6 - Anorexia.

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- Eu estou bem. – Evitei que a Caroline falasse. – Não precisam de se preocupar.

Caroline – Tu disseste que falavas... – Olhou para a Jennifer. – O estomâgo dela não aguenta comida, por causa do BootCamp e ela pode ter bulemia ou algo do género.

Jennifer – Porque é que não nos contaste?

- Porque não preciso que controlem a minha vida! – Respondi meio bruta. – Já disse que estou bem.

Jennifer – Não, não estás. Podes estar mesmo doente Dianna e nós só nos preocupamos contigo.

- Se nem a minha mãe se preocupa comigo, porque é que vocês o fazem? Há muito tempo que deixaram de cuidar da minha vida e que eu aprendi a fazê-lo sozinha, não é por aparecerem que isso vai mudar. – Sentei-me na cama e ouvi a porta a fechar.

Respirei fundo e deitei-me para trás. Encarei o teto durante uns longos minutos, até que comecei a arrepender-me de ter falado mal para a Jennifer e para a Caroline. O problema, é que já não cuidavam de mim. Aprendi a ser a minha mãe e a tomar as minhas próprias decisões, sem ser influênciada por alguém. Sabia que lhes devia um pedido de desculpas, mas também sabia que era orgulhosa de mais para o pedir... Talvez se deixasse levarem-me a um hospital. Sai da cama, fui arranjar-me e desci as escadas, aparecendo à porta da cozinha, onde a Jennifer e a Caroline falavam com o Tom sobre mim. 

Limpei a garganta e eles olharam para mim. 

- É para ir ou não?

Tom – Estava a ver que tinha de te levar ao colo. – Sorriu. – Fizeste a escolha certa, só nos importamos contigo.

Assenti e agradeci.

Uma hora depois, já estava dentro do consultório da médica. Não era capaz de me despir diante de um homem, não depois de tudo o que aconteceu no BootCamp. A Jennifer tinha entrado comigo, pois tinha que ser acompanhada pelo meu encarregado. A médica pediu-me para ficar de roupa interior em cima da balança e eu fiz o que ela mandou, evitando virar-me de costas para elas.

Quando levantei a cabeça vi a Jennifer totalmente chocada, tal como a médica. Ela pediu para me virar e eu neguei com a cabeça. Olhei para baixo, para onde a Jennifer olhava e vi a cicatriz de uma faca. Perto do umbigo tinha outra, de uma bala que me tinha atingido durante um dos treinos. Senti lágrimas nos meus olhos e olhei para cima, enquanto a médica tirava anotações. A mesma pediu que me vestisse novamente e que fossemos sentar à frente da mesa dela. Sentei-me ao lado da Jennifer e ela olhava-me com pena, o que me deixou desconfortável.

Jennifer – Como é que fizeste isso? 

- Um tiro e uma facada. – Fui direta. – Não me olhe com pena, é o pior que me podem fazer.

Jennifer – Desculpa... Mas tens que compreender que não é fácil. Não imagino pelo que passaste Dianna, mas quero que saibas que vou fazer os possíveis para que não voltes a passar.

Assenti e a médica apareceu. Ela recolheu um pouco do meu sangue, tirou-me as medidas e pediu para me fazer uma radiografia. Pedi à Jennifer para não fazer a radiografia, não me queria virar de costas por nada, pois era onde estava totalmente marcada. Não sei se a médica compreendeu ou não, mas pouco me importava. Ela apressou-se a ter os resultados dos exames.

- Tanto tempo... – Murmurei.

Haviam-se passado 3 horas, ainda estávamos no hospital. Como era privado, as coisas funcionavam muito mais rápido, os resultados dos exames saiam no mesmo dia, bastava trabalhar logo neles. Passou-se mais uma hora, já estava dorida de estar naquelas cadeiras, levantei-me e nesse momento, a médica veio ter connosco. A Jennifer desligou logo a chamada, pois havia ligado para a Angelina, explicando-lhe o porquê de não ter aparecido nas aulas. A mesma lhe disse que a Mary e as suas amigas tinham comentado o porquê. A Jennifer apenas lhe disse que veio ao hospital, não lhe disse com quem ou fazer o quê.

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