Kelsey sentou na beirada da cama, pensativa, parecia que ela ainda não acreditava no que eu acabara de dizer. Admito: no começo eu também não acreditava, achava que era somente um pesadelo, mas já são 300 anos de maldição, mesmo que não quisesse teria que acreditar.
Eu me deitei no chão, sobre as patas para descansar um pouco e deixar Kelsey com seus pensamentos.Minutos depois, ela se levanta olha para a cama e depois para a banheira, e sei que ela quer um banho e depois dormir. Mas a banheira é enchida à moda antiga, com um balde, então ela começa o trabalho de enchimento, e quando parece que quase não está aguentando mais, ela para. Ela entra na porta de cortina, e começa a tirar o tênis, eu sei que não deveria estar espiando, mas por uns segundos não sei o que fazer, eu simplesmente esqueço o raciocínio lógico, não consigo resistir. Quando ela começa a desabotoar a blusa e percebe que estou olhando, se vira e fala irritada:
– Que cavalheiro, hein!? Está quieto como um rato de propósito, não é? Bem, não quero saber. É melhor você ir se sentar lá fora enquanto eu tomo banho - agitou o braço no ar me dispensando - Vá... fique de guarda ou qualquer outra coisa.
Ela abre a porta para mim, fico chateado por um tempo, mas logo me repreendo em silêncio, no que eu estava pensando? Nunca fiquei espiando mulher nenhuma assim.
Algum tempo depois senti a porta atrás de mim se abrir e Kelsey avisa que já posso entrar, enquanto adentro, ela senta na beirada da cama e começa a pentear os cabelos.– Fique sabendo, Ren, que vou dizer poucas e boas ao Sr. Kadam depois que sairmos daqui. Aliás, você também não vai se safar. Tenho mil perguntas para fazer. Pode se preparar - diz.
Não quero que ela fiquei brava comigo. Nem com Kadam. Ela fez uma trança perfeita no cabelo e amarrou com uma fita verde. Logo percebi que ela adorava fazer tranças no cabelos e fitas coloridas, pensei em lhe presentar com uma caixa cheia de fitas coloridas de cabelo.
Pus a cabeça no colchão perto da dela e lhe olhei com cara de quem pede desculpas. Ela entendeu, pois sorriu e fez carinho em minha cabeça.– Está tudo bem, Ren. Não estou zangada. Só queria que vocês tivessem confiado mais em mim - disse.
Lambi sua mão e me deitei novamente ao lado da cama. Segundos depois percebo que ela caiu no sono, deve mesmo estar muito cansada. Nesse momento ouço um ruído do lado de fora da porta, e vejo Phet entrando. Ele nos vê e sorri ao olhar diretamente nos meus olhos. Vem até nós, dá tapinhas em minhas costas, olha para Kelsey e diz perto da minha orelha:
– Era tempo de aparecerem, hein?
Minutos mais tarde, Kelsey acorda, se senta e fica surpresa ao ver o xamã na cozinha. Ele diz sem olhá-la:
– Olá, mocinha. Você dorme bastante. Muito cansada. Muito, muito cansada.
Ela vai até a mesa e se senta, eu também vou até a mesa e me deito ao seus pés. Phet serviu um tipo de sopa para ela, que comeu com gosto. Eles se apresentaram, um ao outro. Phet explica para Kelsey que Kadam disse que viríamos aqui.
Ele nos mostrou um pássaro pequeno vermelho, disse que esse pássaro só cantava para deusa Durga e mulher especial, que talvez essa mulher especial seria a própria Kelsey. Ele explica para nós que Durga é uma linda deusa.
Após acabar o jantar, Kelsey ajuda Phet nas plantas, ele conversam sobre vários nomes, significados, cheiros e sabores de várias ervas, que ele mesmo planta em seu jardim.
