Capítulo Dezoito - II

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Não pude responder, por que o telefone da minha mesa tocou, com uma Emma muito enfurecida do outro lado da linha, gritando coisas praticamente impossíveis para qualquer ser humano ouvir, principalmente eu, que não escutava muito bem de um ouvido.

–– Caramba, Emma! Se acalme, eu não entendi nada.

Olhei para Jude, percebendo que ela estava tão confusa quanto eu.

–– Eu disse para você que essa transportadora era uma merda, Deri! Eles disseram que não tem como entregar os exemplares da revista para os distribuidores.

–– O QUE? –– Gritei. –– Que porra é essa?

–– Eu liguei para o responsável, por que até agora eles não entregaram nada, e imagina? Eles disseram que não tem previsão de entrega.

Olhei para Jude que estava com as sobrancelhas levantadas. Seu lábio foi arrastado para dentro da boca com a curiosidade, seu olhar também não saía do meu.

Eu nunca mais falarei que as minhas orações não são atendidas. Olha isso, eu sendo completamente cortado do momento que poderia surgir entre Jude e eu. Caramba!

–– Mas, a revista tem que estar circulando na segunda, quando eles estão pensando em fazer a entrega ao distribuidor? –– Perguntei, pensativo.

Jude encostou na minha mesa, e a visão do seu quadril foi demais para minha cabeça, e a elasticidade da minha calça. Olhei para baixo, esperando a resposta de Emma. Procurei o fio do telefone para desenrolar, mas não achei nada, o que só me deixou mais puto. Quando eu tinha o maldito telefone com fio, eu tinha alguma coisa para fazer, além de ficar olhando para o quadril de Jude e morrer de tesão.

–– Eles não se importam com isso. –– Emma bufou do outro lado. –– Você vai ter que buscar os exemplares, Deri.

–– É, eu percebi isso. –– Rolei meus olhos. –– Paga a multa que for para desfazer o contrato com essa maldita transportadora, arrume outra e feche contrato. Esse tipo de coisas não pode mais acontecer, é inadmissível.

Deixei cair o telefone no gancho, concentrando-me no rosto de Jude.

–– O que aconteceu? –– Ela perguntou, ainda devorando seus lábios.

–– A transportadora falhou e não tem previsão de entrega para a distribuidora.

Dei a volta na mesa, tirando da minha bolsa, a minha carteira e meus óculos escuros.

–– Nossa, que incompetente! O que você precisa que eu faça? Tem algo que eu posso ajudar? –– Perguntou, solícita.

Jude tinha soado inocente, mas mesmo assim, parei meus movimentos, olhando-a intensamente. Respirei fundo, sentindo a carga de suas palavras.

–– Você não tem a mínima noção das suas palavras, eu presumo.

Jude não demorou nada para sorrir um pouco, entendendo meu ponto. Pegou uma mecha de cabelo, brincando em seus dedos. Seus lábios estavam úmidos, mesmo assim ela passou a língua neles, provocante. Eu queria beija-los.

–– Na verdade, senhor Benson, eu presumo que o senhor não tem noção do propósito das minhas palavras. –– Retrucou.

Dei dois passos, gostando da quantidade par, chegando perto de Jude. Passei minha mão por sua nuca, puxando seu cabelo, forte. Juntei nossos rostos. Se eu abrisse levemente minha boca, poderia beija-la, no entanto, eu só a olhei nos olhos, antes de dizer:

–– Você está afirmando que faz de propósito? Me excita, deixando-me louco vairado para te comer, de propósito, srta. Holie? –– Jude arfou, arregalando levemente seus olhos. –– Eu posso facilmente mudar meu discurso e dizer que você não tem noção das consequências. –– Juntei ainda mais nossos corpos, esfregando minha ereção em seu ventre. Jude fechou os olhos. –– Olhe para mim quando estou falando com você. –– Esperei seu movimento. –– Você gosta de me provocar, não é mesmo? Pois bem, eu vou te mostrar como eu ajo quando sou provocado. No entanto, agora eu estou muitíssimo ocupado, não posso atender seu desejo.

Uma Amorosa VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora