6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONO

58

  Sabrina passou o resto da tarde em um bar, perto do apartamento da melhor amiga, que não atendia o celular. Ignorou todas as chamadas de Nicole, era tudo culpa dela, uma hora ela teria que encara-la, mas agora, só queria curtir a solidão.
Comeu apenas os tira-gostos que eram servidos junto com a cerveja, no final do dia ela passou pras doses de cachaça e só parou de beber quando foi expulsa pelo dono do bar, que não queria que ela tivesse um coma alcoólico. A loira foi cambaleando até o apartamento de Bruna e subornou a faxineira pra deixar ela entrar, mas tropeçou na mesinha de centro e caiu no chão, ficando por lá mesmo.
Bruna, quando viu a melhor amiga naquele estado arrastou ela até o banheiro e a colocou em baixo do chuveiro frio. Sabrina vomitou tudo que possuía no estômago, e depois de ser limpa pela morena foi enfiada dentro de um roupão felpudo.
Quando as duas estavam na cozinha, depois de Sabrina ter tomado um suco com bastante açúcar, Bruna ousou perguntar.
— O que aconteceu?
Quando Sabrina pensa nas últimas vinte e quatro horas, começa a chorar, igual uma criança que ralou o joelho e tem medo de merthiolate. Tudo que ela queria era voltar no tempo e nunca se relacionar com Nicole.
— Thiago e eu terminamos.
Bruna fica perplexa. Aqueles dois eram o casal mais firme que ela conhecia, nunca brigavam, se amavam incondicionalmente.
— Por quê?
Sabrina começa a contar tudo que aconteceu para Bruna, que começa a juntar as peças do quebra cabeça. Por fim, a morena não diz nada, apenas se levanta e liga para Matheus.
— Já está com saudades? — Ele diz, ao atender.
— Vem pra cá, agora!
— Uma brincadeirinha de manda quem pode, obedece quem tem juízo?
— Estou falando sério, sua irmã precisa da gente.