Capítulo 23 - Declínio

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Aeeeeee!!!!! Voltei nessa bagaça.

Preparem os corações, porque vai ter muita coisa boa (ou não) nas próximas semanas

Beijos e enjoy it ;)


Capítulo 23 – Declínio

Dean considerou. A cada segundo, inúmeros pensamentos e estratégias invadiam sua mente, que naquele momento, regozijando-se de tanto poder, não conhecia mais os limites humanos. Ele poderia atacar aqueles malditos num piscar de olhos. Poderia trucidar a garganta de cada um deles, fazendo com que sufocassem no próprio sangue. Dean poderia deleitar-se naquelas mortes ali tão fáceis. Entre a perda de suas existências egocêntricas, bastavam alguns gestos e movimentos.

Mas tinha o fator Cas. Dean não poderia se dar ao luxo de vê-lo se machucando ainda mais por algum deslize seu.

- Dean. Entregue-se. Essa guerra está no fim. Chega de mortes – A guerreira-anjo sentenciou.

Todos observavam Dean e ela. Era como se um controle remoto invisível tivesse paralisado a todos. Demônios, criaturas aladas bestiais, anjos, guerreiros, humanos. Todos olhando atentamente qual seria o próximo movimento do Winchester. Com o poder de Cain, Dean naturalmente exercia uma enorme influência sobre os demônios ali presentes. Até Crowley sentia em seu âmago que deveria auxiliar efetivamente o Hunter na batalha.

- Não falará nada Dean? – Ela voltara a perguntar.

Seu corpo mal se movia. Dean era uma estátua viva. Cada milímetro de seu corpo, de suas células transbordava em ódio. Lembre-se do momento em que você mais sentiu raiva na sua vida. Aquele momento, naquele dia em que você quis matar alguém, quis sumir, explodir, destruir. Multiplique por 100. Você terá uma base do que Dean está sentindo nesse exato momento, em meio a milhares de criaturas desse e de outros mundos, aguardando um simples movimento dele, uma sutil confirmação de que a luta continuaria.

Seus pensamentos foram abruptamente interrompidos pelo grito de Sam chamando seu nome seguido de uma sensação de suas costas serem perfuradas por um daqueles sabres encantados. Filhos da puta. Dean reprimiu uma careta de dor ao sentir seu sangue verter do local da perfuração. O autor do golpe, um anjo num corpo de um homem de uns dois metros de altura, trajado em roupas militares, vacilou. Vendo que Dean não esboçara praticamente nenhuma reação ao ser golpeado – afora o fato de que ele virou-se para o dono daquele golpe e daquela maldita lâmina – o anjo tentou correr. Mas o olhar de Dean – Aquele olhar monstruoso, aqueles olhos negros como a noite somado ao ódio que nutria por todos eles – paralisou-o. Medo. O anjo sentia medo. Ele sabia que sua existência, após a tentativa totalmente infrutífera de eliminar o Winchester, estava no fim. Tentou correr. Fora em vão. Dean arrancara o pescoço da cabeça de seu inimigo num golpe rápido. A essência do anjo não saíra da casca. Ainda estava presa naquele corpo humano. Uma prisão eterna caso Dean não desferisse um golpe com o sabre ou não entoasse as palavras para "libertá-lo". Sorriu mais uma vez aquele sorriso infernal, maléfico.

Voltou-se aos anjos que ainda prendiam Castiel. Malditos. Dean sentiu a energia de Caim emanar novamente em suas células. Viu dois anjos vacilarem diante da cena horrenda de seu companheiro tombar no chão sem a cabeça.

- Vocês traíram a confiança que eu achava que poderia ter com vocês – Falou Dean, com uma voz um tanto rouca. Todos olhavam absortos àquela cena. Ele andava a passos lentos, comedidos em direção aos anjos que prendiam Castiel. – Vocês prenderam Castiel, vocês trouxeram essa guerra aqui.

Seus inimigos vacilaram. Estavam com medo de Dean com aquela energia maldita emanando de seu ser. Cada poro de Dean era composto por ódio. Precisavam fazer algo depressa.

- Você violou a lei suprema dos céus, Dean. Você se relacionou com um anjo – Acusou a guerreira, reunindo ainda o pouco de coragem que tinha.

- Lei? Desde quando ficar com alguém tem que ter alguma regra? HEIN?

- Nós...nós...

- Vocês seguem ordens que nem sabem mais de quem é. Vocês se perderam há muito tempo. Vocês queriam enfiar goela abaixo a doutrina desse tal Deus de vocês? Não mais....

- Dean...estamos avisando... - Dean observou que os anjos que prendiam Castiel e os com o sabre em riste diminuíram a força empregada.

Aquele seria o momento.

Dois dos anjos que estavam com o sabre apontados para o peito de Castiel não viram quando seus braços foram arrancados de seus corpos. Os anjos berraram de dor. A guerreira alada preparou-se. Ainda conseguiu desviar de dois golpes de Dean, sendo atingida fortemente nos olhos. Ela gritou, deixando cair o sabre. Estava cega. Seus olhos sangravam, perfurados pelo golpe do loiro.

Dean matara os três anjos com estocadas do sabre que eles mesmos combatiam.

- Quem são os próximos?

Os outros anjos tentaram correr. Em vão, eles sabiam. Dean também. Matara os dois últimos, cortando seus pescoços, deixando escapar a costumeira iluminação de suas essências dos corpos.

E a guerra recomeçou. Mortes sem fim. Barulho de gritos, golpes e magia ecoaram pelo bairro já destruído pela guerra. Dean correu até Castiel, que emitia pequenos espasmos de seu corpo. Ele estava muito machucado. Em algum momento ele fora pego e vencido pelo grande número de anjos que haviam cercado-o. Mas Castiel eliminara dezenas de seus companheiros antes de ser vencido. Ele era praticamente imbatível.

- Cas. Fala comigo, Cas – Dean passara delicadamente o braço por trás de Castiel. Não percebeu que seus olhos voltaram à cor natural e que a energia maligna de Caim dissipou-se quase que por completo. Ele era novamente o Dean Winchester.

- Dean...eu...eu...

- Eu sei, Cas.

- Não, Dean. Eu...Eles me acertaram. Com a adaga.

- O que?

Dean percebeu a fraca iluminação que esvaia da perna direita de Castiel. Sua alma estava indo embora. Então era verdade! O coração de Dean gelou. A raiva fora substituída pelo medo.

Medo de perdê-lo para sempre.

Aguenta, Cas. Nós vamos dar um jeito.

Em seu íntimo Dean ainda não sabia que não haveria muito a ser feito

...


'Inabalável' - Destiel BrOnde histórias criam vida. Descubra agora