Quando ele perguntou à ela se queria me ajudar, ela disse sem hesito:– Quero. Estou zangada por ele ter me enganado, mas entendo por que fez isso - baixou a cabeça e deu de ombros - Só quero que ele seja livre.
Quando ela disse isso, o pássaro começou a cantar lindamente e ficou assim pelos minutos seguintes. Phet diz:
– Quel-si! Você muito especial! Sinto alegria! Phet ouviu canto de Durga! - disse alegre.
Ele indica que Kelsey precisa dormir, enquanto ele faz preparativos para nós no lago. Ela se deita, após um chá para sono, e phet sai sorrindo, fechando a porta ao sair. Em poucos segundos ela já estava dormindo, eu também incrivelmente cai em um sono profundo.
Na manha seguinte, fui acordado com as palmas de Phet adentrando a cabana, ele disse que era para nós nos levantarmos e nos prepararmos.
Sem hesito ele explicou:– Quel-si, eu sou um homem facilitador agora. Durga falou comigo. Ela vai ajudar vocês. Numerosos anos passados, Anik Kadam procura remédio para confortar Ren. Eu digo a ele Durga aprecia tigre, mas ninguém pode alivia-lo. Ele me pergunta o que pode fazer. Naquela noite, Phet sonha com dois tigres, um pálido como a lua; outro negro, semelhante a noite. Durga fala baixinho em meu ouvido. Ela diz apenas garota especial pode quebrar maldição. Phet sabe: garota protegida de Durga. Ela luta pelo tigre. Eu digo, Anik: atento garota especial da deusa. Dou indicação: garota sozinha, cabelos castanhos, olhos escuros. Devotada ao tigre e sua palavra poderosa como melodia da deusa. Ajuda tigre ser livre outra vez. Eu digo Anik: descubra protegida de Durga e traga para mim.
Ele coloca as mãos sobre a mesa e conclui:
– Quel-si, Phet percebe você excepcional protegida de Durga.
É muita informação. Fico quieto, pensando. Kelsey parece não acreditar ou não entender. Ele diz que ela é guerreira forte, bonita, como Durga.
Ela diz irônica:– Eu? Uma guerreira forte e bonita? Acho que você está com a garota errada.
Fico impressionado com, como ela não consegue perceber o tamanho de sua beleza. Rosno baixinho com desaprovação. Phet explica que ela é a escolhida, pois o pássaro cantou para ela.
Ele nos indica o caminho a seguir: Procurar benção de Durga, ir para cavena Kanheri, procurar lugar subterrâneo, usar chave para abrir portas.
Kelsey começa a tremer, e eu começo a me preocupar. Phet coloca a mão sobre a dela e diz:– Quel-si acredita em você mesma. Você melhor forte. Tigre protege você.
Ela baixa os olhos para mim e diz:
– Eu sei que ele vai cuidar de mim. E quero muito ajuda-lo a quebrar a maldição. É só um pouquinho... assustador.
Para tranquiliza-la coloco minha pata em seu joelho. Ele diz que devemos partiu logo, mas antes que vai conceder a Kelsey marca da deusa e reza.
Ele separa um liquido marrom e começa a desenhar na mão de Kelsey, um desenho parecido com tatuagens indianas, que vai do dorso da mão dela até a ponta dos dedos. Depois com alguns galhos de ervas começa a esfregar em volta dela e de mim, sempre rezando baixinho em língua indiana.
Depois de terminar o ritual ele diz depressa:– Quel-si, agora hora de partir.
Eu com pressa e ansioso, já estava fora da cabana, de frente para a porta, esperando Kelsey. Ela o abraça e agradece por tudo. Ela vem em minha direção e diz:
– Bem, acho que para nós isso significa o retorno à selva, certo, Ren?
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A maldição do tigre - Versão Ren // Kishan
RomanceBaseada na história - A Maldição do Tigre - da Coleen Houck. Fatos relatados na versão de Ren e Kishan. Sentimentos e pensamentos dos nossos príncipes prediletos estão incluídos.