Kill or die, parte II.

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Respirei fundo e concordei com a cabeça. Então ele continuou:

— O seu pai fez parte de uma máfia.

— Do que você tá falando? Droga, por que eu to ouvindo o que você tá falando? Você é louco! Meu pai era um simples taxista! — Me virei rapidamente e andei até a porta. Então ele segurou meu braço.

— Allison.. Fica até eu terminar. Depois você pode ir. Depois você vai estar livre para fazer suas escolhas.

Virei e o olhei nos olhos.
Com toda essa situação eu nem tinha percebido o quanto ele era bonito, e ao olhar naqueles olhos cor de mel.. Por mais estranho que isso pareça, eu senti uma paz. Quase como eu me sinto quando estou com o Brandon.. Como eu queria um abraço dele agora.

— Fala logo, por favor..

Ele soltou meu braço e concordou com a cabeça.

— O seu pai era taxista.. Sim, ele era. Mas não era o suficiente. Seus pais estavam passando por uma crise financeira intensa. Eles não sabiam mais o que fazer. Foi aí que eles atacaram. Uma proposta inocente, pouco trabalho, muito dinheiro. O seu pai não resistiu, Marie. Ele entrou na máfia, e quando a fachada de contos de fadas caiu.. Ele decidiu sair. E ninguém simplesmente "sai". — Justin suspirou levemente e continuou — Ele sabia demais, mais do que um membro comum deveria saber. Então eles o mataram. A sua mãe não mudou tentando recomeçar, ela estava fugindo, ela sabe de tudo, Marie. E eles acham que você também sabe.

— E agora eles querem me matar? — Continuei o olhando, prestando atenção a cada palavra.

— O seu pai deixou algo pra você?

— Tem uma caixa.. Tem escrito para abrir quando eu me sentir sem rumo e confusa.

Ele assentiu com a cabeça

— Eles querem a caixa. Eles não vão sossegar enquanto não a pegarem.

— Mas por que querem tanto essa caixa? O que há dentro dela? O cu do presidente?

Ele riu, concordando.

— Eu diria que sim, Allison

— Então nós estamos com o cu na mão?

Eu definitivamente não sabia o que estava falando.

Riu mais uma vez e continuou a me contar sobre a caixa:

— O seu pai queria proteger vocês de alguma forma. Então como eles já sabiam que sua mãe sabia de tudo, o seu pai lhe deu uma arma. A prova de tudo. Ele juntou tudo que sabia, tudo que tinha, tudo que conseguiu. Documentos importantíssimos, fotos, vídeos. Tudo que se precisa para incrimina-los e guardou em uma caixa, a sua caixa. Para que se algo acontecesse, você os denunciasse.

— Por que meu pai não fez isso? Por que ele não denunciou eles? Eles estariam presos e meu pai vivo.

— Eles seriam mais rápidos, Allison. O Mason (pai) os denunciava e eles imediatamente saberiam, mandariam homens atrás de vocês, não sobraria ninguém. Ele deu a vida dele como um tempo, mas ele sabia que isso não duraria.

— E quanto a Lucy? — Coloquei meu cabelo atrás da orelha, pensando em tudo o que ele havia dito.

— A Lucy não era sua amiga, Allie. Nunca foi. Ela te vigiava, vigiava cada passo seu e os dizia. Quando os homens começaram a se descuidar e você desconfiou de algo estranho, a Lucy os avisou. E agora há por todo lado pessoas querendo te matar. Você precisa ter cuidado.

Deixei uma lágrima rolar pelo meu rosto e ele me olhou realmente preocupado.

— Você.. C-Como você sabe de tudo isso? — O olhei e pude ver a tristeza em seus olhos.

— O seu pai não foi o único que tentou sair dessa organização.. — Justin me olhou quase chorando e não precisava dizer mais nada.

Eu sabia que o pai dele havia tido o mesmo fim.

Respirei fundo e o abracei levemente.

Eu sentia a dor dele. Era a mesma que a minha.

— Eu vou indo.. Eu.. Tenho..

Ele me encarava querendo falar algo.

— Você não vai fazer nada, né? Você não entende, Allison. Eles estão atrás de você. Agora é matar ou morrer. O que você escolhe?

— Você não entende, Bieber. Eu sinto muito.. Mas eu não vou matar ninguém. — Peguei a chave do carro em cima do criado mudo. Abri a porta e sai o mais rápido que pude daquele prédio.

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