quilos de maquilhagem que têm na cara. – Olhou para mim. – Não acredites em tudo o que vês, metade das coisas são falsas. 

#BREATHEOnde histórias criam vida. Descubra agora