6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONO

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  Julieta Sharp, 27 anos
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  Matheus chegou a empresa as sete horas. Estava feliz, havia deixado as duas mulheres da sua vida em casa, dormindo tranquilas e em paz.
— Senhor Barbosa, tem uma senhora que insiste em falar com você.
— Estou ocupado, mande ela marcar um horário.
— Ela insiste. Disse que vocês são velhos amigos.
Ele respira fundo.
— Onde ela está?
— Na sua sala senhor.
— E quem permitiu? Se isso acontecer de novo Ana, eu te coloco na rua.
— Sim senhor, me desculpe.
Ele entrou. Viu longas madeixas loiras pendendo nas gostas da mulher, ao fechar a porta ela se virou.
Só pode ser brincadeira — ele pensa.
— Matheus!
— Julieta, o que faz aqui?
— Bom, senti saudades, resolvi fazer uma visita.
Ele caminha até sua cadeira e se senta, ignorando o fato dela ter se levantado para cumprimenta-lo. A mesma senta-se envergonhada.
— Minha agenda está cheia, se puder ser breve.
— Bom, eu também estou precisando de emprego. Estive pensando se...
— Ficou louca? Se eu te contrato nós dois estamos na rua. E eu posso perder minha família.
— Pelos velhos tempos.
— Velhos tempos é o caralho. Se eu pudesse voltar nunca teria traído a Bruna com você.
— Então vocês estão mesmo juntos — ela conclui.
— Juntos e felizes. Agora, por favor, retire-se da minha sala.

— Pensei que pudéssemos ser amigos — ela diz, fazendo um leve drama antes de sair.