Na manhã seguinte, acordei super cedo, disposto e ansioso para partir até a caverna. Kadam foi até o quarto de Kelsey, deixou o Selo na cômoda e a mochila ao lado da cama.
Quando ele desceu novamente me chamou para a biblioteca.
– Ren. Tente manter sua forma de tigre o máximo que conseguir, pois se a Srta. Kelsey precisar de ajuda você pode se trasnformar em homem. Não sabemos que tipo de perigos ou armadilhas irão encontrar - explicou.
Assim que acabou sua explicação, me deixou na biblioteca, e foi para cozinha fazer o café da manhã. Minutos depois escutei Kelsey descendo e conversando com Kadam.
Assim que entrei na cozinha Kells disse, coçando minhas orelhas:
– Que bom que você se juntou a nós. Está ansioso para pôr o pé na estrada? Deve está empolgado por se ver tão perto de quebrar a maldição.
Estava mesmo com pressa de sair, e ansioso, mas parecia que ela não estava com a mínima pressa. Então, estendeu alguns pedaços de manga para mim, comi rápido e lambi o sumo de suas mãos. Ela riu e disse:
– Pare! Isso faz cócegas! - a ignorei, aproveitei e passei para seu braço, lambendo até a manga de sua camiseta. - Ei, eca, Ren! Está bem. Está bem. Vamos.
Ela se levantou, lavou o braço e seguiu para a garagem, onde já estava Sr. Kadam e eu. Kadam colocou a mochila de Kelsey no banco do carona, e disse enquanto ela subia no banco do motorista:
– Tome cuidado, Srta. Kelsey - advertiu - Ren vai protege-la, porém são muitos os perigos no caminho. Contra alguns estamos prevenidos, mas estou certo de que vocês irão enfrentar muitos dos quais não tenho ciência. Tenha cautela. - concluiu.
Ela concordou e assim partirmos em direção a Caverna de Kanheri. Seguimos cerca de quatro horas até Kelsey estacionar na estrada que dava para o parque.
– É aqui que devemos entrar. Segundo o mapa, vamos levar duas horas e meia andando até a caverna de Kanheri - ela olha para o relógio, para conferir. - Isso nos deixa com um intervalo de duas horas antes que anoiteça e os turistas irem embora. - concluiu.
Então, Kelsey sai do carro, e anda em direção as árvores perto do parque, onde tem sombras, eu a sigo. Me deito na grama macia, e relaxo, Kells se recosta em mim, mais depois de alguns segundos, foi relaxando, e num momento estava deitada com a cabeça nas minhas costas, como almofada. Eu gostei.
Como para passar o tempo, Kelsey começou a contar sobre seus pais, sua avó e as suas viagens de férias. Disse que sua mãe era enfermeira de idosos, e que largou a profissão para se dedicar a família. Disse que seu pai era professor de matemática, e que fazia churrasco no quintal de casa. Eles adoravam ler juntos. Isso me fez lembrar quando minha família ainda era uma família. Minha mãe e meu pai sempre fazia nos sentarmos juntos toda a noite para lermos lendas, histórias, poesias, ou até mesmo, somente conversar sobre o dia a dia. Ainda posso sentir o timbre da voz da minha mãe contando uma poesia para nós. Meus pais tiveram um casamento arranjado, mais ele aprenderam a se gostar, e no futuro viviam no mais importante sentimento: O Amor. Qualquer um via isso nos olhos deles, eles se amavam, viviam juntos, ligados, como a água está ligada com o fogo, os dois fenomenos fazem parte do mesmo mundo. E desse amor, nasceu eu e Kishan, dois irmãos que se amavam, até um demônio estragar nossa vida. Dessa parte em diante prefiro não lembrar. Ao invés de continuar meus pensamentos, resolvi voltar a escutar Kelsey relatando sua vida, ela começou a falar sobre os lugares onde viajavam, como, fazendas, pousadas, cachoeiras, minas antigas, mares e montanhas. Foi aí que lembrei da cachoeira que eu sempre ia perto do jardim Deschen, jardim onde meus pais foram enterrados e moravam conosco antes de partirem dessa vida. A cachoeira ficava do outro lado. Vou levar Kells lá, para conhecer, e aproveito e procuro Kishan.
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A maldição do tigre - Versão Ren // Kishan
RomansBaseada na história - A Maldição do Tigre - da Coleen Houck. Fatos relatados na versão de Ren e Kishan. Sentimentos e pensamentos dos nossos príncipes prediletos estão incluídos.