Capítulo 16 - Bom o bastante [...ou não...]

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Dean e Castiel percorreram o perímetro externo do Esconderijo. Deram uma volta completa no quarteirão e nos arredores do local. Dean estava atento à movimentação na pacata rua onde eles encontravam-se. Nada de anormal. Se bem que o padrão de anormal para ele era diferente de qualquer pessoa comum.

 - Nada por aqui, Dean.

 - É. – Dean ainda não estava convencido de que nada estava acontecendo ali. – Mas acho isso tudo muito estranho.

 - Também acho. – Comentou Castiel, lendo as expressões do loiro. Ele conhecia cada trejeito de Dean. Anos protegendo-o e, adicionado ao sentimento puro e essencial por ele, Castiel sabia o que Dean estava pensando na maior parte do tempo sem que ele precise externar nenhuma palavra.

 - Fomos atacados, estamos procurando indícios de anormalidade por aqui e nada. – Dean bufou. Parou de falar quando sentiu a vibração de seu celular no bolso. Pegou-o, ligou o display e viu uma mensagem de Bobby:

“Achamos um símbolo de proteção violado. Gabriel arrumou. Disse que tem outro.”

Ao final da mensagem uma imagem contendo um símbolo enoquiano que Dean desconhecia.

 - Olha isso. – Dean passou o celular para Castiel, que leu a mensagem movendo os lábios sem emitir algum som e, ao averiguar a foto, seu rosto demonstrou uma expressão mais branda, como um aluno que sabe o cálculo difícil que o professor passou na lousa.

 - Já sei como encontrar. – Falou Castiel, fechando os olhos. Suas mãos brilharam, emitindo uma luz azulada, de tons delicados de cyan até o anil. O Sol se punha no horizonte, anunciando que mais um dia estava por terminar, para conceder lugar a sua parceira Lua. Seriam coisa de minutos aquela transição de tempo.

Como água sendo jorrada, a luz brilhante escapou das mãos do anjo, caindo ao chão e iluminando todo o perímetro, como uma serpente que se arrasta velozmente, só que multiplicada por cem. Inúmeros símbolos que Dean não conhecia tomavam forma no chão, nos arbustos que cobriam todo o complexo subterrâneo dos Homens das Letras e que agora era habitado pelos caçadores e Kevin.

 - Uau. – Foi apenas o que Dean pôde falar, tamanha era sua admiração por aquele show de luzes e símbolos.

 - Realmente um está violado. Venha comigo Dean. – Falou Castiel, enquanto subiam um pequeno morro, acima do Esconderijo, repleto de árvores e arbustos.

...

Sam e Kevin percorriam o 2º andar do local repleto de cômodos, quartos, banheiros, salas de estar e a conhecida sala de tortura que Dean usara outrora em alguns demônios... Dentro dos armários encontrados nos cômodos e quarto haviam roupas ao estilo social e chapéus da época dos anos 20. Um verdadeiro clássico. Menos para Sam e Kevin.

 - Acho que encontrei algo, Kev. – Falou Sam ao encontrar a porta da sala de tortura entreaberta.

 - Estranho. Ela estava fechada. – Respondeu Kevin.

 - Vamos entrar. Talvez tenha algo que possamos ver. Cuidado.

Ao adentrarem a sala escura, Kevin acionou o interruptor, fazendo com que a luz invadisse o local. A sala estava arrumada, limpa. Fazia tempo que Dean não “interrogara” ninguém. As armas brancas estavam em seus lugares, penduradas na parede; As correntes amarradas junto à cadeira no centro do cômodo. Tudo em seus devidos lugares.

 - Nada aqui também. Vamos sair, Kevin.

 - Alce!! – Sam e Kevin interromperam seus passos já próximos à saída, dando meia volta e reconhecendo aquela voz.

 - Você.

- Também é bom te ver, Alce. Vamos...conversar um pouco. – Falou, dando um largo gesto com a mão. Kevin foi empurrado por uma força invisível e lançado para fora do cômodo.

'Inabalável' - Destiel BrOnde histórias criam vida. Descubra agora