HenriqueAssim que abri meus olhos naquela manhã, a dor de cabeça me invadiu fazendo com que eu gemesse de dor. Rolei na cama e de soslaio vi um vulto vermelho, quando abri totalmente meus olhos constatei o vestido vermelho de Bianca pendurado em minha varanda, as memórias daquela madrugada me invadindo por inteiro. Gruni.
Sentei - me na cama e olhei para o relógio, eram quase duas da tarde, me levantei e fui tomar um banho para aliviar a tensão. Tomei um remédio para a dor de cabeça, mas eu sabia que aquele comprimido não seria nada, eu sabia bem que aquela dor não passaria tão cedo.
Enquanto a água caia eu tentava o máximo afastar Bianca da minha cabeça, a imagem dela somente com a minha camiseta repetidamente estava me enlouquecendo, o seu perfume doce que só de imaginar eu podia sentir seu aroma me fazendo piruetas no estômago, minha cabeça latejava ao lembrar do quão próximos ficamos. Eu não conseguia parar de pensar nela.
Soquei o box do banheiro com força, fazendo o vidro trincar e cortar minha mão, soltei uma imensidão de palavrões. Qual era o meu problema? Porque eu não conseguia fazer com que Bianca se afastasse de mim? Por mais que eu brigasse com ela, por mais que eu tentasse faze - lá se sentir ofendida, alguma coisa acontecia para que nós nos aproximassemos, ela sempre aparecia para deixar minha mente perturbada. Ah como eu queria que Bianca não fosse tão parecida com ela...Eu conseguiria me afastar! Tirar aquela boca ousada da mente! Mas a semelhança não ajuda e toda vez que Bianca aparece eu não consigo lidar com isso! Se brigar não adianta de nada, o que mais eu podia fazer?
Desliguei o chuveiro depois de parar o sangramento, não havia cortado muito mas precisaria infachar. Logo depois de cobrir meu corte com ataduras, a campanhia tocou.Ao olhar no olho mágico e ver a imagem de Bianca, eu não me sentia surpreso. Ela estalava os dedos nervosa, tinha nas mãos minha camiseta, respirei fundo, pensei duas vezes antes de abrir a porta.
O que eu mais queria naquela hora era me ver longe de Bianca, mas quando eu a vi dar as costas depois de várias tentativas com a campanhia, um desespero me tomou e eu acabei abrindo a porta.
- Bianca. - A chamei. Seu corpo virou - se rapidamente e me encarou abrindo um sorriso de lado.
- Oi. Eu só queria devolver isso. - Disse ela me entregando a camiseta e desviando o olhar.
- Sua mão...- Disse ela apontando preocupada assim que eu peguei a camiseta de suas mãos.
- Está tudo bem. - Declarei recolhendo minha mão. Bianca assentiu constatando que aquilo não era problema dela.
- Seu vestido. - Eu disse apontando para dentro do meu apartamento, ela
voltou a me encarar.- Pode pegar se quiser. - Eu disse, querendo me matar é claro, depois daquela madrugada que todos os momentos soavam constrangedores convidar Bianca para o meu apartamento era idiotice e mesmo assim eu o fiz.
- Claro. - Disse ela e entrou, seguindo direto para o meu quarto.
Senti um arrepio percorrer minha espinha, algo quando Bianca passou por mim, logo atrás dela eu avistei o retrato que me assombrava há quatro anos e uma sensação estranha se impregnou em meu estômago. Em um súbito vislumbre dessa sensação eu andei rapidamente até o quarto encontrando Bianca na porta com o vestido nas mãos. Meu coração batia forte no peito.
- Sobre ontem...- Os dois começaram no mesmo tempo nos deixando sem graça. Com um suspiro eu começei.
- Sei que a nossa última conversa não foi lá muito amigável...- Eu disse enquanto Bianca revirava os olhos. Continuei. - Eu meio que te ameacei e devo ter me enganado quanto ao que eu disse, Helena nunca te abandonaria, eu estava errado. Bom, ontem você me ajudou e eu tenho que te agradecer...
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Ao Seu Lado
RomanceBianca Emills Bia, como os amigos a chamam vinha de uma família humilde do interior do estado, seus pais eram donos de um restaurante da cidade e tinham muito orgulho do seu grande negócio, porém Bianca nunca se encaixara nesses padrões e queria mud...