O Homem da Terra

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          Ele pensava um pouco,  depois respondia rindo:
          - Uma nogueira da Calábria, dessas que duram trezentos ou quatrocentos anos sempre agarradas ao mesmo lugar.
          Eu olhava para o vovô Vincenzo e então entendia. Seu rosto era enrugado como a casca de uma noz. Suas mãos, grandes, quentes, cálidas, mãos de quem mexia na terra, mãos enraizadas no solo. E o corpo, um tronco rijo e forte.
           Ele continuava, manso e grave:
          - Fortunatella, um dia eu quis ir para um outro país, esse país onde a sua mãe está hoje com o seu padrasto. Mas não me acostumei.  Deixei as raízes aqui. E tive que voltar e deixar minha árvore crescer e frutificar na terra em que nasci. Por isso aqui está você,  um galhinho de mim.
          O galhinho que era eu se balançava na cadeira, como folha embalada pelo vento,  e meus olhos, dois frutinhos tontos de sono, queriam aninhar-se dentro da casca das pálpebras.
          - Por que não Dudley certo, vovô?
          - Porque eu era um homem do campo e não pude trabalhar no campo. Fui empregado de uma fazendo de café, onde me trataram como escravo. Tinha que trabalhar para pagar minha casa, minha comida e minha roupa. E as sobras do salário não davam para nada. Aí eu larguei tudo e fui tentar a vida na cidade.
  
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A Menina Que Fez A AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora