XXIII

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Eu embalava Kells em meus braços, ela estava fria, mas respirando. Sua respiração estava bem leve, parecia ter desmaiado. Mas por que? O desespero e a confusão me consumiam. Depois de um tempo ela se mexeu e abriu os olhos. Perguntei o que aconteceu, mas ela não sabia como havia desmaiado e caído.

— Você me pegou? — perguntou.

— Eu disse que não ia deixar você cair — digo firme.

Ela agradece e pede para eu pôr ela no chão. Coloquei-a com cuidado no chão, e quando a larguei, suas pernas falharam e ela tombou para o lado. Quando eu fui pegá-la novamente, ela gritou comigo.

— Eu disse que posso ficar de pé! Pode me dá um minuto, por favor?

O desespero da lugar à raiva. Me afasto um pouco, enquanto ela se senta e calça o tênis. Cruzo meus braços no peito, a encaro e pergunto o que aconteceu para ela ter desmaiado. Ela me disse que teve um tipo de visão e, nessa visão havia três pessoas, o Sr. Kadam, ela e um homem, que ela definiu como um homem assustador. Nesse momento meu sangue gela.

— E como era esse homem assustador? - pergunto.

Ela explica que ele parecia um homem da máfia, um tipo de pessoa que gosta de ficar no poder e fazer mal ás pessoas. Quando eu perguntei se ele era indiano, ela disse que ele tinha semelhança. As descrições dão tudo a entender de que era o Lokresh. Mas o que Lokesh estava fazendo numa visão de Kelsey? Tenho que contar isso a Kadam quando chegarmos.

Ela pegou o fruto de minhas mãos e enrolou em uma colcha, com todo cuidado para não me tocar. Ótimo, nem me tocar ela quer mais.

— O que foi? Agora você não pode nem me tocar? É bom saber que eu te causo tanta repugnância! Que pena que você não convenceu Kishan a vir, assim podia me evitar ao máximo! — digo.

Ela me ignorou e continuou a arrumar a mochila. Isso já está me irritando. O que diabos está acontecendo com ela? Depois de mais algumas discussões e gritos, seguimos o caminho, para sair da cidade.

Assim que atravessamos a primeira construção, ouvimos um tremor no chão e ao olharmos para trás, vimos as árvores se encolherem e voltar as duas estátuas. Havia um brilho estranho vindo de dentro das estátuas. Sem pensar, disse para a Kells que era hora de sairmos o mais rápido possível.

Aceleramos os passos, e depois de passar mais algumas construções, ouvimos um silvo e um grito, e depois algumas coisas se movendo em cima de nós. Eu já sentia o cheiro, e sabia que eram macacos.

Enquanto corríamos, Kells gritou para mim zombando, dizendo que eu poderia nomear os macacos enquanto nos atacavam.

— Pelo menos enquanto os macacos a atormentam, você não tem tempo de me atormentar. — zombei.

Quando olhei para trás vi que eles estavam se aproximando. Saltei na forma de tigre por sobre um chafaris, pousando como homem.

— Ren, estou atrasando você. Pegue a mochila e dê o fora daqui. — pediu.

Ri com deboche e fiquei de frente para ela enquanto corria.

— Ah! Bem que você iria gostar de se livrar de mim! — zombei.

Me afastei mais um pouco e me transformei em tigre. Voltei ao contrário de Kells, saltei por cima de sua cabeça e ataquei um dos macacos, tentando afastar os outros. Mas não deu certo. Continuei lutando contra eles, para dar tempo de Kelsey fugir, mais havia mais uns dez atrás dela. Nesse momento havia muitos deles em cima de mim. Continuei tentando me livrar deles, mas era muitos e se agarravam com muita força em meu pelo. Mesmo com o peso deles corri em direção a ponte. Vi que Kells já havia atravessado, mas estava lutando com vários que se agarravam em sua perna. Eu debatia meu corpo de tigre nas árvores, para se livrar deles, por fim depois de um tempo consegui afastar todos eles.

A maldição do tigre - Versão Ren // KishanOnde histórias criam vida. Descubra agora