Elo Perfeito #Wattys2017

Sete 💚

Depois do beijo da noite anterior eu achei que as coisas iam melhorar pra nós, talvez até conseguíssemos nos dar bem. Mas na noite seguinte o vi com Vivá na beira do rio um pouco afastado da cabana, aos beijos e completamente nús. Ele estava me deixando louca. A cada momento apresentava um comportamento diferente, as vezes fazia parecer que era um castigo estar casado comigo, outras vezes dizia que eu era seu elo perfeito, e se enroscava em mim para dormir. Na minha cabeça nada fazia sentindo, muito menos depois de vê-lo com Vivá. Aquilo me abateu, muito mais que o flagra que dei em Bernar a uma semana atrás, muito mais do que vê-lo com as índias na beira do rio. Porque eu achei que as coisas estavam caminhando, aí ele vai e fica com ela, logo com ela. Fiquei tão mal com aquilo que passei o dia inteiro dentro da cabana, deitada na cama, fitando o teto de palha. Só levantei para me lavar no rio, tentei comer, mas muito pouco. Eu estava nervosa demais, estressada e bem frustrada também.

Já chegava a noite e Cauê ainda não havia voltado, estava fora desde quando o sol nasceu. Comecei a mexer em tudo que tinha na cabana para ver se o tempo passava mais rápido, e para distrair a minha mente. Em baixo da cama achei uma caixa grande de madeira, parecia um baú, com um C gravado na tampa. Arrastei até que pudesse tirá-lo de debaixo dá cama, era bem pesado e precisei fazer força. Assim que abri encontrei algumas peças de roupa masculina, uma jaqueta de couro marrom escuro, duas calças jeans também escuras e da marca Calvin Klein, duas camisas uma branca e outra preta, ambas de gola v. Um óculos preto com armação de ferro, meias, cuecas. Um par de botas marrom estava no fundo junto a uma pequena mala com um gerador pequeno, um iPhone, um MP4, documentos e dinheiro. E no RG a foto de Cauê bem mais novo e suas digitais, no seu passaporte registro de entrada no EUA, Argentina, México, Canadá e até França. Peguei o MP4 juntamente com os fones e coloquei em cima da cama. Peguei o celular louca para ligar para meus pais, mas estava descarregado para meu desespero, tentei ligar o gerador para carrega-lo, porém ouvi passos do lado de fora e coloquei tudo no lugar com muita pressa, empurrei o baú para baixo da cama. E assim que ele entrou no quarto eu fitei o MP4 em cima da cama, antes que ele visse me joguei para esconde-lo. Cauê cerrou os olhos pra mim notando meu sobressalto com sua presença, mas não comentou nada, sacudiu a cabeça como se expantasse um pensamento. Deitei no canto da cama cobrindo minhas pernas com o tecido leve, coloquei as minhas roupas, meu shortinho e a regata, a friagem do rio começava a invadir a cabana . Fechei os olhos e tentei dormir, poucos momentos depois ele se deitou atrás de mim respirando fundo. Sua respiração foi acalmando e a minha junto com a sua. Porém nesta noite, ele não me abraçou, não me puxou para seus poderosos braços. A frustração bateu forte, porque infelizmente aquilo era o que eu mais desejava naquele maldito momento.

Ei, não lembra dá cena dele com Vivá? Ele não presta Maya, não se deixe levar! Seja firme.

Tentei convencer ao meu coração, mas falhei miseravelmente, pois desisti facilmente e adormeci.

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Enfim o último dia dos sete de isolação. Tentei pegar o celular dele outras vezes, mas ele agora estava ficando mais na cabana o que dificultava as coisas e me deixava mais nervosa ainda. Não aguentava mais aquela aflição e sai para meu adorado refúgio, a mangueira. Levei o MP4 dele comigo, que para minha felicidade estava carregado, imaginei que o motivo dessa dádiva seja o fato dele estar desligado. Subi mais alto que o de costume e me enfiei na copa da árvore querendo ficar escondida. Coloquei o fone e liguei o aparelho que tinha uma foto incrível de Cauê em uma pose sexy, sem camisa com olhando para o chão, muito profissional, com certeza foi tirada​ em um Studio. Coloquei a lista de reprodução "Minhas" e "Só os loucos sabem" de Chorão inundou meus sentidos.

" Eles dizem que é impossível encontrar o amor sem perder a razão, mas pra quem tem pensamento forte o impossível é só questão de opinião!"