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  Quando Matheus chegou em casa Bruna estava sentada no sofá, usava roupão e uma toalha nos cabelos, entre os dedos ela segurava uma taça de champanhe. Os ombros estavam a mostra, Matheus sentiu a boca secar só com aquele pequeno pedaço de pele, ela irradiava poder.
— Ainda acordada? — Perguntou.
— Não — ela ri — é só meu espírito, o corpo está na cama, deitado e fiel, te esperando voltar de um encontro com outra.
Ela se levanta, deixando que o roupão caia em volta dos pés, revelando uma camisola transparente preta que combinava com a calcinha rendada.
Ele prende a respiração.
— Não é o que está imaginando.
— É? E o que eu estou imaginando? Que o homem que vai ser casar comigo em duas semanas é um mentiroso? Que eu sempre soube e não quis enxergar?
— Bruna, estamos juntos a mais de dois anos. Eu amo você e jamais te trairia.
— Exato! Mais de dois anos. E mesmo assim você não respeita nosso relacionamento.
— EU NÃO ESTOU TRAINDO VOCÊ! Somos amigos — ele sussurra — conversamos, jantamos. É só isso.
— Não é nada demais. Você se encontra com a mulher com quem me traiu a dez meses e não me diz nada. Absolutamente. E não é nada demais.
— Ela apareceu na empresa um dia e eu fui tão grosso, pedi desculpas e acabamos indo tomar café. É só isso.
— Você vai dormir no quarto de hóspedes. Vou voltar pra empresa amanhã e se ela colocar os pés lá dentro, irei joga-la pela janela do vigésimo andar. Se você tentar me impedir, eu tomo a guarda da Olive e te jogo na sarjeta.
Ele a encara, perplexo.
— Tente...
— Me desobedeça pra ver! — Ela rosna e saí em direção ao quarto.  

6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONOOnde histórias criam vida. Descubra agora