Clarke&Lexa (part I)

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Lexa


Rachel está entrando na igreja, com seu vestido de noiva perfeito, e no altar... o noivo perfeito.

No caminho até ele, ela se depara com Luce, a florista, a garota improvável, literalmente no meio do caminho, elas se olham e parece que tudo está saindo lentamente do lugar, então nas próximas 1 hora e meia de filme você acaba descobrindo que o amor é uma grande furada, um buraco sem fim, uma queda livre infinita, um lugar mágico 100% propenso a fazer tudo e qualquer coisa conspirar contra você, até que chega o fim, e finais (particularmente em filmes românticos) tendem a ser mentirosos e apelões, porque não importa se as duas pessoas ficam juntas no final, sempre vai haver muito mais nas histórias de amor que nós nunca saberemos, dá pra imaginar, é claro. É por isso que o título do filme é imagine eu e você.

No momento, estou encarando o teto e pensando em todos os filmes românticos que já assisti. Tento criar um final diferente para todas as histórias que deram certo, pelo menos assim posso sintonizar tudo isso à minha realidade. 

Mas, a verdade é que, acabei de ter o melhor sonho de todos:

ela apoia os braços nos meus ombros, acariciando a minha nuca suavemente, me olha nos olhos com um misto de doçura e tesão.

nossos amigos cantarolam um desafinado "beija, beija, beija."

e o padre diz o clássico, "pode beijar a noiva."

beija

beija

beija

E então, acaba. 

- É um pesadelo! - Sussurra em um misto de sono e agonia. 

O sol batendo em seus olhos semiabertos, cria uma luz tão límpida e atraente que não consigo desviar o olhar. 

- Bom dia, Clarke.

Por uns instantes, ela não fala nada, apenas me encara.

- A noite de ontem foi incrível. - Suspiro. Ainda sonhadora.

- QUÊ?

 - Você é mesmo selvagem. - Sorrio. Ela está prestes a ter um ataque. - E nem vamos falar daquela morena que trouxemos pra cá, pena que ela foi embora sem se despedir. - Suspiro novamente, com decepção.

- MENTIROSA. Ontem a noite não aconteceu nada.

Clarke se levanta bruscamente da cama, e começa a catar suas roupas, os cabelos armados lhe dão mais charme, parece um ninho de passarinhos.

- Minha cabeça vai explodir. - Completa. 

Isso me dá uma estranha sensação de dejavu. 

- Não aconteceu? E como você explica o fato de nós duas estarmos nuas? Ein? - Levanto-me também, e começo a segui-la. - EIN?

- NÃO. NÃO E NÃO.

- Tudo bem, não aconteceu nada. - Sento na beirada da cama, cruzo os braços, e espero que ela termine de se vestir.

- Você está mentindo. Como sempre. - Sussurra para si. - Ela está mentindo. Clarke não é tão estúpida assim...  - Conversa sozinha.

- Acho que ela é sim.

- Isso me cheira à armação. - Diz, apontando o dedo para mim, enquanto segura uma calcinha na outra mão.

-  Ahhh você achou!!! Que sorte a minha, agora não precisarei ir para casa sem roupa. - Foco na calcinha que ela está segurando.

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