'Inabalável' - Destiel Br

Capítulo 7 - 'Minha Essência'

 - Ele está melhor. Meus poderes aceleraram a recuperação de Dean. Ele não corre mais perigo.

 - E sobre seu lado humano...

 - Anulei o ritual. Ele ainda está conosco.

 - Obrigado Cass. Não sei o que faríamos sem você, amigo. – Sam agradeceu.

 - Se fosse comigo, sei que vocês fariam o mesmo. – Castiel respondeu, dando seu sorriso torto de sempre.

 - Sim. – Bobby ainda estava preocupado. – Castiel, não quer que fiquemos um pouco? Você está há três dias com Dean, sem descanso.

 - Estou bem. Fiquem tranquilos. De qualquer maneira, preciso ficar de olho em Dean. Se algo não der certo eu volto a utilizar o pergaminho que preparei como reserva.

 - Ok, Cass. Nos falamos, então. – Sam e Bobby abriram a porta do hotel e saíram.

Após o ataque que Dean sofrera, Castiel levara-o para um hotel três estrelas entre a fronteira do México e Estados Unidos.  Ali ele poderia cuidar de seu amigo mais tranquilamente.

O Sol despontava no horizonte, banhando o bem aparentado e organizado quarto de raios aurora. O dia estava lindo lá fora. Acabara de amanhecer.

Dean quase passara para o lado sombrio de sua existência, faltando pouco para tornar-se um demônio. Castiel ficara furioso e fora de si ao perceber o que aqueles demônios fizeram com ele. Por pouco, conseguiu trazê-lo de volta.

A batalha esgotara Dean, e, aliado a grande quantidade de energia vital e ferimentos que quase o levara a sua completa morte, Castiel estivera cuidando dele naqueles dias. Observando-o, vigiando-o, curando-o. Castiel faria de tudo para salva-lo.

E Dean apresentara uma grande melhora. Dean estava sem camiseta, com peito nu. Sua respiração estava regular, assim sendo daquela maneira melhor de observá-lo. Seus ferimentos estavam curados e Castiel conseguira trazê-lo de volta a vida.

Castiel estava ficando exausto, devido aos grandes esforços para manter Dean bem e salvá-lo. Mas não importava. Estava ali de sentinela todos aqueles dias. E ficaria mais se precisasse.

Sentou-se na cama ao lado da de Dean. Observou-o. Seu rosto, sua barba por fazer. Seu nariz, boca, seu pescoço, seu peitoral e abdômen definidos. Os músculos subindo e descendo, indicando sua respiração regular e correta como deveria ser. Castiel sentiu-se inquieto. Algo em seu peito doía. Que sensação era aquela? Relembrou os momentos em que achara que perdera Dean. Doeu mais. Medo! Era isso. Era medo que sentira. Por ter chegado quase tarde demais. Após tantas lutas, tantas desventuras. Castiel protegia tanto, a todo momento.

Agora apenas observava-o.

 - Eu achei que perderia você. – Sua voz saiu embargada, rouca. Mais que o natural. – Achei que não conseguiria te salvar, Dean. Eu..Eu.. – Castiel sentia lágrimas descendo de seu rosto. Não conseguia controlar-se. Seu corpo tremia, seu peito doía. Estava colocando tudo aquilo pra fora. Toda tristeza por imaginar perde-lo. Queria tanto ele ali, acordado. Não sabia mais o que fazer. Não era certo. Violava inúmeras regras entre o céu e o terreno humano. Castiel estava sofrendo. Havia aquilo dentro dele que mantinha em segredo. Não tinha ninguém pra falar, conversar. Apenas observar Dean. Deitando-se com outras mulheres, crescendo, bebendo, tornando-se um homem dia após dia. Caçando com o pai e o irmão. Naquela época Castiel estava sendo treinado, preparado para tornar-se grande. E proteger alguém mediante seu nível.

Mas não parou por ali. Sentia que precisava proteger Dean de tudo. Não conseguia sempre. Além do medo de ser descoberto, de ter aquele sentimento humano em si, havia outras prioridades, obrigações com o Pai.