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  Com a chegada de uma novata, a equipe do hospital resolveu fazer um ritual de iniciação com a novata. Na sexta feira depois do expediente foram para um baile de máscaras no Coração Eucarístico. As boates de lá eram as melhores.
Sabrina usava um vestido azul claro, quase no tom de branco e uma máscara amarela e prateada. Gustavo estava de terno e máscara preta enquanto Samanta, usava um vestido vermelho sangue e máscara negra.
Sabrina mal desceu do carro e encontrou um antigo ficante. Ele sorriu ao vê-la e beijou seu canto da boca.
— Continua cheirosa — ele diz.
— A gente se vê lá dentro — ela finaliza a conversa e sorri antes de sair.
Gustavo caminha ao lado de Sam, ambos atrás de Sabrina, que brilha por onde quer que passe. Isso, só deixa Samanta mais irritada ainda.
No caminho da entrada da boate até a bancada do bar Sabrina encontra três caras que conheceu nas boates da vida e, beija um deles.
— Viu só? — Gustavo diz, referindo-se ao apelido "fatiou, passou".
Sam ri e logo, começa a pensar em como pode usar isso ao seu favor.
Todos pedem uma dose de tequila e viram juntos, balançando a cabeça em seguida. Depois cada um pega algo de sua escolha e vai para a pista de dança.
Sabrina mal começa a dançar e vários caras começam a marcar em cima, ela ignora a maioria, só se dispõe a ficar e conhecer os que não chegam com cantas idiotas.
— Segura minha bolsa, preciso ir ao banheiro — Sabrina pede a Gustavo e saí.
Pouco depois, Sam some. Em quinze minutos a ruiva está de volta e nada da loira.
— Ela deve estar com algum cara — John, o cirurgião plástico do hospital diz.
— Você conhece ela — Carlos, o clínico geral acalma Gustavo.
Enquanto isso, o banheiro estava trancado por fora com uma enorme placa de interditado. Lá de dentro, Sabrina gritava, mas o som lá fora era tão alto que ninguém conseguia ouvir. Ficou trancada até as cinco da manhã, quando a festa acabou e chegou a faxineira.
— O que você está fazendo aqui? — Ela pergunta. — Não estava interditado?
— Alguém fez uma brincadeira de mal gosto, muito obrigada — ela beija o rosto da outra e saí correndo.
A rua estava deserta e ela morrendo de frio. Estava sem um centavo, não dava pra pedir táxi, Uber e sequer pegar ônibus. Foi quando o Barman saiu da boate e destravou o alarme de seu carro. Reconhecia a loira, vira ela lá dentro e não conseguiu esquecer mais, era a mais bonita da noite. Agora, sem a máscara, estava muito mais.
— Oi. Quer uma carona?  

6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONOOnde histórias criam vida. Descubra agora