20° A ideia.

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No dia seguinte acordei atrasada.

Acordei com o despertador com 20 minutos de soneca, quase desmaiei quando vi o quão atrasada eu estava. Graças ao dia anterior eu rolei na cama por horas tentando conter as lágrimas, com milhares de coisas preenchendo minha mente, tentando entender pelo menos um pouco do que estava acontecendo comigo, tentando entender ainda mais meu peito explodindo com o sentimento que eu não sabia descrever, algo que apertava meu coração numa escala que se ele fosse responsável por minha respiração, eu já estaria morta.
O que Henrique havia me dito me enlouquecia a cada estante da minha existência, e eu pensava, se eu não o tivesse afastado onde eu estaria nesse momento?
Não conseguia conter o que eu sentia por mais que eu lutasse bravamente contra isso, o pior é que eu nem sei da onde tudo isso surgiu!

Minha vida virou de ponta cabeça do dia para noite e Henrique conseguiu bagunça- la ainda mais depois que eu o conheci. Eu tinha que aceitar que eu não era a mesma quando estava com Henrique, algo estranho acontecia com o meu estomago quando estava ao seu lado, era verdade, a necessidade de me jogar naqueles braços tatuados e esperar que eles me abracassem fortemente, o coração que não parava quieto quando ele me tocava... Mas eu não podia, eu não podia me sentir assim. Henrique me machucara uma vez e foi o suficiente, eu nem recuperada estava da traição de Augusto e logo depois a vida me deu outro tapa na cara. Estou satisfeita, obrigada. Não estou disposta a dar um voto de confiança a quem não merece.

O que Henrique me disse á um dia atrás parecia tão confuso...Eu tenho certeza que o que ele disse não era concreto, Henrique se arrependeria depois! Eu sabia sua história! Aquele sentimento confuso não valia o preço caro que era deixar Margot para trás. Eu não me arriscaria assim. Não era tão burra afinal de me enforcar com a minha própria corda, as coisas finalmente estavam se encaixando! Eu definitivamente não preciso de alguma coisa como empecilho para recuperar minha vida.


Correndo para chegar na hora no meu primeiro dia, não tive tempo nem de tomar um café, sai correndo de casa. Quando faltavam três minutos eu consegui chegar em minha mesa em cima da hora, arrumava meu terninho por cima da camisa completamente amaçada, tentava esconder ao máximo o como eu estava horrível naquela manha. Mas assim que levantei meus olhos para a mesa a minha frente meu corpo todo gelou ao ver quem estava encostado na mesa lendo calmamente uma revista. Primeiro dia de trabalho e olha a boa impressão que eu queria passar descendo pelo ralo...


- Bom dia senhorita Emills. - Disse ele sem olhar para mim virando uma das páginas da revista.

- O-oi Senhor Andrade. - Declarei tremendo os lábios.

- Já disse, me chame de Daniel. - Disse ele erguendo seu olhar para mim e largando a revista sobre a mesa. Seus olhos tinham uma cor que eu não conseguia identificar, azuis? Verdes? Havia algo nele que me era familiar.

- Claro senhor. - Eu disse abanando a cabeça e me livrando daqueles pensamentos. Daniel sorriu de canto e nesse momento eu esperei que chovesse canivete lá fora, um sorriso dele parecia uma coisa rara de se ver. No mesmo estante uma loira alta adentrou a sala, Daniel se ajeitou e a loira pigarrou por trás de mim.

- Bianca, essa é Valeria. Ela é minha ex assistente, vai te ajudar a se encaixar pelo resto da semana, espero que ela seja útil. - Disse ele e logo depois entrou em uma porta ao lado da minha mesa. Me virei para encarar a mulher.

-Oi. - Eu disse sorrindo e estendi minha mão, a mulher me olhou de cima a baixo e passou por mim sem me cumprimentar. Engoli a seco. Valeria, como Daniel a chamara sentou - se na cadeira atras da mesa e começou a teclar rapidamente. Fiquei lá parada sem saber o que fazer.


- Vai ficar ai olhando ou vai querer aprender alguma coisa?- Questionou ela arqueando uma de suas sobrancelhas. Rapidamente larguei a bolsa sobre a mesa e fiquei ao lado dela.

Ao Seu LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora