XXV

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Na manhã seguinte acordei revigorado e determinado. Me levantei, tomei banho e sai bem cedo para comprar algumas roupas novas. Pois agora como humano, era esse tipo de roupa que eu usaria daqui para frente.

Quando sai do quarto com minhas coisas prontas, Kells e Kadam já estavam na frente do elevador. Fui em direção a eles e parei ao lado de Kelsey. Ela me olhava com admiração. O que me deixou satisfeito. Foi pra isso mesmo que escolhi calça jeans escuras e blusa branca com listras azuis, perfeitamente bem para essas ocasiões.

Kells murmurou bem baixinho alguma coisa sobre eu ser sofisticado e com sentidos de moda apurado, eu apenas sorri satisfeito pela reação dela. Kadam lhe perguntou o que tinha dito, mas ela desconversou. Eu somente lhe dei um sorriso convencido, pois, tenho minha audição de tigre.

Ela estava envolvida por mim, eu sabia. Talvez ela não quisesse admitir, mais eu tenho todo o tempo do mundo para esperar. Ainda no elevador me aproximei mais dela, e a olhei de cima em baixo, com um sorriso de satisfação no rosto. Como eu amo essa mulher.

Assim que as portas se abriram, peguei sua mochila a joguei sobre meu ombro, deixando ela sem nada pra carregar. Durante toda a viagem, Kelsey ficou perdida em pensamentos, eu sentia que ela estava preocupada com alguma coisa, mas não ousei em perguntar o que era. Afinal, eu tinha uma surpresa pra ela, que eu tinha pedido ao Sr. Kadam que cuidasse hoje mais cedo.

Assim que chegamos em casa, ela subiu rapidamente ao quarto e lá permaneceu e, pouco tempo depois percebi que estava dormindo. Guardei minhas coisas no quarto, acabei de resolver algumas coisas da surpresa de Kells com o Sr. Kadam e descansei um pouco na varanda. Perdido em pensamentos, resolvi que já era hora de contar a Kelsey que eu estava perdidamente apaixonado por ela. Já era hora, alguém teria que dar o primeiro passo. Vou arriscar.

Depois de muito tempo, voltei à sala e ouvi ruídos do quarto dela. Ela deve ter acordado. Rapidamente pensei em fazer um lanche pra ela. Agora com seis horas humano, posso fazer coisas de humano. Correndo até a cozinha, amarrei um avental na cintura e peguei um livro de receitas. Achei um sanduíche de peru. Achei todos os ingredientes na dispensa e comecei a trabalhar nele. E por Durga, que coisa complicada. Preciso aprender muito ainda agir como humano. Faz muito tempo que estou como tigre.

Quando os ingredientes já estava espalhados pela cozinha e eu indeciso sobre que molho usar, ouvi Kells descer e entrar na cozinha. Ela não se conteve e pude ouvir seu sorriso, com certeza da bagunça que deixei no cômodo. Expliquei que eu estava tentando lhe fazer um sanduíche para não ficar com fome, e ela recusou, e escolheu um de manteiga de amendoim.

Mas claro, eu não sabia qual era o de manteiga de amendoim. Peguei dois frascos e os pousei na bancada. Ela apontou qual era o frasco certo, me aproximei dela e lhe dei um beijo na boca. Estava na hora dela ver o que eu sentia por ela.

E para provocar ainda mas, completei dizendo:

—Está vendo? É por isso que você deve estar por perto. Preciso de uma namorada inteligente.

— Ren! Eu não sou sua namorada! — disse.

Não sou de desistir tão fácil assim. Apenas sorri e preparei seu lanche de manteiga de amendoim. Assim que ela mordeu, não conseguia abrir a boca. Acho que exagerei no creme.

—Uen, quetaumumcopodeueite? - disse.

Não consegui entender, ela estava de boca cheia. Eu ri.

— O que?

— Ueite, ueite!

Ela imitou alguém bebendo algo, e percebi que era leite. Ela continuou comendo seu sanduiche, e preparei um para mim. Quando sentei ela olhou meu sanduiche e arregalou os olhos, pois ele era enorme. Apenas sorri e dei a primeira mordida. Eu estava faminto.

A maldição do tigre - Versão Ren // KishanOnde histórias criam vida. Descubra agora