Capítulo Dois

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Derick Benson

A porrada que eu dei em cima do despertador só me comprovou que minha avó esteve certa o tempo todo, mais uma vez. Afinal, comprar um despertador baratinho da quinta avenida era melhor do que substituir o meu Iphone 6 plus. Com toda a minha grosseiria para acordar, não seria diferente.

Esfreguei meus olhos, uma mania irritante que eu tenho desde criança, e me levantei, olhando os cacos que sobraram do plástico do meu pequeno relógio no chão. Bem feito! eu não conseguia pensar diferente, quem mandou me acordar cinco minutos depois que eu fechei meus olhos?

Espreguiçando, joguei meus braços para cima e estralei todas as minhas juntas, sentindo um pouquinho de adrenalina que eu precisaria para enfrentar o meu dia. Não era nem sete da manhã ainda, mas eu já estava terrivelmente arrependido de não ter dado ouvidos a minha avó e saído ontem a noite. Mas, porra! Eu tinha que extravasar, era um homem com uma missão de satisfazer o meu desejo por chocolate. Estava com o pau duro desde de manhã, quando eu vi aquela bunda, perfeita e a pele morena, no starbucks, depois que acabei a minha corrida.

Correr no domingo de manhã tinha se tornado um hábito desde quando eu me entendia por gente, e já faz muito, muito tempo. Não era minha intenção sair e vagabundar em um domingo a noite, já me prometi isso várias vezes, o que claro, nunca adiantou, sempre caio na tentação. Mas ontem foi diferente, aquela visão me deixou perturbado durante o dia inteiro e não me importava o que eu fazia, se jogava cartas com minha avó, ou se ficava com ela dentro de nossa piscina aquecida levando tapas por ela estar de roupas, eu sempre me lembrava da bunda. Ah bunda... aquela que me deixou no desespero e constrangido em vários momentos com dona Charlotte. O único jeito seria ir a caça e saciar, nem que seja um pouco, o meu desejo.

Sobre protestos da minha avó, eu saí procurando um mesmo tom de pele, a bunda arredondada, extremamente rara no lugar onde eu vivo. Acho que por isso eu fiquei tão fascinado. Porém, no meio da noite, de mãos ainda vazias, eu fiquei ainda mais frustrado por me interessar, meramente, por uma mulher branca e sem a perfeita bunda que eu estava imaginando. NAquele momento, com quatro doses duplas de Bourbon fervilhando meu estômago e mexendo com meu cérebro, não importava; eu já estava quase chamando o urubu de meu louro. Resultado foi eu comê-la lambrecada de chocolate - que não podia faltar - e fazer o máximo para não ver a sua bunda. Resumindo, foi quase como eu tampar a sua cara com o travesseiro e foder somente com o seu delicioso corpinho magro.

Foi o suficiente para que eu pudesse dormir sossegado e exausto. Não suficiente, porém, para me deixar equilibrado e calmo, principalmente o amigo lá de baixo, para que eu pudesse trabalhar.

Eu era um homem com uma incessante vontade de comer qualquer tipo de rabo de saia bom que passasse na minha frente. Ao longo da minha juventude eu percebi que o sexo me da o prazer e o entorpecente necessário para que a minha mente desligue um pouco dos problemas incessantes que dela nunca saem. Admito que se tornou um vício prazeroso, porém, há dois anos o sexo para mim é somente isso, um vício. Mas essa estava me fazendo com vinte e quatro horas de tesão e pau duro, perder completamente a sanidade, o que nunca aconteceu. Estava sentindo o gostinho quase amargo da excessão na minha boca e no meu corpo. O desconhecido é assustador para muita gente, mas para mim sempre foi apavorante. Eu que sempre quero as coisas controladas, do meu jeito, estava perdendo isso sem nem ao menos conhecer a sujeita.

Balançando a minha cabeça para me livrar dos pensamentos incessantes e desagradáveis, saí do meu banheiro já de banho tomado e caminhei para o closet, escolhendo um terno de três peças para passar o dia. Teria que estar mais apresentável possível, faríamos uma entrevista com algumas candidatas a estágio na Revista e esse projeto de trainee era muito importante pra o grupo.

Uma Amorosa VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora