Bônus - Cauê 💚

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- Fode, me fode! Vai. - a voz dengosa dá loira peituda em baixo de mim estava entrando em delírio. E nada me excitava mais que ouvi-las pedindo mais. Estoquei mais e mais até que ela não aguentasse mais. E assim que soltou seu grito de prazer, me enterrei uma última vez dentro dela e liberei meu prazer também!

Essa era a minha vida de merda, fuder mulheres que me pagavam pra isso, desfilar e posar para fotos. Essa era a minha vida de branco. Carros caros, roupas de marca, um apartamento luxuoso na Barra e as mulheres mais gostosas aos meus pés. Pra qualquer homem essa seria a vida perfeita. Mas eu não tinha só a vida de branco, eu tinha a vida de índio também, tinha que cumprir meu dever como um.

Pouquíssimas pessoas sabia da minha etnia, sim eu sou um índio. E não do tipo que tem apenas herança genética, eu havia nascido de índios e criados por eles. E digamos que isso não é muito comum nos dias atuais. Apesar de levar uma vida pública, eu preferia manter minha origem em segredo, o que a mídia nunca facilitou, obvio!

Fugi dá tribo com quatorze, quase quinze anos. Pouco tempo depois dá morte da minha mani. Ela morreu por causa dá tristeza que carregava a anos, tristeza que foi motivada por Kaolin a segunda esposa do meu pai. E por mais que eu quisesse odiá-la, não conseguia, pois no fundo sempre soube que o culpado de tudo era o grande Cacique! Ele havia desprezado minha mani por uma mulher que se quer o amava. Minha mani tentava me fazer sentir ódio dela, e eu queria mesmo, queria poder agradá-la, mas não conseguia. Kaolin era tão amável e doce comigo, como pouquíssimas pessoas eram, que eu simplesmente não conseguia odiá-la.

Então quando minha mani descobriu que ela teve uma filha com um branco, que se dizia pesquisador, ela me contou tudo o que tinha acontecido. Sobre a maldição e infelizmente, minha função nela.

A dor de minha mani era a minha também, o desprezo do meu pai era evidente. E quando o pagé revelou quem era a escolhida pela lua para mim, os sentimentos ruins foram tomando forma em mim. E agora não era apenas minha mani que os alimentavam, meu pai também ia nutriam com muito ódio. E passei anos ouvindo que em vinte anos eu me casaria com esse fruto, era meu dever fazê-la pagar por todo mal feito a minha mani. Mas eu não conseguia compreender tudo aquilo, e assim que Junity morreu, saí daquela aldeia, sem olhar pra trás. Desejando veementemente que tudo aquilo saísse de mim, e que eles me esquecessem.

Mas isso não aconteceu! Eles foram atrás de mim várias vezes! E sinceramente nunca compreendi o fato de os Kenuês ficarem isolados na mata, já que eles sabiam muito bem se virar na cidade. Segundo meu pai, o fato de permanecerem na mata era pra preservar os costumes, crenças e tudo o que envolvia a tribo.

Algumas vezes eles me levaram de volta a aldeia, mas eu fugi todas as vezes e então eles meio que desistiram. E me fizeram aceitar um acordo. Eu poderia viver entre os brancos, mas todos os meses deveria voltar a aldeia. E quando as vinte estrelas se completassem eu deveria casar com a escolhida dá lua.

Aceitei, e cumpri meu papel perfeitamente bem, em voltar a aldeia todos os meses. Mas a cada oportunidade, tentava convencer ao Cacique de que meu casamento com a filha de Kaolin era desnecessário e estúpido. Porém meu esforço era em vão! E isso fazia meu ódio crescer por ela a cada resposta negativa.

Enfim, fui levando minha vida tentando realmente esquecer essa história de maldição, distinto e todo o resto.

- Com certeza irei repetir a dose. Meu marido não chega aos seus pés. - a loira falou toda suada ao meu lado.

Me levantei e fui em direção ao banheiro. Era sempre assim, parecia até um ritual.

- Ei, não vai dizer nada? - ela gritou do quarto.

E deixei que a água escorresse por minha cabeça e diminuísse o som um tanto irritante daquela voz melosa. Mas foi em vão. A loira invadiu o banheiro fazendo beicinho. Fechei os olhos e respirei. Dificilmente as clientes mantinham a relação no âmbito profissional. E era sempre um pé no saco ter que mostrar a real circunstância.

- Bem, você tem o número de Tito. Basta ligar e combinar, como sempre, Letícia. - digo calmamente, de forma mecânica adquirida ao longo dessa vida Bohemia.

- Estou ponderando a ideia de pedir o divorcio ao Rogério. Eu não o amo, ele não me satisfaz. - começa, mas sei exatamente onde isso vai terminar. - Me apaixonei por você, Cauê. Eu não me vejo mais sem você.

- Letícia, entenda, isso é loucura. - tirei suas mãos suavemente do meu pescoço, com toda gentileza, não queria que ela espalhasse que eu era rude e espantasse minhas clientes. - Não abandone seu marido por mim, porque entre a gente é só sexo e ponto. Você está confundindo tesão com paixão. - finalizei o assunto puxando uma toalha para me secar.

- Não diz isso, eu amo você. Como nunca amei ninguém. - as malditas lágrimas dão o ar da graça.

- Por favor, não estrague essa parceria boa que temos na cama. Assim está maravilhoso. Você é gostosa e eu gosto de te foder, gosto mesmo. Mas deixa só nisso, por favor! - agora eu realmente tinha terminado a conversa.

Depois ela ficou num monólogo entediante enquanto eu me vestia e saia do motel de luxo. Essa era a parte mais chata de ser um garoto de programa.

Elo Perfeito #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora