Capítulo Dezessete

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JUDE HOLIE

Por mais que aqueles momentos passados com Derick fossem ótimos, eu sentia que estava afastando-me de mim mesma, e cendendo a essa irrefutável atração que sentíamos um pelo outro. Eu nunca fui de me prender a ninguém simplesmente por sexo, quase sempre eu gostava da companhia, da conversa. Mas, Derick... Eu não sabia o que estava acontecendo, somente que ele puxava todos os meus botões, eu me via presa toda vez que ele dizia algo em duplo sentido, e quando não fazia, eu gostava de instiga-lo. Alguma coisa dentro de mim crescia e se vangloriava, a medida que ele ficava nervoso conforme eu o desafiava. Isso era perigoso, certo?

Remexi, inquieta em seu colo, só agora percebendo que mais uma vez qualquer um poderia chegar e ver o que quisesse. Eu estava nua da cintura para baixo, e as mãos de Derick ainda repousavam em meu seio, como se fosse dele e como tal, tivesse todo o direito de dormir com as mãos ali. Eu estava gostando disso. A falta da distância depois do sexo era algo novo pra mim, e surpreendente bom.

Ô, Deus, eu estava caindo de cabeça e nem me dava conta.

–– Meu pai amava os Beatles. –– Disse, deitando-me em seu ombro.

Derick desceu sua mãos dos meus seios, deixando-as sonolentamente em cima da minha barriga, brincando com o piercing que eu tinha na barriga.

–– Não entendi.

Eu também não estava entendo o por que de compartilhar a escolha do meu nome. Sempre foi tão íntimo pra mim, e ele zombou disse. Porém, era como se eu quisesse apagar o que ele fez mais cedo, sentia que precisava falar, compartilhar.

–– Meu nome. –– Expliquei. –– Veio da música: Hey, Jude.

Virei levemente meu rosto, encontrando o olhar de Benson sobre mim.

–– É linda e incentivador a música, Jude. Seu pai foi excelente em escolher o seu nome. –– Olhei para sua boca, uma melancolia se instalando dentro de mim. Fechei meus olhos, respirando fundo, ainda era muito doloroso lembrar dos meus pais. Era como se eles tivessem ido, para nunca mais voltar, ontem, e não há nove anos atrás. Já iria completar uma década. –– E o segundo, Hollie? Lembro-me que você ficou muito defensiva quando eu quis saber a origem na entrevista. –– Sorri, divertida.

–– Você foi um enxerido. –– Toquei seu nariz, dando um leve beijo em seus lábios.

Eu estava me tornando uma nova pessoa, principalmente na presença de Derick. Nunca fui de ficar me apegando e fazendo carinhos, chamegos. Eu estava extremamente amedrontada, mas isso não me impedia de ir cada vez mais fundo.

–– Sim, eu fui. Mas, agora me conte. Qual o significado.

–– O segundo é meio estranho, meu pai era um doido com Rock e adorava o guitarrista do U2. Ele deu continuidade à música, Original Of The Species, que Bono começou para homenagear Hollie, filha de The Edge.

Derick se afastou levemente, encarando-me.

–– Então ficou Jude Hollie. –– Afirmei, contendo um sorriso. Todos achavam meu nome muito esquisito, mas Derick não parecia pensar o mesmo, e se pensava, não demonstrava. –– E sua mãe, achou normal?

–– Ela pensava que a experiência da gestação era dela, cada chute, o parto e tudo, que meu pai deveria ter uma nova experiência também. –– Sorri. –– Acho que ela não sabia que meu pai colocaria esse nome em mim, no entanto.

Derick sorriu, abraçando-me, o queixo apoiado em meu ombro.

–– É um lindo nome, para uma bela garota.

Sorrimos com o clichê.

–– Nossa, Deri, definitivamente você não sabe cortejar.

Derick fez uma careta.

Uma Amorosa VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora