Prólogo

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Florianópolis/SC, Dezembro de 2010

— Fernando, você veio! — Eu disse animada. — Tudo bem?

Ele estar ali, na minha frente, na nossa cafeteria preferida, era um sinal que ele iria realmente se casar comigo e assumir o nosso filho.

— Sim, e trouxe a minha mãe. — Senti os meus ombros caírem, quando avistei por cima do ombro, a minha ex-sogra caminhar em nossa direção.

Eu estava empolgada quando o avistei, mas o olhar dele não era o que eu esperava. Eu realmente não sabia o que pensar. E ver a mãe dele ali, definitivamente, não era o que eu esperava. Deveria ser um momento só nosso.

— Ah... Oi Dona Suzana. — A mãe dele me odiava. — Como vai a senhora?

— Olá, Carolina. Eu vou ser direta! Quanto você quer para assumir seu filho sozinha? — Sua voz demostrava que não tinha interesse algum em seu neto.

— Oi?!— Eu não estava entendendo direito. — Quan-to eu que-ro? — Acabei gaguejando. Engasguei com as palavras, àquela era a proposta mas ridícula que eu já me fizeram.

— Exatamente, Carolina. Vocês são jovens, não sabem nada da vida ainda. E Fernando não pode ser pai agora. Irá estragar a carreira dele. — A víbora foi categórica. A encarei, incrédula.

— E a minha? Eu também estou sofrendo as consequências. — Eu esbravejei, me virando para Fernando.

— Nós conversamos a respeito. — Esperei que ele me defendesse. Não sei. Talvez mandar sua mãe calar a boca e sair dali comigo, mas as palavras seguintes dele, me fizeram ver o quanto era covarde.

— Eu sei Carol, mas eu não posso assumir. — Ele me cortou — Nós estamos nos mudando na próxima semana.

Eu não acreditava no que estava acontecendo. Os olhos dos dois eram frios e, não transmitiam nem um pouco de compaixão comigo, nem com o filho que eu carregava em meu ventre. Respirei fundo, contive as lágrimas e me mantive forte. Me ergui do sofá, no nosso lugar favorito na cafeteria, onde já havíamos passados ótimos momentos juntos, tragando longos goles de café. Peguei minha bolsa com cautela e me virei para encara-los antes de sair daquele lugar.

— Eu não preciso do dinheiro de vocês. — Vociferei.   — Eu vou cuidar  do meu filho sozinha. Adeus!

Não esperei respostas, sai e não olhei para trás. Respirei profundamente, contive as lágrimas e naquele momento, decidi que eu nunca mais olharia para trás.

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