'Inabalável' - Destiel Br

Capítulo 26 - Um sonho perdido

 - Oi, amor.

- Oi. Só liguei pra saber se você vai querer espaguete ou aquele hambúrguer de carne que você gosta.

Dean pensou por um segundo. Amava hambúrguer e torta de sobremesa. Mas o macarrão que Cas fazia era simplesmente divino.

- Tá bom, ja entendi. Vou comprar ingredientes pros dois e chegando aí a gente decide – falou ele, percebendo que Dean estava indeciso.

Ele não pôde deixar de rir. Aquele domingo de sol exigia que ele desse uma atenção ao seu filhote. Estava sem camisa, lavando seu Impala enquanto Castiel fora ao mercado ali próximo tentar fazer uma surpresa para Dean. Mas ele sempre ligava para saber o que ele queria. O loiro secou as mãos na camisa xadrez ali próxima para não molhar mais o celular, sentou na pequena escada da casa de campo deles, abriu uma cerveja e respondeu:

- O que você quiser, já está de bom tamanho.

- É sério, Dean. Você sabe que sou indeciso...

- Tudo bem, baby. Hamburger então.

- Eu sabia - respondeu Castiel, rindo. - Já já estou aí. Te amo.

- Eu também - respondeu Dean, desligando o aparelho.

Voltando sua atenção ao seu carro, alguns pensamentos passaram pela sua cabeça. Sam estava do outro lado do país, lecionando em Harvard. Ocultismo e simbologia falaram mais alto que Direito. O irmão mais novo sempre fora o orgulho da família. Após a morte de Gabriel, ele decidiu seguir sua vida. Dean sabia que aquela ferida demoraria muito para ser curada. Ou talvez nunca seria.

Os pássaros ali próximos cantavam, uma canção tranquila e feliz, assim como aquela manhã de domingo. As árvores e arbustos iluminadas pelos raios do astro rei, enquanto Jake, seu labrador corria atrás de Claire, sua enorme gata minicom. Ambos brincavam na grama ali próximos. Dean estava curtindo cada momento, cada instante, ali. Seu descanso era mais que merecido. Não via a hora de Cas chegar para ambos cozinharem enquanto tomavam um bom vinho (ou uma cerveja mesmo. Cas que preferia vinho) e amarem-se. Poderia chamar Bob quando o almoço estivesse pronto. Ele morava não muito longe com a delegada aposentada Jodie. Os dois, além de formarem um belo casal, sempre traziam alguma sobremesa deliciosa. Ela era boa de cozinha, ao contrário dele e de Bob. Dean tinha sorte de ter Cas. Ele era bom em culinária.

Terminado o trabalho com seu carro, pegou-se sorrindo novamente. Puxa, como tinha sorte de ter Castiel em sua vida, de poder ama-lo como se fosse a primeira vez e acordar dia após dia e encarar aqueles sorridentes olhos azuis. Seu coração acelerou. Amava Castiel com toda a essência de sua vida. Não gostava muito que ele ficasse distante por muito tempo. Se pudesse ficaria grudado em Castiel sempre. Se bem que passavam grande parte do tempo juntos. Não haviam mais monstros e criaturas para caçar. Tudo estava bem para eles. Como sonhara com esse dia, em que todos os problemas tivessem acabado finalmente, as pessoas estavam felizes, vivendo em paz. Mas ninguém estava mais feliz que Dean. Todo o peso de fora, toda dor sentida, o sofrimento. No início estranhara aquela calmaria toda, mas com o tempo acostumara-se. Finalmente o mal fora eliminado da Terra, deixando que Deus cuidasse do resto. Dean não era devoto nem nada, mas sentia-se grato por não mais fazer parte de tudo aquilo.

Cas está demorando, pensou. Levantou, pegou sua camisa e entrou para casa, jogando-a no sofá. Arrumou a mesa na cozinha, colocando a toalha, pegou os molhos na geladeira, os pratos, talheres e aprontou tudo; pegou a panela que Cas gostava de usar para cozinhar, azeite e aproveitou e lavou o restante da louça do café da manhã. Bob, no telefone, falou que não poderia ir, pois estava na estrada com Jode. Iam pegar uma praia, num passei a dois.