6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONO

3

  Bruna encerra seu look com um scarpin Chanel com spikes nude e pega sua bolsa. Ao sair de seu quarto do hotel dá de cara com o melhor amigo saindo do quarto ao lado todo perfumado.
— Onde o senhor pensa que vai? — Ela pergunta com um sorriso nos lábios.
— Fazer o mesmo que você — ele pisca.
— Eu não vou dar! — Ela responde rapidamente e depois começa a rir.
— Nem eu meu amor — diz fazendo-se de ofendido.
— Quem é o boy? — Bruna pergunta.
— Aí, eu conheci ele no desfile da Morena Rosa.
A morena ri e aperta o botão do elevador, que demora exatos trinta e seis segundos para chegar ao décimo segundo andar. Os dois entram e Kevin aperta o botão do térreo.
Eles se separam ao sair do hotel, Kevin já tem um carro lhe esperando, enquanto Bruna saí tentando pegar um táxi no meio da avenida que está a pleno vapor.
Depois de dez minutos ela consegue um táxi para si, então dá o endereço e fica calada durante todo o percurso, mexendo no celular, dando ordens para seus subordinados que estão em BH.
Ao chegar no restaurante ela paga a corrida com uma nota de cinquenta e salta para fora, sem nem ligar para os quatro de troco.
A reserva está em seu nome. O maître a conduz até sua mesa onde, Thiago já está a esperando. Ele havia raspado a barba, estava parecendo uma criança e, pensar nisso, fez Bruna rir. Ela o cumprimenta com um beijo no rosto e os dois se sentam, de frente um para o outro.
Uma conversa se inicia, cheia de lembranças e saudade. O garçom se aproxima e pergunta o que ambos vão querer.
— Por enquanto eu quero só uma taça de Chardonnay — Bruna diz.
— Pra mim também — Thiago pede — pode trazer uma porção de pães de alho também.
O garçom assente com a cabeça e saí, deixando os dois retornarem a conversa agradável que estavam tendo.
— E a Sabrina? — Ele pergunta.
Bruna sorri calorosa.
— Ela está bem. Fez medicina e se especializou em cardiologia.
— Sinto saudades dela.
— Ela também sente a sua. É claro que não é aquela coisa adolescente de anos atrás mas...