2 horas após o acidente de Clarke Griffin
Niylah
Com o tempo, você consegue dizer que "já viu de tudo." Principalmente, na medicina. Mas, o ânus da Sra. Selma não era o que eu tinha em mente quando decidi o que queria fazer da vida.
Essajá era a quinta vez que a mulher aparecia nos meus plantões. Só nos meus. E a quinta vez que eutinha que examinar com minuciosidade o orifício terminal do tubo digestivo.
- Senhora, Selma. Eu não consigo ver nada aqui, e seus exames deram todos negativos. - Disse, abrindo com os meus dedos indicadores, E LUVAS, o orifício da velha.
- Minha filha, tá coçando e ardendo. Você tá me chamando de mentirosa? - A voz abafada da mulher soou irritada.
Bem, eu quem deveria estar irritada. Não sou proctologista. E estava perdendo o meu tempo examinando um orifício em perfeitas condições.
- Senhora, seu ânus, seu reto e seu intestino estão completamente saudáveis. Talvez, esse seja um problema psicológico - Disse com firmeza.
- Já fazem quinze dias que isso tá coçando, você tá dizendo que eu estou fingindo estar com coceira por quinze dias? - A mulher se remexeu na maca, e eu jurava que ela ia me bater.
- Nós fizemos a inspeção, toque retal e a anuscopia, até mesmo solicitamos exames dermatológicos. Essa coceira é psicológica. – Revelei, já sem paciência para isso.
Sai de perto da bunda dela, só por precaução, arrumei minha máscara e encarei a mulher, que me encarou de volta. Não confiava nela, parecia completamente louca. Não me importava em mexer com as partes baixas das pessoas, mas, essa mulher...
- Eu devia te processar. - Ameaçou. Segundos depois, um dos enfermeiros entrou.
- Meu pai amado... - Tive que me conter para não rir, a cena era engraçada mesmo, a mulher estava com a bunda arrebitada, completamente de quatro. Encarando-nos como se fosse nos fazer em picadinhos, e seria tão antiprofissional de nossa parte rir daquela senhora, que tinha um problema imaginário no ânus.
Fiz sinal para que ele parasse, era a coisa profissional a fazer. Mas, por baixo da máscara, um sorriso travesso teimava em meu rosto. Sou humana, afinal.
- Algum problema? - Perguntei, tentando parecer séria.
- Precisam de você na emergência. - Pelos deuses. É uma benção.
- Cuide dessa senhora, ela precisa muito de você. - Literalmente, corri até a porta.
"Qual o seu problema, senhora?"
"Coceira, meu filho, uma coceirinha nojenta."
Gargalhei, sozinha. Assim que fechei a porta atrás de mim.
Agora vamos à emergência.
- Niylah, ainda bem que você está aqui, precisam de você na sala 21. Boa sorte. - Finn, um dos médicos, pegou na minha mão e balançou freneticamente. Em seguida, o homem me entregou o prontuário.
Droga, eu ainda estava com as luvas.
Corri até o lixeiro, descartei-as, e então esterilizei as mãos.
Clarke Griffin, era o nome da paciente. Ok, vamos ver o que aconteceu com essa moça...
-DRA! EMERGÊNCIA. AGORA. - Uma enfermeira gritou, droga... eu tinha me distraído novamente.

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Fiquei com seu número
FanfictionClarke Griffin está de casamento marcado. Tudo estava indo bem, até que em uma tarde, Clarke perde o seu anel de noivado milionário. No meio de toda a confusão ela encontra um celular misterioso, o aparelho pertence à Lexa, alguém que odeia que bisb...