Capítulo 2 - Coisas não ditas

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Dean adentrou o motel. Sam estava em uma missão – ou algo do tipo. Ele não estava muito a vontade para falar – E como Dean queria um tempo só, não insistiu muito.

Olhou seu relógio. Três da tarde. Jogou-se na cama puída. Respirou fundo. Acomodou-se como pôde, cruzando os braços atrás da cabeça e as pernas. O que aquele maluco tinha para falar com Dean? Será que era o mesmo que ele queria dizer para Cass? E por que tão longe?

Ele sabia que era o local favorito de Dean ali no Texas?

  - Cass, o que você quer falar, amigão? – Dean tirara a camisa e a camiseta. Iria descansar um pouco. Era uma hora de carro até o Monte Guadalupe. Precisava estar inteiro. Aquele hamburger e aquela cerveja deixaram Dean pesado e sonolento.

Alguém abriu a porta e contemplou aquela cena. Dean deitado na cama, olhos cerrados. Peito nu, cada musculo subindo e descendo lentamente, ao ritmo de sua respiração. Aproximou-se. Dean abriu os olhos.

 - Cass? Mas não era a noite no Mon...

Mal terminara a frase, Dean sentiu uma pressão em seus lábios. Eram os lábios de Castiel em seus. Seu coração quase pulou para fora da garganta. Castiel abria  e fechava a boca, massageando com a sua os lábios de Dean. Sua mente ainda estava processando e recuperando-se do choque. Retribuiu o beijo, de maneira igualmente acelerada. Fechou os olhos. Suas bocas dançavam um ritmo diferente. Só deles. Lembrou-se de respirar, soltando todo o ar pelo nariz.

Castiel era rápido. Foi até o pescoço de Dean, raspando sua barba a fazer no Winchester. Beijou cada parte de seu pescoço.

 - Cass. O que é isso? – Dean gemia em meio à pergunta. Apenas agora percebeu que seus braços envolveram o anjo, puxando-o mais para si.

Oh, Cass

 - Eu não aguento mais esperar, Dean. Eu quero você. – Castiel disse ao seu ouvido. Apertou a nuca dele, puxou seu cabelo. – Não suporto mais você com essas garotas que só querem sexo. Eu quero você, Dean. Você é só meu...

 - Eu também, Cass. Eu também. Eu quero só você, body. – Dean sorria, olhou para Castiel. Ambos riam. Castiel acariciou o rosto dele.

 - Vamos embora, Dean. Vamos fugir disso tudo. Vamos viver nossas vidas, eu e você, hã? O que acha, Dean? Por favor diga algo. – Castiel ria. Estava encantado. Realizado.

Dean deixara escapar uma lágrima. Era tudo o que queria ouvir. Tanto sofrimento, tantas perdas, discussões com Sam, com as pessoas que amava. Dean sentia-se sozinho em inúmeros momentos. Castiel era o único que aplacava aquela dor, aquele vazio. Castiel o protegia, o preenchia. Ambos mereciam aquela centelha de luz e esperança.

Uma chance para uma existência feliz.

 - Sim, Cass. Eu quero. Eu aceito. Vamos embora. Sair daqui, dessa merda toda.

O semblante de seu anjo iluminou-se ainda mais. Finalmente. Castiel aproximou-se de Dean, puxando seu rosto, dessa vez com um beijo terno e sereno. Com um toque leve.

O amor e o destino selado entre ambos num único beijo.

 - Dean?

 - Sim, Cass. Eu já disse sim. Pare de ser chato...

 - DEAN!!!

Dean abrira os olhos. Estava sentado na cama do motel. Não entendeu. Sam estava na sua frente, balançando-o.

 - Sammy?

 - Dean, você estava sonhando, cara. Você...Você dizia umas coisas...

 - Nem lembro o que era, cara. Que horas são?

'Inabalável' - Destiel BrOnde histórias criam vida. Descubra agora