Capítulo 16

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-Você não pode estar falando sério!

A resposta de Moxie me deixa confusa. Estava feliz? Decepcionada? Claramente surpresa, mas de maneira boa ou ruim?

-Isso é fantástico!

Boa.

-Estive em Dublin uma vez, mas foi muito rápido. Definitivamente quero fotos! Oh, você vai usar aqueles vestidos bregas de casamento? Quero fotos disso também...

-Na verdade, ainda não sei ao certo. Não trouxe nenhum.

-Você não pode viajar sem um vestido! Adoraria te ajudar a escolher, mas vou encontrar uma pessoa hoje.

-Uma pessoa?- Questionei.

-É uma longa história... -Olha a hora!- Levantou rapidamente- Eu preciso ir. Explicações ficam para mais tarde. Ah, boa sorte com o vestido!- Disse já mais longe.

Do lado de fora do Underground, fico em dúvida do que fazer. Não conheço nenhuma loja de roupas pela região e não sei ao certo que tipo de traje escolher. Apenas sei que a cerimônia seria ao fim da tarde, no jardim de um casarão antigo.

-Está com tempo livre?- Liguei para a única pessoa que consegui pensar naquele momento.

O carro de Mason logo para em frente ao pub onde estou.

-Do que precisa?- Perguntou assim que pus o cinto.

-Assistência- Recostei, retirando o celular do bolso e o teclando sem muito foco.

-Seja mais específica, por favor.

Bloqueei a tela do telefone e, sem muito jeito, explico.

-Preciso de ajuda para comprar um vestido para o casamento do seu irmão.

Ele balançou a cabeça e riu ironicamente.

-Nem pensar! Isso é uma cilada? Odeio shoppings e compras- Bufou- Posso deixa-la lá, se quiser. Mas, de jeito nenhum, vou passar a minha tarde naquela prisão!

***

-Eu ainda não acredito que você me convenceu a fazer isso- Ele parecia incomodado com a quantidade de pessoas ao nosso redor.

-Imagino que você não queira ir sozinho ao casamento- Dei de ombros.

Assim como eu, ele não tinha uma noção mínima de onde conseguir vestidos bonitos e de preços acessíveis. Rodamos por quase uma hora, adentrando lojas e mais lojas, mas não havia um meio termo: ou bonito, ou barato. Sempre assim.

-Aquele estava ótimo- Ele comentou enquanto tentava lamber a parte do seu sorvete que escorria. Ficou mais manso depois de comer.

-Estava, mas eu não daria mais de três dígitos num único vestido!- Não perderia a paciência ali- Vem, vamos embora. Quem sabe amanhã, não é mesmo?

Novamente estamos no carro. Começara a entardecer e o céu escurecia pouco a pouco. Deixo a janela semiaberta, permitindo apenas a passagem de uma fina camada de vento. No caminho, inúmeras daquelas tradicionais boutiques e brechós se alastravam entre becos e esquinas. Talvez aquela fosse uma opção. Peço para que pare em frente a uma delas, onde um cartaz de SALE estava pendurado em cores vibrantes.

Era uma lojinha bonitinha. A decoração era em cores pastéis, com poltronas e almofadas coloridas e delicadas. Minhas narinas rapidamente capturam a essência de limão do ambiente, me deixando estranhamente calma.

Nem Tudo São FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora