Henrique" - Me diga! Me diga se ainda quer ficar com ele! - Gritei olhando fundo naqueles olhos castanhos que um dia já me fez tanto feliz e que eu era loucamente apaixonado. Ela começou a chorar piedosamente a minha frente.
- Eu não o quero de volta na minha vida Henrique, mas você está me machucando tanto quanto ele me machucou! - Disse ela ao prantos. Sentia minhas lágrimas se aglomerando em minha linha d'agua também, eu não queria brigar, não queria mágoa - lá, não depois de tudo. Eu não queria perde - lá.
Meus dedos firmes no volante não fizeram com que eu desviasse do rosto dela, e quando seus olhos alcançaram os meus assustados e seu rosto estava coberto de pavor, já era tarde demais."Me levantei num pulo sem fôlego. Aquele pesadelo outra vez.
Levei as mãos ao rosto e respirei fundo tentando manter a calma, foi só mais um pesadelo, só mais um pesadelo. Eu dizia para mim mesmo, mas meu peito doía com a lembrança, com a constante lembrança, me rasgava de dentro para fora e eu não pude fazer nada quando as lágrimas se aglomeraram em meus olhos, não fiz nada para impedir - las.
Pensava que se eu pudesse voltar no tempo faria tudo diferente, poderia evitar tudo o que aconteceu e eu poderia salva - lá do fim cruel. Mas não, eu não podia, eu era culpado pelo o que havia acontecido, era unicamente culpado e viveria com essa culpa para o resto da minha vida.
Peguei a primeira coisa que me veio a mão e a arremessei no ar ouvindo o barulho do objeto bater na porta e se espatifar no chão. Sentia meu peito queimando, rasgando, minha respiração cortava minha garganta junto ao soluço alto, eu não aguentava tudo aquilo, eu não aguentava mais sentir tanta dor dentro de mim, o peso nos meus ombros estavam me matando, cada dia mais eu me sentia mais perdido num caminho sem volta, só dor e sofrimento, e eu não aguentava mais, por mais que eu merecesse, e eu merecia, eu não aguentava mais tanta dor.
Me levantei limpando minhas lágrimas, tentava me manter em pé já que minhas forças haviam desaparecido. Segui para a cozinha e abri a geladeira recém chegada, foi de lá que eu tirei minha garrafa de whisky, a única coisa que eu sabia que me faria melhor, ou eu achava que sim.
Não sei porque motivos Bianca apareceu em minha mente naquele momento, lembrava - me dê termos bebido whisky aquela noite no meu quarto de hotel e gostaria de poder lembrar somente daquele drinque, mas eu me lembrava de muito, muito mais. Bianca era a causa de quase tudo aquilo, eu nunca deveria ter me envolvido! Eu cometi um erro e agora eu estava pagando por ele. Por todos eles.
Bebi do líquido meia garrafa em menos de dez minutos e quando vi, já estava com o telefone na orelha e ligando para Helena.
- Henrique? - Questionou minha irmã sonolenta assim que atendeu a ligação.
- Helena. - Declarei forçando minha mente a formular uma frase inteira.
- Ah não...- Disse ela com um resmungo.
- Helena...f-foi minha culpa... Eu a matei Helena! Eu a matei! - Sentia uma força descontrolada cair sobre mim e eu já não respondia mais pelo o que eu dizia.
- Henrique...- Ouvi minha irmã suspirar ao fundo. Deixei um soluço escapar.
- Eu deixei que aquilo acontecesse...Eu deixei ela morrer Helena, deixei sim...
- Henrique escuta o que eu vou te falar, você não matou ninguém! Foi uma droga de acidente! Pare de se culpar por isso! - Exclamou ela do outro lado.
- Não...- Choraminguei.
- Sim Henrique. - Disse ela. - Você é grande o suficiente para entender, você precisa seguir em frente, precisa seguir em frente! - Exclamou ela com a voz embargada ligeiramente desesperada.
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Ao Seu Lado
RomansaBianca Emills Bia, como os amigos a chamam vinha de uma família humilde do interior do estado, seus pais eram donos de um restaurante da cidade e tinham muito orgulho do seu grande negócio, porém Bianca nunca se encaixara nesses padrões e queria mud...