No way out.

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Ao sair do hotel, notei que os caras agora estavam à frente de um carro.
Fiquei parada, apenas observando. Isso seria extremamente estranho se eles não estivessem entretidos na conversa.
Depois de um tempo, um dos homens, abriu o porta mala e mexeu em uma sacola, não dava pra ver o que ele havia pego, seu corpo escondia a área.
Quando fechou o porta mala, disse algo num sussurro para seu parceiro e foi em direção à entrada do hotel.

Num ato fugaz, virei-me, ficando de costas para eles. Fechei meus olhos por alguns instantes, pensando no Justin e no que aconteceria.

Um lado meu grita que eu devo sair daqui, salvar minha própria pele e o outro diz que devo ajudá-lo, e diz o óbvio também, eu nunca me perdoaria se o deixasse morrer. Se ao menos ele estivesse acordado.. Ele saberia se defender, mas não.. Ele está totalmente vulnerável e.. Respirei fundo cortando meus pensamentos e criando coragem.
Me virei novamente, e gritei:

— Ei! — Fiz um sinal com a mão chamando atenção dos homens que agora já estavam no saguão

— Vocês mesmos! — Tirei o capuz, a fim de que eles me reconhecessem. — Estão me procurando?

Assim que eles se tocaram quem eu era e eu pude ver isso pela expressão em seus rostos — meio raiva e surpresa pelo que eu estava fazendo —, Sai correndo e torci para que eles viessem atrás, se não, seria em vão.

Não era tão tarde, então ainda tinha algumas pessoas na rua e todas elas me olhavam com uma cara de "Devo correr também?"
É estranho como ninguém se mobiliza, uma garota desesperada correndo, dois homens atrás da mesma e você simplesmente ignora? Sim, é assim que acontece.

Tive medo de olhar para trás, medo de virar e eles estarem próximos demais ou isso me atrasar. Eu só pensei em correr, o mais rápido possível.

Agora a rua já ficava mais deserta e então pude ouvir o som dos sapatos se chocando com o chão.

Eu precisava despista-los, mas céus, como?

Enquanto corria, avistei uma entrada à frente, não pensei duas vezes, virei á minha direita entrando no beco, que por azar.. era sem saída.

— Só pode ser brincadeira! — gritei com a voz trêmula, pondo as mãos na cabeça.

Agora já passava mil coisas pela minha cabeça, eu sabia o que viria a seguir.. E não seria legal.

Me virei ficando de frente para a única saída, e então os dois homens apareceram, senti um arrepio na espinha e os encarei. É o fim do jogo.

— Vai buscar o carro. — pediu um dos caras — Vamos precisar tirar o corpo. — Disse em um baixo
tom, como se não quisesse que eu ouvisse, mas pelo amor de Deus, aquilo saiu alto pra caramba.

Então um dos homens se retirou, indo buscar o carro, enquanto o outro retirou a arma das calças, apontando em minha direção.
A única coisa que eu consegui fazer foi andar para trás, mesmo sabendo que não havia saída, eu queria adiar o inevitável, até chegar no fim do beco, me batendo contra a parede.
Nem me importei com o cheiro horrível que exalava devido uma lata de lixo colocada no canto. Sabe, quando se tem uma arma apontada pra sua cabeça, você não liga pra muita coisa.

Ele se aproximou, com uma expressão de deboche e soltou um sorriso, o mais nojento possível.

— Tchauzinho, querida. — sussurrou com um sorriso sacana no rosto.

THE BOXOnde histórias criam vida. Descubra agora