Treze

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Coloquei a lingerie mais bonita e sexy que eu tinha, uma branca de renda. Passei um pouquinho de óleo corporal de morango, escovei os dentes e coloquei um shortinho branco com uma camiseta verde. Não queria que estivesse na cara que estava afim de... Enfim, me olhei no espelho e minhas bochechas estavam naturalmente vermelhas, só de pensar no que poderia acontecer naquela noite. Meus olhos estavam ligados e bem brilhantes. Deixei os cabelos soltos, afinal ele odeia as tranças que faço antes de dormir.

Sei que o que rola entre nós não chega a ser amor, nem uma amizade dá pra dizer que temos. Desejo? Sim, é desejo o que de certa forma nos liga. Estou certa de que é realmente o momento de enfim perder a bendita virgindade? Nem tanto! Mas tenho muito mais convicção durante esses um mês com Cauê, do que nos cinco anos com Berner! Hoje entendo que não é questão de tempo, e sim de momento. E no momento, eu quero! Talvez não seja a melhor pessoa, mas é por quem me sinto atraída de verdade, alguém que faz meu coração acelerar, que bagunça todos os meus sentimentos e pensamentos, que me faz sair da minha zona de conforto, que me faz querer realmente conhecer o lado envolvente da vida! E pensar sobre isso me apavora!

Suspirei e caminhei para o quarto dele. Bati na porta, mas ele não atendeu. Bati mais duas vezes e ele nem respondeu. Fiquei preocupada, sei lá, vai que ele passou mau caiu e está ferido?! Abri a porta devagar, e me surpreendi com o quarto.

Esperei algo meio sombrio, escuro. Cauê aparenta ser sombrio, gostar de coisas mais fechadas. Mas não, parecia bem arejado. Tinha cortinas até o chão na cor creme com detalhes azuis, combinando com as almofadas na sua cama gigante. Entrei no quarto chamando por ele, mas não respondeu. Fui em direção a uma das portas, bati e chamei novamente, mas não houve resposta, então abri encontrando o closet, repleto de roupas, sapatos, gravatas, cachecóis, jaquetas, botas, parecia uma loja de grife.

Entrei pegando uma blusa preta jogada no chão em frente ao enorme espelho, e juro que a intenção era jogar no cesto de roupa suja que tinha ali, mas quando senti o cheiro dele, não me controlei. Trouxe a blusa para mais perto do meu rosto, fechei os olhos, um cheiro tão gostoso de canela com não sei mais o que, algo único que me fazia lembrar exatamente dele. Sorri com esse pensamento. Quando abri os olhos para o espelho, tomei um susto. Os olhos de Cauê me encaravam com curiosidade e ao perceber a blusa em minhas mãos próxima ao meu rosto, seu sorriso convencido aparece e acende um milhão de luzinhas em mim. Ele se aproxima fazendo meu corpo inteiro se tencionar esperando, ansiando por seu toque, por saber o que aquelas mãos poderiam fazer. Ele me puxa de vagar me fitando pelo espelho.

- O índio e a cabocla! - disse sorrindo, enquanto suas mãos envolviam minha cintura parando na minha barriga, seu polegar fazia pequenos círculos enviando várias reações para minha coleguinha lá em baixo.

- Prefiro Cauê e Maya. - beijou minha orelha e deixei a blusa preta cair das minhas mãos.

- Seu cheiro me acalma e agita na mesma proporção. - Beijou meu pescoço. - Mas em momentos específicos... - beijou minha bochecha. - Me incendeia.

Beijou minha boca de forma possessiva, puxando-me para mais perto. Dei impulso e enrolei minhas pernas ao redor de sua cintura, sentindo ainda mais seu calor, e a textura de seus músculos contra meu corpo.

Comecei a sentir uma queimação no peito, e então me lembrei que precisava respirar. Acho que ele sentou o mesmo, pois por alguns segundos separou nossas bocas e sugou o ar com força, mas não demorou a devorar meus lábios. Ainda comigo em seu colo, foi andando para o quarto que estava com as luzes mais fracas deixando um clima bem romântico. O home theater emanava uma canção de Chimarruts, "Versos simples". Essa música é tão linda, tão perfeita. E meu peito se encheu de pontinhos de luzes, achava que não havia mais espaço para tanta luz que me aquecia por inteira.

Elo Perfeito #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora