Capítulo 33 - I

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DERICK BENSON

Todos os malditos dias, em todas as horas. Eu contava cada segundo que estava vendo Jude e que deixava passar sem que eu contasse que Stephan era meu irmão. Sempre ficava para depois, sempre não tinha necessidade, eu sempre tinha que ganhar ainda mais a atenção, o amor e a confiança dela antes que pudesse contar toda a verdade.

Até que não teve mais jeito. Antes de eu contar, ela já tinha descoberto tudo. Jude não era idiota, e eu sabia disso. Ao olhar para Stephan, ela percebeu toda a teia de mentiras que nosso relacionamento foi criado, antes mesmo que eu pudesse abrir a minha maldita boca, que deveria ter sido aberta muito antes. Nosso namoro começou a ruir sob os meus pés, em cima do castelo de areia que eu o havia criado.

Coloquei Casey no chão, estendendo a mão em sua direção, vendo, com uma dor surreal no peito, ela se afastar, com nojo. Me dilacerava por dentro perceber todos os terríveis sentimentos que passavam pelos seu olhar, e que fui eu quem os causei.

Estava mais do que claro que eu tinha ferrado com tudo. Fodido era uma palavra melhor, no entanto, sentia que não chegava perto do que estava por vir. Eu iria sofrer horrores sem Jude, não aguentaria. Perder ela era muito mais do que um dia eu já senti de dor na minha vida adulta.

Jude olhou para Stephan com o mesmo olhar, e depois para mim novamente. Sua cabeça balançou levemente, negando qualquer pensamento que tivesse chegado, naquele momento, em sua consciência. Parecendo incerta do que fazer, quando Stephan chegou ao alcance de nossos braços, ela virou em seu próprio eixo e andou apressada para a porta.

— Jude! — A chamei, esperando ela se virar, mas ela não fez. Pensei em gritar, mas seria em vão e chamaria a atenção de todo mundo.

Stephan segurou meus braços, olhou em meus olhos.

— Não bastava me mostrar que estavam juntos, você tinha que trazê-la para a família? — Perguntou, entre raiva e confuso. — Como que você coloca uma pessoa que não tem nada a ver no meio disso tudo, Derick?

— Me solta, Stephan! — Falei, baixo.

— Você é inescrupuloso. — Rangeu, entre os dentes. — Até onde uma vingança pode chegar?

Com muita raiva, eu tirei meu braço do seu alcance, encarando seus olhos. O Sentimento que me tomou foi tanto que eu me assustei, eu poderia queimar Stephan com meus olhos.

— Não é uma vingança. — Afirmei, derrotado.

Fui atrás de Jude, que tinha saído pela porta sem seu casaco. Peguei o meu e o dela com o porteiro e a procurei, encontrando-a logo a frente, na pista de carro, caminhando para a portaria.

Ela queria ir embora a pé?

A neve caía incessantemente, molhando meus cabelos e minha roupa.

— Jude! — Cheguei perto dela, segurando seu cotovelo.

Ela parou seus passos, não me pediu para solta-la, mas também não me olhou. Minha respiração era rápida e descompassada, enquanto a dela estava em meio a soluços. Perceber que Jude estava chorando me destroçou.

— Me desculpa! — Foi tudo que eu consegui falar.

Não planejava que isso acontecesse. Não era nem para a praga do Stephan vir á essa festa. No entanto, eu queria só encontra-lá e não pensei no que falaria.

Jude levantou seu olhar, a maquiagem que ela ficou um tempão passando, estava toda borrada. A mulher que eu amava estava se desmanchando na minha frente e eu não conseguia fazer nada, por que era tudo culpa minha e eu não sabia como consertar a cagada que eu tinha feito.

Uma Amorosa VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora