JUDE HOLIE
O dia estava bonito, ensolarado, tinha poucas nuvens no céu. Estávamos na primeira semana de fevereiro e o frio de Minnesota tinha começado a se abrandar, batia uma brisa suave, que não deixava o sol nos esquentar demais.
Sorri. Era um ótimo dia para concluir uma fase da minha vida.
— Estou nervosa! — Raquel murmurou, chamando a minha atenção.
Franzi o cenho, confusa.
— Passou a faculdade toda, seu projeto de conclusão foi aceito e você está nervosa agora?
— É que agora que as coisas se tornam reais.
Balancei minha cabeça, concordando, a sua frase cheia de verdades.
— Quem diria? — perguntei, encantada com o destino. — Você trabalhando no jornal de Maple Grove day by day. — Sussurrei.
Quel estava empregada, tão logo acabou os estudos, o natal e ano novo passaram, ela tinha se empenhado em mandar vários currículos e indicações dos professores. Não demorou muito e tinha começado a trabalhar num grande jornal, na cidade vizinha de Minneapolis. Pensei que voltaria para sua terra, onde seus pais estavam, mas disse que tinha aprendido a viver longe, e que era melhor assim.
Não entendia, por que o melhor para mim seria que Derick e minha família pudessem conviver no mesmo país.
— Impressionada, baby? — Pôs a mão no queixo, fingindo estar surpresa. — Eu não ficaria assim por mim, mas me olhando no espelho, se eu fosse você.
— Cala a boca, Quel!
Olhei para os lados, constrangida. Já estavam quase todos acomodados, os alunos na frente, enquanto os convidados se mantinham atrás. Fiquei quieta, dura, sabendo exatamente onde toda a minha família estava, junto com a família de Derick, mas não ousando desviar o olhar e encontrá-los.
— O que é, Jude? Você se casou com o bonitão do cabelão.
— Não me casei.
Ela cutucou meu braço com o cotovelo.
— Que seja, está morando junto, adotaram uma filha e tem uma encomenda no forninho. — A olhei, incrédula. — pouca coisa, hein!
Eu concordava, não era pouca coisa.
— Eu ainda não contei para ele.
— E vai contar? Por que sério, o menino deve estar quase passando pela sua perna. Vai alegar dor de barriga e quando chegar no hospital os gases irão ter o perfeito formato anatômico de um ser humano mirim.
Não consegui segurar, abaixei a cabeça, rindo de sua voz e tudo que falou. Sabia que estava certa, e a hora de contar para Derick que estávamos grávidos já tinha passado. Mas me permitir somente sorrir naquele dia, e não me estressar com outras coisas que não dizem respeito a minha profissão naquele momento.
Depois eu me preocuparia com Derick e gravidez.
Ele adotou Cassidy, não importaria de ter mais um criança em casa, certo?
— Toda vez que vou contar acontece alguma coisa, ou ele quer me comer, ou me beijar... Nunca sei a hora certa.
Essas situações já tinham me deixado exasperada, por que toda vez que iria conversar com Derick era um obstáculo de divagações e distrações que eu tinha que enfrentar.
E ele não era culpado, por que ser bonito não era uma patologia, e nem um crime.
— Nossa, tadinha dela! Morro de dó, Jude. — Se abanou. — Conte rápido, é melhor do que ser surpreendida. — Ela olhou para trás, enxergando Stephan, sua feição murchou e a raiva tomou conta.
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Uma Amorosa Vingança
RomancePetulante! Eu não posso contar quantas vezes eu já ouvi isso em minha vida. Minha avó é a primeira a dizer, mas ela não conta, principalmente quando ela abre aquele imenso sorriso em minha direção. Não vejo isso como defeito, eu não abaixo a cabeça...