Capítulo Treze

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JUDE HOLIE

–– Ele te beijou? -- Gritou Raquel, dando um pulo da sua cama.

Olhei para fora da janela antes de responder. A noite estava fria e caía uma pequena garoa. Peguei a coberta e cobri um pouco mais o meu corpo, como se assim fosse possível apagar todas aquelas lembranças, como se elas pudessem passar para debaixo do cobertor.

–– Acho que sim… -- Inclinei minha cabeça para o lado, pouco a vontade com o dramalhão que Quel estava fazendo com um simples, quase inexistente beijo.

–– Acha, Jude? -- Fez uma careta, confusa.

A olhei, minha expressão o mais neutra que eu pude conseguir fazer. Ou seja, quase nada. Eu me confessava somente pela expressão.

–– Tenho certeza, Quel. -- Dei um sorriso, afinal lembrar do beijo com satisfação não me faria ficar realmente com Derick Benson, nada poderia negar que o beijo tinha sido completamente maravilhoso. O que só me faria remoe-lo muito mais do que eu queria. -- Foi um baita de um beijo, delicioso...

–– Você suspirou! -- Olhou-me incrédula.

Ham?

–– O que? Ta máluca? Vou suspirar por causa de um beijo? -- Que insanidade. Isso não aconteceu.

–– Ah sim! Derick Benson fez você suspirar. -- levantou da cama, pulando na minha. -- Eu gostaria de saber qual o nível de pegada do seu chefe.

Não podia acreditar que era realmente Raquel quem estava falando aquilo comigo.

–– Você só pode estar ficando completamente maluca se acha que um dia vai descobrir isso, Guria.

–– Está com ciúmes.

Bufei de raiva, tudo para Raquel tinha motivos nas entrelinhas.

–– Raquel, abre o olho, estou te contando de todo o meu dia e você só prestou atenção na parte do beijo de Derick?

Mudei de assunto.

–– Foi a parte mais interessante. -- Encolheu os ombros.

–– Eu estou com medo de ser mandada embora, Quel. -- Enterrei minha cabeça nas mãos, sofrendo realmente a antecipação de chegar lá amanhã e ter que assinar minha carta de demissão.

–– Jude, levando em conta que o cara quer te comer, ele não vai te perder de vista assim. -- A olhei incrédula. -- Não estou falando que você vai se vender. Calma com esse olhar aí!

–– Eu não estou entendendo o seu ponto. -- Balancei a cabeça, querendo esquecer aquilo tudo, menos a sensação de ser beijada e tocada pelo meu chefe. Foi o ponto mais alto do meu ano. Sem dúvidas. -- Ele me mandou vir para casa. Ficou lá conversando com a bruxa da Alexis.

–– Ei, Jude! -- Raquel passou o braço pelo meu ombro, pareando seu rosto com o meu. -- Deixa de ser pessimista. Eu estava somente brincando quando disse que Derick Benson não vai te mandar embora por que quer te comer. Mas, você já leu seus textos? Realmente os leu?

Mordi os lábios, desconfortável.

–– Do que isso adianta? Na cabeça dele é a Alexis quem os redigi, e a assinatura é dela também.

–– Droga! Eu sempre soube que essa mulher era uma cobra peçonhenta; -- Resmungou.

–– Eu também!

–– Mas olha, não vamos nos deixar abater por isso. Você está pensando demais, como faz com todas as outras coisas.

–– É talvez você tenha razão. -- Mas eu não conseguia parar de sofrer por isso, imaginar todos os cenários da demissão que certamente viria amanhã.

Uma Amorosa VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora