O pai de minha mãe também se chamava Vincenzo, assim como o homem com quem ela se casara de novo. E, como este, também já fora um emigrante.
E era ele quem contava...
Eu era muito pequena e, à noitinha, depois da janta, ele me punha no colo e, enquanto ele me embalava na cadeira de balanço, ia desfiando uma a uma as histórias de sua vida:
- Fortunatella, eu sou um homem desta terra. Nasci aqui e vou morrer aqui. Tenho raízes, como as árvores.
Eu olhava curiosa. E ele continuava:
- Sim, os homens são com o árvores. Onde são plantados, ficam. É difícil arrancá-los. Só que algumas árvores também se acostumam com novos climas. Eu, que era uma árvore de Saracena, quis um dia ser replantado em outras terra. Mas não deu certo...
- Que árvore era você, vovô, que árvore? - perguntava eu sem entender.10
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A Menina Que Fez A América
Proză scurtăSaracena, Itália, final do século XIX. Pequenas aldeias de camponeses e artesão. Seus sonhos: sótãos repletos de alimento para o próximo inverno. O cotidiano interrompido pelos dias santos e festas populares. Aqui e assim viveu Fortunatella. Morre...