6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONO

6

Na manhã seguinte Luciano chegou ao hospital com um sorriso de orelha a orelha, deu bom dia a todos e seguiu para o vigésimo segundo andar. Local de seu antigo escritório, limpou suas coisas em segundos, demitiu a secretária particular e comprou uma passagem para Acapulco. Bruna havia prometido manter o nome do hospital, Rodrigues Montecito, era o sobrenome das duas partes de sua família, então agora ele não tinha mais preocupação alguma. Dentro de meia hora a nova presidente entraria em sua sala, para dar ordens e botar aquilo nos eixos, Bruna pagaria todas as dívidas do hospital e ele pegaria um bronzeado bem longe dali.
Sabrina chegou ao hospital as nove, tinha grandes e profundas olheiras pela noite mal dormida e ainda tinha que atender seis pacientes só antes do almoço. Caminhou até sua sala com um café forte em mãos, a cada três passos ela dava um gole, sempre olhando para frente, tomando cuidado para não tropeçar em seus companheiros de trabalho.
Mal chegou a sua sala e bateram na porta.
— Entra — ela grita e coloca suas coisas sobre a mesa.
— Oi — Gustavo coloca a cabeça para dentro com um sorriso nos lábios, depois coloca o resto do corpo.
— Oi, que felicidade é essa?
— Dormiu bem em — ele comenta rindo — bom, temos uma reunião em dois minutos. É melhor se apressar.
— O que? Eu tenho uma consulta!
— Cancele.
Ela bufa e liga para Sara, que ficava na recepção, pedindo para ela remarcar a próxima consulta para as três da tarde.
— Pronto, vamos!
Os dois saem de sua sala, Gustavo passa o braço ao redor da cintura da loira que aconchega a cabeça em seu ombro; queria tanto dormir mais algumas horas.