Saracena, Itália, final do século XIX. Pequenas aldeias de camponeses e artesão. Seus sonhos: sótãos repletos de alimento para o próximo inverno. O cotidiano interrompido pelos dias santos e festas populares.
Aqui e assim viveu Fortunatella.
Morre...
Pelo menos, com o sonho da romã, se a gente deixasse cair um grãozinho, não aparecia o tesouro, mas também não aparecia o diabo... Todos as noites, ao deitar, eu desejava: "Vai ser esta noite. Vai ser esta noite" . E adormecia, olhando para aquela cômoda cheia de gavetas, que vovó abria e fechava todos os dias para apanhar poupa limpa para mim. Mas nada de sonho de romã. Os únicos sonhos de que eu me lembrava ao acordar eram como aqueles de escalar um dos mais altos montes da Calábria - o monte Pollino, quem sabe... - e de lá me atirar para baixo e ficar voando, voando, sobre os telhados das casas da Saracena...
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