17 - Kissing.

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Caroline – Nem por isso, mas tenho apontamentos que te vão ser importantes. – Assenti. – O Luke perguntou por ti e a Molly perguntou-me pelo vizinho do lado. – Arqueei a sobrancelha. – Pelo que parece o Justin anda com problemas em casa... E tu e o Luke...

- Eu e o Luke nada. – Ela sorriu. – Passámos apenas um bom tempo juntos a passear por Beverly Hills, só isso.

Caroline – Só?

- E descobrimos que temos mais em comum, do que muita gente pensa. 

Caroline – Estou a ver... – Riu-se e eu sorri.

Depois da volta ao quarteirão, parámos num campo de jogos, onde nos juntámos ás equipas mistas que lá estavam, fizemos um jogo amigável e perto da hora de jantar voltámos para casa. Fomos lavar as mãos, colocar desodorizante e sentámo-nos à mesa. O ambiente estava bastante pesado e eu sabia que tinha um pouco da culpa. Decidi dizer algo para me desculpar pela forma como falei, mas para lhes fazer perceber que não me podem dar ordens e que eu é que decido o que faço.

- Estou bastante agradecida por me terem aberto as portas de casa, a sério que estou. – Olharam para mim. – Mas não podem pedir que aceite o facto de ter que dar explicações, quando nem os meus pais me pediam. 

Jennifer – Nós só..

- Eu sei que se preocupam comigo, mas devem saber que eu é que sei o que faço e que sei defender-me melhor do que pensam. Se alguém se meter comigo, só vai sair magoado. Eu sei tomar conta de mim Jennifer, sei mesmo.

Tom – Nós agora somos a tua família Dianna, deves-nos explicações. – Ia a interromper, mas ele continuou. – Nem que seja um aviso de que vais sair e que voltas tarde, basta apenas dizeres isso.

Jennifer – Sim... Nem precisas de dizer onde ou com quem... Só que vais.

- Sim, eu vou lembrar-me disso da próxima vez. – Suspirei. – E peço desculpa pela brutidade à hora de almoço Jennifer.

Ela assentiu e continuámos a comer. Estava um pouco de tensão na mesma, mas muito melhor que ao início. Eu queria adaptar-me, conhecer pessoas novas e ter bons dias como o de ontem, mas não podia mudar o facto de ser como sou. Foi a forma de vida com que cresci, a educação que me foi dada, não tenho a culpa de gostar de mim como sou e não pretender mudar. Depois do jantar, a Caroline emprestou-me os livros dela e eu fui para o quarto, colocar os meus em dia. Avisei o Luke que depois lhe mandava mensagem ou que talvez me fosse deitar cedo por causa das aulas. Enquanto passava as coisas, ouvi novamente gritos vindos da casa do Justin, o que me deixou meio curiosa e preocupada. Fui até à varanda e vi a Pattie a sair de casa e a caminhar até à nossa. Aproveitei e fechei a porta do quarto por dentro, dizendo que ia dormir alto, para que eles ouvissem. Não sabia o que ia fazer, mas sabia que era o mais certo. Que ele precisava de alguém e que o assunto era mesmo sério. Fui novamente para a janela e caminhei até ao fim da mesma, coloquei-me sobre a mesma e com bastante cuidado e jeito, passei para a varanda do Justin. Respirei fundo assim que os meus pés pousaram na mesma e caminhei até à entrada, onde o vi a atirar tudo o que tinha em cima da secretária para o chão. Bati lentamente e ele olhou para mim, arregalando os olhos, cheios de lágrimas. Ele deixou-me entrar e eu fiquei encostada à parede, a olhar para o que ele havia feito, enquanto ele olhava para mim.

- Que se passou?

Justin – Tudo Dianna, tudo. – Ele sentou-se na cama e passou a mão pela crista já desfeita. – Os meus pais vão separar-se, eles chegaram ao limite.

- Precisas de falar?

Justin – Podes ter a certeza que preciso. – Ele suspirou e eu sentei-me à cabeceira da cama, com as costas na almofada.

- Vem e fala, vou ouvir-te, tal como tu fizeste.

Ele sentou-se ao meu lado e virámo-nos um para o outro. Vi novamente lágrimas nos seus olhos e ele limpou a garganta, lambendo os lábios, preparando-se para falar.

Justin – A relação que os meus pais tinham era fingida, tal como desconfiei. Era tudo teatro, para os meus irmãos crescerem com a presença de ambos e agora dizem que se vão divorciar. – Ele suspirou. – Sabes o quão comentado vai ser a separação deles? Sabes o quanto me está a custar?

- Não penses no quão comentado vai ser, porque ninguém tem que se meter na tua vida e tu não tens que te sentir envergonhado por causa do divorcio, porque é algo que acontece e os filhos não podem escolher.

Justin – Tu não conheces Beverly Hills Dianna, se conhecesses percebias. – Deu de ombros. – A escola já sabe que tenho problemas em casa e já me vieram abordar no facebook.

- Gente cusca e mesquinha, algo que carateriza a tua namorada, porque a ouvi a comentar por lá. – Lambi os lábios. – Lá porque os teus pais se vão separar, não quer dizer que as coisas vão mudar. O amor deles acabou, o que têm por ti e pelos teus irmãos é eterno. 

Justin – Não imagino estar 15 dias com a minha mãe e 15 dias com o meu pai. Não vai ser justo, não me vou conseguir habituar. – Ele murmurou e encostou a cabeça ao meu ombro. – Cresci sempre com a presença deles, mesmo que agora fume e lhes irrite, não quer dizer que não os ame. Eles são as pessoas mais importantes da minha vida. – Suspirou e eu mexi nos cabelos dele.

Uma, duas... Três horas se passaram.

Enquanto isso, já havíamos comido pipocas, assistido a vários filmes e séries, já cai da cama dele e já lhe dei porrada por ser um idiota. A porta do quarto mantinha-se trancada, para que ninguém nos fosse chatear ou simplesmente, para não me apanharem na cama com ele, pois não seria algo agradável, quando ele namora com a Molly. Ele desabafou comigo e eu não consigo contar-lhe nada sobre mim, sem ser aprofundar mais sobre a história do meu pai, desde que se tornou uma besta. Falei também as amizades de infância que deixei para trás e ele contou-me também sobre algumas amizades que perdeu por causa da Molly ou por não serem tão ricos e populares. De facto, era horrível pertencer á "realeza", todos os que não possuíssem as mesmas condições financeiras que nós, era excluídos e isso era horrível. Ele começou a encher-me de cócegas e eu atirei-lhe com a pipoca à cara, enquanto me ria. Estava deitada na cama e ele estava por cima de mim, sentado nas minhas pernas, enquanto corria os dedos pela minha barriga, provocando-me altas gargalhadas. Quando parou, ficámos olhos nos olhos, enquanto eu tentava controlar a respiração. Ele começou a inclinar-se e ficou com os lábios bem perto dos meus, parei de me rir e travei a respiração, ao ver que se aproximava cada vez mais. Fiquei imóvel, os seus lábios carnudos e rosados pousaram sobre os meus, onde se mexiam lentamente. Ele desceu a mão até à minha cintura e encaixou-se entre as minhas pernas, pressionando novamente os lábios nos meus. De um beijo lento e calmo, passámos para um mais intenso, onde as nossas línguas se tocavam. Passei a mão pelos cabelos dele, e parei na nuca, puxando-o mais para mim. Parei o beijo, mordendo-lhe o lábio de uma forma suave, sem o magoar e ele ficou sério. 

- Eu vou... – Empurrei-o de cima de mim e levantei-me, ajeitando as roupas.

Justin – Dianna... – Ele agarrou no meu braço, virando-me para si. 

Sem controlar, os meus braços enrolaram-se ao pescoço dele, dando início a outro beijo, enquanto as suas mãos pressionaram a minha cintura, levando-me até à cama, onde ele se deitou. Coloquei os joelhos ao lado da cintura dele e continuei o beijo. As mãos deles foram parar ao meu rabo, onde o apalpou, fazendo-me morder novamente o seu lábio. Ao cair em mim, sai de cima dele, peguei no telemóvel e sai apressadamente do quarto dele. Saltei para a minha varanda e ainda o ouvi a chamar-me, mas ignorei completamente, fechando a porta para a varanda e trancando-a por dentro. Corri as cortinas, para que não conseguisse ter visão para o interior do quarto e sentei-me na cama, a olhar para o ecrã desbloqueado do telemóvel, que marcava as 2:23am. Despi-me, vesti uma camisola comprida e larga e deitei-me, cobrindo-me. 

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